27 Abril 2024, Sábado
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Oftalmologia do Hospital de São Bernardo lidera a nível nacional

Com tecnologia de primeira linha ao nível da cirurgia, o serviço de Oftalmologia em Setúbal espera crescer com o novo edifício em construção 

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O Serviço de Oftalmologia do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, é tido como referência nesta especialidade médica, tanto a nível da região como do País. Assim o afirmam o director do Serviço de Oftalmologia, Mário Ornelas, e o coordenador do Departamento de Retina e Vítreo, Pedro Neves, sobre esta unidade que responde a doentes vindos deste o Barreiro até ao Litoral Alentejano, e recebe também algumas pessoas referenciadas dos distritos de Beja e Portimão.

“A nossa grande área de influência extravasa o concelho de Setúbal. Podemos dizer que se estende do Barreiro ao Algarve”, diz Pedro Neves. Acontece “pela divulgação” que os cuidados médicos ao nível da retina em Setúbal têm “historicamente granjeado”. Isto leva a que alguns doentes, por sua própria iniciativa, procurem o Hospital de São Bernardo nesta especialidade, ao abrigo da lei de livre de acesso, e outros venham referenciados por clínicos de outras unidades hospitalares porque sabem que “aqui à resposta”, acrescenta Mário Ornelas.

Recentemente, no final de Outubro, a especialidade de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) somou mais pontos na qualidade e inovação na resposta que presta aos utentes. Pedro Neves, em representação de Portugal, venceu a competição europeia, 8th EuroVeRsion contest 2023, no congresso European Society of Retina Specialists – Euroretina, em Amesterdão, na área da vítreo-retina. Uma competição onde estavam países como a Grécia, Inglaterra, Itália, Holanda e França.

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O vídeo do CHS consistiu na apresentação de uma técnica de angiografia intra-ocular durante a cirurgia de vítreo-retina, que tem sido desenvolvida e investigada desde 2022 por algumas equipas a nível mundial e que permite a avaliação da rede retina durante a cirurgia.

“Esta técnica permite dar mais informação no decorrer uma cirurgia de acordo com a patologia do doente. Conseguimos imagens que não são possíveis com um microscópio convencional. Esta cirurgia, por si, é uma prática antiga, mas com esta inovação técnica, é conseguida maior segurança, e já o fazemos no bloco do Hospital de São Bernardo”, diz Pedro Neves.

Sobre o objectivo de ter participado nesta competição europeia, afirma que foi para “divulgar esta técnica”. É que se a mesma for praticada apenas no hospital de Setúbal, “o seu desenvolvimento é mais lento, e não é isso que se prende”. Actualmente, a nível nacional, a unidade sadina “é a única que prática esta técnica cirúrgica, e mesmo a nível mundial não é muito comum”.

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“É um procedimento relativamente caro”, admite Pedo Neves, mas em Setúbal é possível por o hospital ter “o melhor aparelho que existe no mercado, o de visualização e também para o processo operatório”, refere o clínico.

Com os conhecimentos necessários e inovadores na área da Oftalmologia, este serviço debate-se com outro tipo de constrangimentos: falta de espaço, inclusivamente a falta de bloco operatório dedicado. Mas a solução não é fácil, ou possível, dentro das actuais instalações do Hospital de São Bernardo; a esperança está no edifício, anexo ao actual, que está a ser construído. Uma obra que começou em Março deste ano, tem um custo de 27 milhões de euros e deverá estar concluído dentro de ano e meio.

“O novo edifício vai permitir redesenhar o serviço de Oftalmologia e planear um futuro com maior capacidade de resposta aos utentes. Não falo num piso inteiro dedicado a este serviço, mas, pelo menos, ter um bloco dedicado e duplicar um serviço que hoje está encaixado quase num corredor em consultas externas. Será uma oportunidade também para atrair novos colegas a este serviço”, comenta Pedro Neves.

Um dado que parece certo é o serviço de Oftalmologia transitar para o novo edifício. Ao que o director deste serviço tem conhecimento, “existem alguns planos estudados a acompanharem a obra do novo edifício. Não faz sentido o serviço de Oftalmologia ficar onde está. O planeado é uma área maior no novo edifício, mas nada está ainda completamente definido. Porém, com o crescimento constante do número de utentes que temos tido, a expectativa é ter um espaço mais alargado”.

Lista de espera dentro das directrizes indicadas pelo Ministério da Saúde

Com um quadro fixo, o serviço de Oftalmologia, tem 34 profissionais que respondem à população da sua área de influência, essencialmente de Setúbal, Palmela e Sesimbra, além de muitos utentes do Litoral Alentejano, e não só.

Deste número de profissionais, 13 são oftalmologistas, sendo que apenas seis estão a tempo inteiro, o que atendendo às contas da rede nacional de referenciação, não são suficientes para responder à população do concelho de Setúbal. “Esta rede indica que deve haver um oftalmologista por 20 mil pessoas”, diz o director do Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. Bernardo. Ou seja, “deveríamos ter 11 oftalmologistas a tempo inteiro”. Mesmo assim, seria curto para cumprir os cerca de 130 mil habitantes do concelho, além dos de Palmela e Sesimbra.

Apesar disto, diz Mário Ornelas que a lista de espera neste serviço “está a diminuir”. “Neste momento a lista de espera é de seis meses, portanto, estamos praticamente a cumprir as novas directrizes do Ministério da Saúde, tanto na consulta como na cirurgia.

Questão é, admite o médico, se assim vai continuar a ser tendo em conta o elevado número de utentes que procura este serviço em Setúbal. “Quanto melhor trabalhamos, maior é o número de pessoas que, directamente, nos procuram, ou são referenciadas de outros hospitais para o São Bernardo”.

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