10 Maio 2024, Sexta-feira

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Américo Aguiar realça condições “sub-humanas” nas cadeias de Setúbal e Montijo

Américo Aguiar realça condições “sub-humanas” nas cadeias de Setúbal e Montijo

Américo Aguiar realça condições “sub-humanas” nas cadeias de Setúbal e Montijo

Bispo deixa fortes críticas às infra-estruturas prisionais que não respeitam “dignidade da pessoa humana”

 

O novo bispo da Diocese de Setúbal esteve em visita aos estabelecimentos prisionais de Setúbal e Montijo, onde diz ter encontrado condições “sub-humanas”. Américo Aguiar, em entrevista conjunta à Ecclesia e Renascença, elogia os profissionais das prisões, mas deixa fortes críticas aos espaços físicos onde os reclusos estão colocados.

O novo líder da diocese sadina tem visitado vários locais desde que tomou posse, no final de Outubro, e a sua passagem agora foi pelos estabelecimentos prisionais. O responsável esclarece que viu reclusos a “viver em condições abaixo do limiar da dignidade da pessoa humana”.

“Visitei os dois estabelecimentos prisionais, do Montijo e de Setúbal, e vou ter de gritar bem alto que não se pode privar a liberdade de homens, de cidadãos, de pessoas, e tê-los a viver em condições sub-humanas, como estão a viver”, refere Américo Aguiar.

O cardeal elogia os profissionais que trabalham nos estabelecimentos profissionais, mas deixa fortes críticas às infra-estruturas prisionais. “Vi excelentes profissionais, desde a direcção da cadeia, passando pelos guardas prisionais e por todos os trabalhadores, são magníficos. Estou a falar dos espaços físicos e de vida que são muito, muito, muito, muito abaixo daquilo que nós possamos imaginar como bitola para o respeito pela dignidade da pessoa humana”, alerta.

Américo Aguiar quer mudar imagem de Setúbal

O novo bispo sadino, que tomou posse no passado dia 26 de Outubro, deixa grandes elogios ao território setubalense, considerando-o como exemplo nacional. “É um território exemplar, que dá cartas, que é muito importante e que é decisivo em muitas áreas”, realça.

No entender de Américo Aguiar, é “inaceitável” que as comunidades sadinas continuem a ser referidas “negativamente” pela opinião pública. Nesta entrevista conjunta à Ecclesia e Renascença, o cardeal aborda ainda a crise política no país, alertando para os riscos de uma generalização de suspeitas sobre quem desempenha cargos públicos.

“Não sei se daqui a cinco ou dez anos teremos pessoas disponíveis para ser candidatas às juntas, às câmaras, a deputado e ao governo”, refere.

Para o cardeal, as pessoas que são eleitas para os cargos com poder de decisão “ganham mal”, enaltecendo a sua preocupação pelo momento de dificuldades, em que “tudo está a ser dinamitado”.

O bispo setubalense tem a esperança que até às eleições legislativas, marcadas para 10 de Março, mais do que debater casos judiciais, os partidos políticos apresentem “aquilo que propõem aos portugueses”, criando condições para que estes “escolham com consciência e com responsabilidade”.

“Se vamos discutir quem é mais simpático, quem é menos simpático, quem faz mais barulho, quem é mais reivindicativo, acho que chegamos à noite eleitoral e temos um problema matemático para resolver”, remata.

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