Francisco Jesus estima que “daqui a um ano a intervenção na capela esteja concluída”
No domingo, por ocasião do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Câmara Municipal de Sesimbra realizou uma visita técnica às obras a decorrer na Capela de São Sebastião e no Cabo Espichel, duas intervenções que fazem parte do trabalho de preservação do património e da memória colectiva do concelho, a par de outras realizadas, por exemplo, na Fortaleza de Santiago e na Moagem de Sampaio.
“Aproveitámos o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, e assinalámos aquilo que tem também sido uma aposta do município de reabilitação do património em todo o concelho, não apenas do ponto de vista daquilo que é a recuperação da memória colectiva, da história e das tradições e do próprio património edificado, mas sobretudo também com uma visão turística desta reabilitação”, refere Francisco Jesus, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra.
“A Capela de São Sebastião é o último edifício histórico que faltava reabilitar na vila de Sesimbra e vamos esperar que daqui a um ano esta intervenção esteja concluída”, adianta.
Esta segunda-feira, no seguimento desta iniciativa, os arquitectos do município Armindo Pombo e Mariana Quaresma realizaram a apresentação dos dois projectos numa sessão online, via Teams, na qual partilharam o trabalho desenvolvido até ao momento e explicaram o que ainda há por fazer.
De acordo com o arquitecto, a intervenção na Capela de São Sebastião, junto ao cemitério sesimbrense, vai permitir recuperar aquele que é “um dos edifícios mais antigos de Sesimbra” e marca a passagem da povoação do Castelo para a Póvoa de Sesimbra. A obra em curso, justificada pelo “simbolismo e valor histórico do edifício”, prevê a consolidação estrutural de todas as paredes, a colocação de novos revestimentos, a reposição do arco em cantaria para capela-mor, a execução da cobertura em telha tradicional com o tecto interior em madeira, o restauro das cantarias do portal, coro alto e cunhais, e colocação de pavimento tradicional.
Neste espaço, será ainda criada uma nova capela mortuária e um jardim interior com vista privilegiada sobre o vale e a vila. No que diz respeito à obra de valorização do Santuário do Cabo Espichel, a recente intervenção da autarquia no Santuário, orçada em cerca de um milhão de euros, permitiu restaurar o aqueduto setecentista, numa distância de cerca de dois quilómetros e meio, desde a Mãe d’Água, na Azoia, até ao Cabo.
Da intervenção fizeram também parte o arranjo e reordenamento do estacionamento e o recinto da Casa da Água, restaurada pela Câmara Municipal em 2017. Todas as intervenções foram feitas em colaboração com a Direcção-Geral do Património Cultural.
No final da sessão de segunda-feira à tarde, Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal, destaca a importância da realização destas visitas que o município de Sesimbra tem vindo a realizar recentemente e a sua complementaridade com a apresentação dos trabalhos e desafia os alunos sesimbrenses, que “têm no aqueduto do Cabo Espichel um aspecto importante de investigação”, a realizar “um estudo particular que o caso merece”.
A opinião é corroborada pelo arquitecto Armindo Pombo, que reconhece também a importância de “documentar este trabalho para futuras investigações”.
