27 Abril 2024, Sábado
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Pastelaria Abrantes fecha portas a poucos meses de fazer cem anos [actualizada]

Setubalenses têm recorrido às redes sociais para manifestar tristeza com a notícia, por se tratar de um espaço histórico

 

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A cinco meses de comemorar cem anos de actividade, a Pastelaria Abrantes encerrou definitivamente por decisão da gerência. O histórico estabelecimento setubalense, outrora reconhecido pelo doce de laranja e, mais recentemente, pelo inigualável Bolo Rei, fechou portas no último dia do mês de Junho.

O “bullying dos trabalhadores à administração” estará na origem do encerramento do espaço, com o gerente da Pastelaria Abrantes a acusar os empregados de serem “sempre muito arrogantes e de sempre tentarem mandar a casa abaixo”.

“É difícil mantermos as portas abertas quando os empregados andam a dizer aos clientes para não comprarem os produtos. Sempre estiveram mais interessados em ir embora para a reforma e em que lhes pagássemos indemnizações”, explica Alfredo Rosa, responsável pela pastelaria há cerca de dois anos.

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O SETUBALENSE tentou obter reacções junto dos funcionários da Pastelaria Abrantes, mas os mesmos não quiseram prestas quaisquer declarações. Por parte de Adélia Ribeiro, a anterior gerente do espaço, cargo que ocupou durante cerca de 30 anos, disse apenas “estar muito triste e chateada com a situação”.

“Estou muito sentida com o que está a acontecer. As coisas não tinham necessidade de chegar a este ponto”, acrescentou.

Enquanto isso, Alfredo Rosa garantiu que apesar de o estabelecimento ter fechado apenas no último dia de Junho, “os problemas começaram o ano passado”.

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“Tivemos de trabalhar ao postigo devido à pandemia, com as dificuldades conhecidas de todos. Depois começaram os problemas com os trabalhadores. No Natal os pasteleiros não apareceram no trabalho porque disseram ter os bolos deles para fazer. Começou assim um grande bullying à administração”, afirmou.

Já no início do presente ano, Alfredo Rosa explica ter recebido “das senhoras com lojas à frente da pastelaria” a informação de que “os trabalhadores estavam sempre a tentar não vender os produtos e a dizer às pessoas para não comprarem pão e outros produtos”.

“Sempre foi para tentarem fazer com que as portas fechassem. E foi o que aconteceu. Além disso, cheguei a ter empregadas de baixa e que depois iam de férias para o Algarve ou outras que andavam a passear com os maridos pelas ruas da Baixa de Setúbal”.

Por todos os motivos referidos, garante o gerente que esta é “uma decisão definitiva”. “Em princípio não há alternativa, será mesmo para fechar. É muito complicado trabalhar assim, quando são os próprios trabalhadores que tentam mandar a casa abaixo”.

Da sua parte, assegura ter sempre “lutado para que as coisas andassem para a frente”. “O problema são mesmo os trabalhadores. A casa está cheia de problemas desde o ano passado, em que estivemos a trabalhar com muita dificuldade e mesmo assim fomos sempre pagando os salários. Mesmo assim os trabalhadores sempre foram muito arrogantes e sempre tentaram mandar a caixa abaixo”.

A solução, diz Alfredo Rosa, foi “recorrer a advogados”. “Fui aconselhado a tomar uma atitude drástica. Tive de pôr advogados ao barulho. Agora é mandar as pessoas para o ‘fundo de desemprego’. Não há hipóteses de continuar. Foi muito dinheiro investido que vamos perder. Quem vai ficar a rir são os empregados”, atirou, a concluir.

A Pastelaria Abrantes ‘nasceu’ a 15 de Dezembro de 1922 em pleno centro da cidade de Setúbal. Localizado na Praça de Bocage, o histórico estabelecimento era famoso pela variedade e qualidade dos produtos que apresentava.

Nas redes sociais, são já muitos os setubalenses que manifestaram tristeza com a notícia, que chegou “como uma bomba”.

Nota: Notícia actualizada às 13h28, com informação de contactos estabelecidos com empregados do estabelecimento e com declarações da anterior gerente, Adélia Ribeiro. 

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