O Exib Música assume-se como uma mostra de projectos para a construção de um pilar entre países e comunidades ibero-americanas
Pela quinta vez, Setúbal volta a ser a capital da música ibero-americana na Europa. É o Exib Música que, em termos globais vai para a 9. ª edição em Portugal, e entre os dias 18 e 21 de Outubro, traz à cidade perto de duas dezenas de concertos gratuitos e um congresso sobre cultura nas cidades.
“O Exib Música não é um festival de música, é um momento de debate, de reflexão e construção onde a cultura é um pilar aglutinador entre culturas e países e comunidades ibero-americanas”, explica Pedro Pina, vereador responsável pelo Departamento da Cultura do município de Setúbal.
Em termos musicais, vão acontecer 19 showcases; “uma festa da música em língua portuguesa e castelhana”, diz o vereador, com os espectáculos a acontecerem no Fórum Luísa Todi e no Convento de Jesus. Mas no essencial, nestes quatro dias o que vai acontecer é o Congresso Internacional “Cidade, Música e Criação, Cidades Criativas: Presente e Futuro”.
Organizado pela Câmara Municipal, Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, Associação Cultural exibproject.org e a Fundação Kreanta, com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa, este Congresso Internacional reúne projectos num encontro que visa explorar os desafios enfrentados pelas cidades que promovem a mobilidade artística e se destacam como centros de criação e inovação cultural.
“Este foi um processo demorado e maturado, onde foram apresentadas centenas de candidaturas e projectos de toda a zona Ibero-americana”, aponta o vereador que manifesta grande satisfação por Setúbal “continuar a receber a confiança para ser, mais uma vez, a capital Ibero-americana da música”.
Com parte do congresso a decorrer no Mercado do Livramento, aqui vão reunir-se profissionais da cultura, da música, sector público e cidadãos que vão explorar o papel central da cultura no desenvolvimento e transformação social sustentável das cidades, apresentar políticas e práticas para promover a criação local e defender o papel transversal da música, raízes e narrativas no desenvolvimento de convivências urbanas pacíficas.
“Em Setúbal iremos ver nascer novos pensamentos e sinergias em torno da importância da criação artística para as cidades”, interpreta Pedro Pina que lembra o projecto SEIVA, de Setúbal, que teve a sua grande projecção quando se realizou o Exib Música em Évora.
Por outro lado, considera o vereador que esta 9.ª edição do Exib Música e 5.ª em Setúbal, vem em tempo próprio quando os 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) estão a debater o “pensamento estratégico de uma cultura metropolitana”.
“É curioso que no quadro do congresso “Cidade, Música e Criação, Cidades Criativas: Presente e Futuro”, tenhamos esta discussão. “É importante sobre aquilo que é o papel das cidades, e como elas são importantes na construção da cultura”.
E acrescenta: “A nossa participação [Setúbal] será activa, nomeadamente sobre quais são os papéis dos desafios das políticas públicas locais para o desenvolvimento e centralidade da cultura no desenvolvimento e sustentabilidade de uma cidade, e como é que hoje se conjuga dentro de uma grande metrópole como é a AML, onde Setúbal tem papel ímpar”.
Espectáculos musicais no Luísa Todi e Convento de Jesus
A EXIB Música 2023 começa esta quarta-feira, às 9h45, com uma sessão de boas-vindas no auditório do Mercado do Livramento, onde, de seguida, tem início a terceira edição do Congresso Cidade, Música e Criação, a qual se prolonga pelo dia 19.
O congresso reflecte sobre os desafios que se colocam às cidades na promoção da criação artística e da difusão cultural, destacando o papel transversal de música, raízes e narrativas no desenvolvimento de convivências urbanas pacíficas.
“A História por trás das Canções” é o título de um encontro que decorre no dia 20, das 11h00 às 13h30, no Convento de Jesus, com o objectivo de estabelecer novas pontes entre as culturas latino-americanas e europeias, com a participação de dez artistas que partilham canções e as histórias que as inspiraram.
Com 19 espectáculos musicais, repartidos pelo Fórum Municipal Luísa Todi e pelo Convento de Jesus, claustros e igreja, a par de outros eventos noutros locais, da América Latina vêm Ensamble B11 (Venezuela), Copla Alta Dúo (Uruguai), María Cristina Plata (Colômbia), Laura Itandehuí (México), Ariel Brínguez Quintet (Cuba), Mirla Riomar (Brasil), Eva y Nadia e Garupá (ambos da Argentina), Juliette Robles (Peru) e Ilyari y Los 4 Suyos (Equador).
A Cantadeira, Diego el Gavi e Sara Vidal, de Portugal, e Ana Crismán, Lía Sampai e Magaly Saré y Manel Fortiá, de Espanha, são os representantes da Península Ibérica, num evento que conta ainda com uma actuação conjunta do português Marco Oliveira, do espanhol Hugo Arán e do brasileiro Márcio Faraco no espectáculo “Cada um Canta uma”.
