26 Abril 2024, Sexta-feira
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Uma centena de pessoas e autarcas da Arrábida unidos em marcha para exigir um “hospital a 100%”

Presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra e utentes defendem urgências abertas em permanência e mais profissionais de saúde

 

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Mais de uma centena de pessoas juntaram-se este sábado aos presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra na manifestação em defesa do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), durante a qual foi exigido um “hospital a 100%”, o que passa por manter as urgências abertas em permanência e pela contratação de mais profissionais de saúde.

Os autarcas dos três municípios da Arrábida, bem como vereadores e presidentes de juntas de freguesia, representantes dos profissionais de saúde e dos utentes e população, enquanto gritavam que “a saúde é um direito” e que “é urgente um hospital para toda a gente”, mostraram-se unidos na marcha que partiu da Praça Vitória Futebol Clube.

Percorridos cerca de dois quilómetros, e depois das cinco intervenções que tiveram lugar no Largo José Afonso, foi aprovada, por aclamação, uma resolução em que “os autarcas, profissionais de saúde, utentes e população reunidos na ‘Marcha pela Saúde’ exigem que o Governo tome medidas para que o hospital funcione com urgências abertas em permanência e com profissionais de saúde que assegurem o seu funcionamento”.

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Antes, Rosa Maria, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal, abriu as hostilidades, ao relembrar que “no dia 15 de Fevereiro o ministro da Saúde visitou o Hospital de São Bernardo e prometeu que as urgências pediátricas não iam encerrar”.

“Ao dizer isso mentiu. As nossas reivindicações nada mais são do que fazer cumprir os nossos direitos constitucionais. Defendemos mais investimento no Serviço Nacional de Saúde [SNS], o reforço dos cuidados de saúde primários e condições técnicas e humanas necessárias para que o CHS possa funcionar a 100%”, afirmou.

Já Julieta Sousa, em representação do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, referindo-se às obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS, que arrancaram no mês de Março, explicou que “muitos dos utentes pensam que tudo vai mudar com a construção de um novo hospital”.

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“Mas o que é um carro sem motor? Para que o hospital funcione são necessários médicos especialistas”, salientou. Em seguida, o presidente da Câmara de Setúbal recordou que há dois anos vários serviços do CHS “estavam com metade dos profissionais que seriam obrigatórios para dar resposta aos utentes”, o que levou os directores hospitalares a apresentarem a sua demissão.

Para André Martins, tem-se vindo a assistir ao “degradar da situação” do CHS. “O que está em causa é a capacidade política [do ministro da Saúde] para responder a uma obrigação constitucional. Alguém tem de assumir a responsabilidade política de criar as condições para que o SNS tenha financiamento e garanta a permanência dos profissionais”, disse.

Além disso, o autarca explicou que não vê “serem tomadas as medidas necessárias para que, a prazo, sejam criadas as condições” de acesso das populações à saúde, pelo que prevê que a situação vai agravar-se nos próximos meses, até porque está a chegar o Verão e “os trabalhadores têm direito às suas férias”.

Enquanto isso, o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, referiu que nos últimos meses, “sem prejuízo dos avanços na ampliação do CHS, nas questões concretas que é a resposta aos problemas das populações tem-se assistido a retrocessos”, nomeadamente com o encerramento de urgências.

“Uma boa resposta dos centros de saúde, alargada nos horários e profissionais de saúde em número suficiente, desanuvia o hospital”, defendeu o edil. Em seguida, no que diz respeito aos cuidados de saúde primários, alertou: “Cada vez que nos estamos a substituir ao Governo central para realizar obras da sua responsabilidade, estamos a deixar menos capital para realizar obras que são da nossa responsabilidade”.

Depois de referir que o Hospital de São Bernardo é “um hospital de referência”, o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, reforçou que o exigido é “um hospital a 100%” e não “um hospital amputado de serviços”.

“Os problemas que têm havido deve-se à falta de investimento e de uma política ágil, séria e decidida. O caminho é a contratação e valorização dos profissionais”, sublinhou. Referindo-se à ampliação do Hospital de São Bernardo, o autarca explicou que “a expectativa é ter equipamentos modernos e que isso possa contribuir para a fixação dos profissionais”. “Não podemos é correr o risco de ter paredes sem gente dentro”, frisou.

A manifestação, realizada no fim-de-semana em que as urgências de Pediatria e de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, assim como o bloco de partos, estiveram encerradas por decisão da Direcção Executiva do SNS, foi convocada pelo Fórum Intermunicipal da Saúde na reunião realizada no passado dia 23 de Março.

O referido fórum foi convocado pelos presidentes das três autarquias, no qual estiveram várias entidades ligadas ao sector e onde foi discutida a decisão de encerrar quinzenalmente, ao fim-de-semana, as urgências pediátricas do Hospital de São Bernardo no âmbito da estratégia de reorganização dos serviços de urgência de pediatria na Área Metropolitana de Lisboa.

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