9 Maio 2024, Quinta-feira

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Estádio da Liberdade vai ter nova bancada dentro de dois anos

Estádio da Liberdade vai ter nova bancada dentro de dois anos

Estádio da Liberdade vai ter nova bancada dentro de dois anos

Relatório de 2014 já recomendava a interdição imediata devido à degradação da estrutura. João Afonso, vereador eleito pelo PSD/CDS, revelou conclusões de três peritagens, alertando para a falta de segurança, e confrontou Nuno Canta, presidente da autarquia, que admitiu a realização de uma nova avaliação à estrutura ainda este ano. Debate foi aceso e ficou a certeza de que um novo estádio está, para já, fora de hipótese

A construção de um novo estádio de futebol no Montijo “não estará ao alcance da Câmara nos próximos tempos”, mas a autarquia espera “construir uma nova bancada” dentro de dois anos, anunciou Nuno Canta (PS), na reunião pública do executivo, realizada esta quarta-feira. Mais: o município irá promover a realização de uma nova avaliação ao estado de degradação da actual bancada “ainda este ano”, adiantou o presidente da Câmara, em resposta ao vereador eleito pela coligação PSD/CDS, João Afonso, que confrontou o socialista com excertos das conclusões de três relatórios de peritagens efectuadas à estrutura, revelando ainda que enviou a informação para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

O vereador questionou Nuno Canta, no período antes da ordem do dia, com base nos relatórios que solicitou e recebeu do presidente da Câmara. “Foram realizados três relatórios de peritagem. Em 1999, recomendava-se de imediato o acesso vedado ao público na bancada central. Em 2000, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) produziu um outro relatório, onde revela que a bancada apresenta vários tipos de anomalias ao nível da estrutura. Em 2014, a Câmara solicitou à empresa OZ um outro relatório, no qual recomenda-se ‘interditar as bancadas”, começou por dizer o social-democrata, lançando de seguida quatro questões ao socialista.

“Por que razão na presença destes relatórios não deu cumprimento ao encerramento das bancadas? Com que fundamento disse em reunião de câmara que não há razão para preocupação? O que é que a Protecção Civil anda cá a fazer? O que é que o senhor presidente pensa fazer?”, perguntou João Afonso, com Nuno Canta a interromper: “O senhor sabe ler? O senhor está a mentir.”

O social-democrata, porém, não se deteve e acrescentou que “por razões de ordem moral e judicial” já remeteu as conclusões dos relatórios “para a FPF”.

Nuno Canta: “O senhor não percebe [o relatório]”

A resposta do presidente da autarquia foi contundente e a discussão aqueceu. “Esses relatórios são de avaliação interna e não deviam ser trazidos para a praça pública. Pensando que está a fazer bem, o senhor está a prestar um mau serviço à Câmara Municipal do Montijo”, começou por considerar Nuno Canta, em relação à forma como o social-democrata abordou o assunto.

“A bancada não é propriedade da Câmara Municipal, veio do [extinto] Clube Desportivo do Montijo. Ainda assim, avaliámos ao longo dos tempos a situação para percebermos como evoluía a degradação de alguns elementos da bancada. Foi isto que eu disse [na reunião anterior]. Que havia relatórios que avaliavam de forma cabal a bancada”, defendeu o socialista, sublinhando que em 2014 foi feita nova avaliação para se perceber se houve evolução que causasse perigosidade para as pessoas. “O que a OZ coloca, quando fala em interdição, é uma outra questão. O senhor não consegue perceber o que lá está dito. O que foi avaliado foram as placas em betão armado, nas quais, nas zonas dos camarotes, os ferros estavam mais enferrujados, criando algumas rachas no betão”, explicou, acrescentando: “Por isso, naquela altura, interditámos aquela zona da bancada.”

Nuno Canta revelou depois que a autarquia irá promover uma “nova avaliação este ano” ao estado da bancada, apontando outra solução para a situação ao mesmo tempo que arredou a hipótese de o Montijo poder vir a ter um novo estádio. “Em 1999, tínhamos a convicção de que poderíamos construir um estádio municipal [Parque Desportivo Municipal]. O que se verificou, face às condições da Câmara nessa altura, é que não conseguiríamos. Também já percebemos que, se calhar, construir um estádio não estará ao alcance da Câmara nos próximos tempos. Esperamos nos próximos dois anos podermos construir uma nova bancada, cujo processo já está a ser tratado por uma equipa de arquitectos privada”, afirmou.

Discussão acabou com retirada de palavra

João Afonso voltou a insistir nas recomendações plasmadas nos relatórios e o debate subiu de tom entre o social-democrata e o socialista. “Os senhores têm a vossa retórica, eu tenho os relatórios comigo, que sublinham a corrosão generalizada e severa, ruptura de secção e a recomendação de interditar as bancadas. Isto é clarinho como a água. E o que foi feito foi uma interdição de uma zona e não das bancadas”, reforçou o vereador, disparando de seguida: “Quando se trata de segurança pública, isto não é para ficar dentro de gabinetes, ainda para mais quando já passaram mais de três anos. Isto não é assunto para brincar. Trazer este assunto à Câmara é prestar um bom serviço.”

A discussão terminou com Nuno Canta a retirar a palavra ao social-democrata, depois de o vereador ter chamado a atenção ao presidente para que não sorrisse. “Eu tiro-lhe agora a palavra. Eu não o tutelo a si, nem o senhor me tutela a mim. A partir de agora, o senhor ri-se quando quer, coça a cabeça quando quer e não tem nada de chamar a atenção do presidente da Câmara”, disparou o socialista, criticando a postura do vereador que classificou como degradante.

 

 

Escola D. Pedro Varela motiva troca de críticas

A falta de assistentes operacionais na Escola Básica D. Pedro Varela foi outro dos temas abordados antes do período da ordem do dia, com a vereadora responsável pelo pelouro da Educação, Maria Clara Silva, e o presidente da autarquia, Nuno Canta, a refutarem responsabilidades da Câmara Municipal no processo.

O Agrupamento de Escolas do Montijo havia informado a comunidade educativa da alteração do horário de funcionamento de algumas valências por falta de assistentes operacionais. E em comunicado, a CDU apontou o dedo à gestão socialista: “Sendo a responsabilidade da Gestão PS/Câmara Municipal do Montijo, de assegurar que esta escola dispõe de trabalhadores suficientes para o seu bom funcionamento, pergunta-se, até quando durará esta situação inadmissível? Até quando se arrastará a derradeira resolução deste problema?”

“Temos vindo a reforçar de forma muito cabal o número de funcionários nesta escola. A CDU ao dizer isto desta forma está a mentir. Passa-se a ideia de que é a Câmara que faz a gestão dos recursos humanos que disponibiliza para a escola, o que é mentira”, vincou Nuno Canta.

Um dos principais problemas passa pela falta de aulas de Educação Física, face ao encerramento do Pavilhão Desportivo, que a vereadora da CDU, Ana Baliza, deu como certa por indicação de encarregados de educação, mas que a vereadora Maria Clara Silva disse desconhecer. “Não há nenhum serviço que deixe de ser efectuado, porque a directora geriu muito bem os recursos”, disse a socialista, lembrando uma nota informativa publicada no site do Agrupamento de Escolas, acrescentando também que “não há falta de aulas”.

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