3 Maio 2024, Sexta-feira
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As célebres e tradicionais cegadas em Setúbal

Da minha juventude ainda me recordo das célebres e tradicionais cegadas, que se realizavam na quadra do Carnaval, e dos festejos carnavalescos, com o corso na Avenida Luísa Todi e as brincadeiras nas ruas e nas colectividades.

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As cegadas e cavalhadas eram associadas ao teatro e ao fado, com textos escritos em verso, contando histórias reais que aconteciam na vida e que eram motivo para relatar muitas dessas peripécias no Carnaval, apresentadas nas colectividades, adegas, tabernas e nas ruas.

Enfim, uma autêntica festa carnavalesca que o povo gostava e adorava. No nosso distrito, Sesimbra é um dos poucos concelhos que ainda mantém viva a tradição das cegadas. O costume da zona rural, com mais de cem anos, está de volta durante o Carnaval às freguesias do Castelo e de Santiago.

Os grupos de cegadas são constituídos exclusivamente por homens. Em verso, e acompanhados à guitarra, apresentam, ao estilo das antigas canções de escárnio e maldizer, alguns dos acontecimentos da sociedade portuguesa.

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As cavalhadas são um costume típico das zonas rurais e, no concelho de Sesimbra, tem acompanhado várias gerações, onde os homens, a cavalo, de bicicleta ou de mota, demonstram a sua perícia, recriando hábitos medievais.

De Setúbal, já não me recordo de alguns dos fadistas e dos teatros – muitos deles já falecidos –, mas felizmente um ainda é vivo, tendo sido um dos bons fadistas de Setúbal. Falo de Fernando Machado, que me deu a conhecer algumas das cegadas, como “Perdão à Saudade” – a melhor que se realizou em Setúbal na época – e “Levanta-se o Mistério”, sendo que uma chegou a ser representada num programa televisivo.

Na Atalaia, Jardia, no concelho do Montijo, e noutros locais do distrito, por vezes eram convidadas para actuar as célebres cegadas de Setúbal. Recordá-las é viver. Tenho a esperança de que a cidade de Setúbal siga o exemplo de Sesimbra e que, no futuro, voltem a realizar-se as tão animada cegadas.

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Além das cegadas, ainda me lembro dos assaltos carnavalescos na minha infância e juventude, em que, em grupo, nas salas das colectividades, íamos todos mascarados e com máscara. Durante a ceia, as raparigas levavam os bolos e os rapazes as bebidas e no final da festa, à saída, tínhamos todos que tirar a máscara. Enfim, recordar esses tempos na minha, nossa sociedade, é viver!

Esta é mais uma das histórias que dou a conhecer aos jovens. Relembrar esses tempos e contá-las é reviver. Viva Setúbal!

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