Em Setúbal, Secil e Aurora Lithium integram lista de processos em análise. Finalizado está o projecto da Portucel
A região lidera, de longe, a lista de projectos com Potencial Interesse Nacional (PIN) que estão agora em acompanhamento um pouco por todo o País. No total, Portugal conta com 49 projectos PIN, dos quais 34 pertencem a concelhos do nosso distrito. O município de Setúbal iguala-se ao de Grândola – cada um com dois projectos – e acima só está Sines, que detém 12 planos.
Dentro da actividade que desempenham é a indústria de químicos e petroquímicos que obtém vantagem, seguindo-se as actividades do turismo, serviços e distribuição, equipamentos e produtos industriais, e cimento.
A Secil, grupo cimenteiro sediado no Outão, é a primeira da lista ao que se segue a Aurora Lithium, um projecto para implementar uma unidade industrial de conversão de lítio em Setúbal, esta última contemplada na listas de projectos com Investimento Directo do Estrangeiro (IDE), ou seja, neste caso específico a empresa Northvolt (Suécia) entra com 50% do capital destinado ao projecto – orçado nos 659,7 milhões de euros.
Em Grândola destacam-se a Mina da Lagoa Salgada, também esta a contar com investimento internacional por parte do Grupo Ascendant (Canadá) que entra em 25% do negócio, significa isto que o grupo investe mais de 28 milhões de euros em projecto cifrado nos 112,46 M€. A estreia no turismo e hotelaria dá-se com o negócio Na Praia, também em terras grandolenses, onde a espanhola Corunna Participaciones entra com 100% do capital (214,4 M€).
Sines ‘vence’ em quantidade de investimentos estrangeiros
Em Sines o volume de negócios toma uma proporção diferente com os doze projectos em análise. Começando pelo investimento na Repsol, onde a vizinha Espanha entra com a totalidade do valor (950M€). O negócio mais avultado mostra ser o Sines 4.0 Data Center com um valor que ascende os 300 M€ onde se observam investimentos por parte das britânicas Pioneer Point Partners (23,5%), e, DavidsonKempner (76,5%), perfazendo, em conjunto, os 100%.
Para a Madoqua H2 (489,65 M€) e a Madoqua NH3 (526,23 M€) são esperados investimentos holandeses e dinamarqueses e a CALB, fabricante de acumuladores e pilhas, é outros dos grandes negócios para o município sineense, em que a sede da empresa (China) é quem vai investir a totalidade de 2,060,88 M€. A espanhola Iberdrola vai alocar mais de 426M€ no negócio da Green Ammonia Express, bem como na Sunna, de equipamentos e produtos industriais com valor aproximado a 2.331M€.
Nas PIN, sem investimento estrangeiro, contemplam-se ainda os projectos Ngreen Hydrogen e PtX Sines.
Outros quatro concelhos têm também projectos traçados, nomeadamente Sesimbra com a Mata de Sesimbra, Alcácer do Sal, com a Quinta da Barrosinha, Palmela com a Hanon Systems e a Surf City Lisbon, no Seixal.
Para Palmela conta-se ainda um projecto IDE do Centro Internacional do Audiovisual cujo investimento é superior a 185M€, que vai contar com o investimento da francesa P2X-Europe GmbH.
Projectos finalizados também estão contemplados na lista
Existem outros processos que, além de já terem saído do papel, contam também com o acompanhamento concluído, o que as faz entrar no leque dos “Projectos PIN com Acompanhamento Finalizado”. Nenhum destes esteve abrangido pelos IDE.
Em Setúbal a fábrica de papel Portucel é um desses casos e, ainda neste território, a Unidade de Moagem de Clínquer, que se dedica ao fabrico de cimento. O turismo é pioneiro nesta categoria a contar com a Herdade da Costa Terra, a UNOP 5 Tróia, ambas em Grândola, e o Parque de Campismo e Lazer, em Odemira. Também em terras odemirenses se destaca a Atlantic Growers, que produz produtos agrícolas. Por fim, e no concelho de Sines, a Repsol (na categoria outros produtos químicos e petroquímicos), e, a Artenius (químicos refinados).
No rol dos acompanhamentos já finalizados entra também a Galp, em Sines, que integra a tabela dos “Projectos de Potencial Interesse Nacional com importância estratégica (PIN+)”.
PROJECTOS | Como se caracterizam os PIN?
Como o próprio nome indica os PIN constituem-se como projectos que têm interesse para o Estado, mostram-se inovadores do ponto de vista dos serviços que oferecem, e que são seguidos por um “sistema de acompanhamento de projectos de investimento” que, segundo a consultora Estrategor, faz um “acompanhamento próximo dos licenciamentos, autorizações ou aprovações que sejam necessários obter para a concretização do projecto”.
As PIN ganham assim um estatuto que se traduz na “prioridade ao nível de licenciamento e autorizações”, uma maior facilidade de acesso a fundos comunitários, bem como certos benefícios fiscais, e, a atribuição do estatuto de PIN no prazo de 30 dias.
