6 Maio 2024, Segunda-feira
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Há um museu na Verdizela que relata a história dos telefones

Como a Câmara do Seixal não mostrou interesse no espólio, o proprietário procura uma instituição “com outra visão cultural para a sua terra”

 

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Pouca gente saberá que existe um interessantíssimo museu dos telefones na Verdizela, a meio caminho entre o Seixal ou Amora e a Fonte da Telha. Trata-se, na verdade, de um museu particular, pertencente a José Valle.

O homem que reuniu esta colecção de aparelhos, quiçá a mais completa do país, nasceu na República Democrática do Congo, no seio de uma família com posses. Quando tinha sete anos, ou seja, em 1946, a família decidiu regressar a Portugal, para dar melhores possibilidades de estudo ao filho. Este, cursa a Escola Industrial de Lisboa, o Instituto Superior Técnico e a Universidade Moderna. Começou a trabalhar nos TLP, EM 1967, e, depois de ter galgado seis níveis, chegou a director.

Entretanto, “quando os telefones que não respondiam às novas tecnologias começaram a ser desactivados e morriam às pazadas  nos parques dos sucateiros, eu guardei alguns. Depois, outros se foram juntando para enriquecer o conjunto”, explica o nosso interlocutor.

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“Á medida que crescia o número de telefones, diminuía o espaço em casa e avolumavam-se as queixas da minha mulher”, que se lamentava: “Isto parece um armazém de telefones!” Um dia, José Valle viu um miúdo a premir embalde os números de um telefone de marcador de disco. “Foi quando me saltou a ideia de expor os aparelhos que já então possuía, enfim, fazer um museu, sobretudo, em atenção dos mais novos”. Resumindo, “queria dar-lhes a conhecer a história dos telefones e das comunicações por fio em Portugal”.

José Valle tem mais de duas centenas e meia de telefones antigos, todos diferentes, desde os tempos primordiais destes objectos, obrigados a transmitir, impassíveis, palavras de amor e de raiva, noticias, discursos, queixumes, desalentos, alegrias, que sei eu?! tudo o que vai na alma de um homem ou de uma mulher…

Na colecção há  telefones de todas as formas e feitios: telefones de chão, telefones de cobre, telefones que pesam quilos, telefones de bateria local, que foram os primeiros, de bateria nas centrais, telefones de magneto, que são aqueles equipados com uma manivela, telefones com marcadores de disco, telefones com cadeado, telefones de teclas, telefones de parede e de mesa, aptofones 332           , uma réplica do telefone de Bramão de 1879, telefones blindados, para ambientes explosivos, telefones moedeiros, os primeiros telefones portáteis, maiores, mais pesados e mais deselegantes do que botas… Tudo isto, antigo de muitas décadas, é que dá vida ao “Museu de Telefones Valle”.

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“Gostava que uma entidade tomasse conta do museu para o conservar e enriquecer, tendo em atenção, sobretudo, a gente mais nova. A Câmara do Seixal, porém, não se mostrou interessada na ideia. Talvez surja uma instituição que dê outro valor a este espólio, que tenha outra visão cultural para a sua terra”, exclama José Valle, com um certo desalento.

 

Por José Augusto

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