19 Maio 2024, Domingo

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Bombeiros Sapadores de Setúbal

Bombeiros Sapadores de Setúbal

Bombeiros Sapadores de Setúbal

As justas reivindicações dos Bombeiros Sapadores de Setúbal não se esgotam na última decisão do Presidente da autarquia.

Bem pode André Martins lançar uma cortina de fumo sobre a sua incapacidade para dirimir um conflito que se arrasta no tempo, há demasiado tempo, atirando, agora e em desespero responsabilidades para o Governo, fugindo às questões que urgem por uma resposta.

A verdade dos factos é que o desnorte e a falta de liderança são vizinhos na incapacidade para a gestão de um conflito laboral que se arrasta há vários anos e que teve nos últimos dias uma resposta inédita e que a todos nos embaraça.

Setúbal assistiu a um grito de revolta dos Bombeiros Sapadores e parece acordar agora para um conflito que vem opondo o executivo CDU a este grupo profissional. Um grito de revolta contra sucessivos atropelos a direitos laborais que se agudizam com a manifesta incapacidade deste executivo CDU em encontrar soluções.

A mais recente decisão do Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, que determinou a suspensão do pagamento do subsídio de turno e do trabalho suplementar é mais um exemplo da incapacidade para encontrar compromissos.

Com efeito, não descurando a existência de um problema de fundo, ao qual o Governo é sensível e sobre o qual demonstra disponibilidade para dialogar, a verdade é que outras autarquias tiveram a capacidade de encontrar soluções que levaram a um consenso e à paz social.

André Martins tenta esconder que o conflito laboral entre os Bombeiros Sapadores e o executivo CDU vem do tempo de Dores Meira e que no seu mandato o conflito, que se arrasta sem fim à vista, já leva mais de 8 meses de uma greve contra a incoerência de quem afirma ter na acção política a defesa dos trabalhadores.

A recente decisão do executivo CDU é mais um exemplo de situações que contribuem para o conflito e não para o diálogo na busca dos necessários consensos. Diálogo e consenso que os Vereadores do PS eleitos na Câmara Municipal de Setúbal sempre exigiram.

Situações de conflitualidade e de atropelos laborais sempre denunciados pelos autarcas socialistas e desvalorizados pelo executivo comunista.

Bem podem André Martins e o executivo CDU esconder a sua responsabilidade, mas a revolta destes trabalhadores é o reflexo de dezenas e dezenas de processos disciplinares (na sua maioria arquivados por evidente inexistência de factos passíveis de procedimento disciplinar), o desgaste psicológico, os castigos, a humilhação pública e os ataques de carácter, tudo comportamentos passíveis de configurar assédio laboral e que resumem as relações laborais conturbadas em mais de uma década.

A decisão de suspender o pagamento do subsídio de turno e do trabalho suplementar tem impacto directo e imediato na vida de dezenas de bombeiros e das suas famílias e, segundo André Martins, está suportada em jurisprudência de 2018.

Torna-se, por isso, difícil compreender que esta medida seja tomada agora, num momento em que é evidente a escalada do conflito entre os trabalhadores e a sua entidade patronal.

É fundamental procurar um enquadramento que, no estrito cumprimento da lei, não penalize os trabalhadores de uma forma tão violenta como aquela que decorre desta decisão de André Martins, procurando paralelismos e alternativas nas soluções adoptadas por outros municípios – em suma, laborando nas soluções e não no agudizar dos problemas. Urge, pois, a abertura da porta do diálogo e a construção de pontes de entendimento que permitam a normalização das relações laborais.

A revisão do Acordo Colectivo, a criação de um suplemento de prevenção, a verdadeira implementação do código de conduta contra o assédio no local de trabalho e o regresso do destacamento de sapadores a Azeitão são compromissos que os vereadores do PS reafirmam e aos quais o executivo CDU deveria ser sensível.

Bem pode o presidente da autarquia chamar o Governo para o conflito sacudindo a água do capote, que a sua responsabilidade jamais será apagada. O concurso de promoção cuja sentença judicial classifica os critérios de obscuros e do qual a autarquia recorreu da decisão de anular uma lista ilegal, em vez que fechar o conflito.

A decisão do Tribunal Arbitral que dá razão aos trabalhadores no posicionamento remuneratório e do qual André Martins assumiu não recorrer colocando fim ao conflito, mas que depois deu o dito pelo não dito, recorrendo da decisão e falhando ao compromisso assumido.

São dois dos vários exemplos da incapacidade para dirimir um conflito que se arrasta no tempo, sem que o executivo CDU, fechado em si, tenha a capacidade para recuar e abrir as portas do diálogo com todas as estruturas representantes dos Bombeiros Sapadores.

Ora, discordando da forma de manifestação, nomeadamente na utilização de viaturas municipais para o corte de estradas e repudiando todo e qualquer acto de violência, os vereadores dos PS reiteram a sua total solidariedade para com os Bombeiros Sapadores de Setúbal e as suas famílias e o reconhecimento das suas justas reivindicações, defendendo intransigentemente o diálogo na procura de consensos, o regresso à paz social e o estabelecimento de plataformas de entendimento entre os trabalhadores e o Município.

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