3 Maio 2024, Sexta-feira
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Profissionais da USF de São Filipe suspeitam que amianto está a provocar problemas cancerígenos

Vereador do PSD explicou na última reunião de câmara que responsáveis adiantam que há registo de seis casos de cancro

 

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Os profissionais da Unidade de Saúde Familiar (USF) de São Filipe, na zona do Viso, suspeitam que o amianto existente na cobertura do edifício lhes está a provocar graves problemas na saúde, nomeadamente cancro, uma vez que a presença de amianto em materiais degradados pode representar um perigo para a saúde pública.

A situação foi levantada por Fernando Negrão, vereador do Partido Social Democrata (PSD), na reunião pública de quarta-feira, durante a qual explicou que, de acordo com os responsáveis da USF de São Filipe, “há dois casos de morte por cancro, há dois casos de pessoas com cancro que recuperaram e há dois outros reformados que contraíram essa doença”.

“Naturalmente que não vou dizer que a causa directa seja o amianto, mas sabemos da ligação entre uma coisa e outra. São casos sufi cientes, e demais, que podem justificar alguma intervenção urgente ou, pelo menos, preocupação directa da parte da câmara ou junto do Ministério da Saúde”, disse o autarca no período antes da ordem do dia.

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O social-democrata referiu tratar-se de um “problema grave”, em que “a preocupação de todos os funcionários e de alguns utentes é muito grande”. Em resposta, Pedro Pina, vereador da CDU com o pelouro da Saúde, confirmou que a autarquia já tinha conhecimento da situação.

“O que lhe posso dizer objectivamente à matéria que aqui nos trouxe é que a Câmara Municipal de Setúbal conhece, já sinalizou e, inclusive, demonstrou disponibilidade para tentar perceber de que forma é que poderá intervir, sendo que ultrapassa as suas responsabilidades directas”, frisou o autarca comunista.

Antes, Pedro Pina afirmou que, “no que diz respeito à fragilidade das infra-estruturas das unidades de saúde familiares, para grande circunstância das dificuldades de todos os utentes, é uma realidade transversal à grande maioria das unidades do concelho”.

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No entanto, explicou que, “na negociação que se tem vindo a estabelecer relativamente à transferência de competências” na área da Saúde, “é mais uma matéria que estaria e que estava omissa e que não pode ficar, de todo, sem estar objectivamente considerada”.

“E perceber em que medida é que o Governo considera essa mesma unidade para transferir porque não faz qualquer sentido que perante esse diagnóstico, que é apenas uma parcela, que fi que a Câmara Municipal com um ónus para o qual não tem depois os meios e os recursos para o resolver”, acrescentou.

Em comunicado, o PSD dá ainda conta de que, além da existência de uma placa de amianto, “já muitas vezes reclamada e cuja remoção tarda em ser executada”, as instalações da USF de São Filipe ficam alagadas, “com água proveniente da cobertura, sempre que chove com alguma intensidade”.

Por este motivo, entende a coordenação da USF que “a substituição da cobertura é indispensável”. “É do interesse público e dos funcionários a remoção do amianto e a devida reabilitação da cobertura, mas esta não tem sido atendida porque o terreno onde se encontram estas instalações “provisórias”, do início da década de 90, é de “ninguém””.

Segundo os sociais-democratas, em nota assinada por Nuno Carvalho, presidente da Comissão Política da Secção de Setúbal do PSD, “não sendo o terreno do Estado, esta circunstância tem servido de absolvição para não se realizarem as obras necessárias”, em que “a última intervenção feita ao edifício remonta a 2010, durante o governo Sócrates”.

“O último relatório que a coordenação tem em mãos é de 2008, representando um parecer sobre a eventual avaliação da concentração de fibras de amianto em suspensão no ar no interior da USF de São Filipe e sabendo-se que foi elaborado por um técnico de Engenharia Sanitária”.

Com o intuito de ser discutida a situação, que “afecta não só os profissionais, bem como todos os utilizadores e população local”, realizou-se na tarde de quarta-feira “uma reunião à porta fechada entre a coordenação da Unidade de Saúde Familiar de São Filipe e o presidente do ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] Arrábida”.

A reunião teve “como objectivo reforçar a necessidade de se efectuar uma vistoria em que se proceda à medição das partículas de amianto, com vista à realização de um relatório que verifique se existe um efeito de causalidade entre a existência do amianto e os casos de cancro detectados”, sublinham os sociais-democratas.

O SETUBALENSE tentou ouvir a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), mas até à data não obteve resposta às questões enviadas por e-mail.

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