6 Maio 2024, Segunda-feira
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Guerra aberta no PS por sucessão a Nuno Canta

Catarina Marcelino acusada de arquitectar estratégia e de traição. Já se “contam espingardas” no seio da comissão política

 

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Já existem dois nomes dispostos a encabeçar a candidatura do Partido Socialista (PS) à presidência da Câmara Municipal do Montijo nas eleições autárquicas de 2025. Ricardo Bernardes e Fernando Caria manifestaram à comissão política local que pretendem avançar.

Os anúncios, apurou O SETUBALENSE junto de fontes socialistas, foram feitos durante a última reunião do órgão concelhio, na passada sexta-feira, no n.º 12 da Praça da República, onde se encontra instalada a sede daquela estrutura partidária.

A situação acabou por gerar algum desconforto. Não só pela forma como o processo foi conduzido como também pelo “timing” escolhido. Até porque, as autárquicas ainda estão longe e o PS, há 25 anos no poder no município, está a meio de um terceiro mandato consecutivo com Nuno Canta – impedido de se recandidatar por força da lei de limitação de mandatos – à frente de um executivo camarário que em 2021 passou de maioria absoluta para relativa.

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“O PS tem primeiro de governar e só depois deve preocupar-se com os candidatos”, diz fonte socialista, que responsabiliza Catarina Marcelino, actual presidente da Assembleia Municipal do Montijo e que vinha sendo há algum tempo apontada internamente como forte possibilidade para suceder a Nuno Canta, de arquitectar com Ricardo Bernardes uma estratégia fora de tempo.

“Tratar de candidatos nesta altura não é um tiro no pé, são dois tiros nos dois pés. É um erro estratégico brutal. Isto é dos livros. Um erro provocado por Catarina Marcelino”, avança a mesma fonte, que não é única a considerar que Ricardo Bernardes foi “empurrado” pela autarca para avançar. Catarina Marcelino “está por detrás” do lançamento de Ricardo Bernardes, que “renunciou ao cargo de vereador” em Novembro de 2020 e “não recolhe tanta popularidade ou hipóteses de ser bem-sucedido” numa candidatura à Câmara Municipal como Fernando Caria, avaliam ainda vários elementos ligados ao partido.

“Caria foi traído”

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Na reunião de sexta-feira, o anúncio de Ricardo Bernardes contou com os “apoios de Catarina Marcelino, Ana Cristina Santos, Fernanda Fernandes e de mais dois elementos” e Fernando Caria, presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, “sentiu-se impelido a avançar”. “Ele foi traído por Catarina Marcelino e Ricardo Bernardes”, garantem fontes bem colocadas no PS. “Tentaram tirar-lhe o tapete [debaixo dos pés]”, afiançam.

No partido há quem defenda que Catarina Marcelino, com o seu posicionamento, “tenta, por um lado, fazer com que Nuno Canta se defina [nos apoios] e, por outro, criar turbulência interna para que possa retirar dividendos políticos no futuro”. Nuno Canta, que também preside à Comissão Política Concelhia, apenas registou, no decurso da reunião, a disponibilidade de Bernardes e Caria, sem manifestar apoio a nenhum dos lados.

Fernando Caria confirma que está disposto a avançar. “Estou totalmente disponível, se o partido assim o entender, para continuar a defender os interesses do Montijo e dos montijenses. E também confirmo que Ricardo Bernardes está disponível. Mas ainda é cedo. O partido a seu tempo deverá discutir e decidir ”, disse o autarca, que se escusou a tecer mais comentários.

Já Ricardo Bernardes não confirma nem desmente a sua disponibilidade nem o apoio de Catarina Marcelino. “Não entendo que seja adequado comentar publicamente assuntos internos do partido e não me revejo na atitude de quem o faz”, respondeu.

O SETUBALENSE tentou obter a reacção de Catarina Marcelino, através de contacto telefónico e de SMS, mas até ao fecho desta edição a autarca não respondeu.

Na reunião de sexta-feira foi aflorada a hipótese das eleições para as comissões políticas concelhias poderem vir a ser antecipadas até mesmo para antes da realização do congresso nacional do partido, o qual, apurou ainda O SETUBALENSE, foi adiado de Setembro próximo para Março de 2024.

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