9 Maio 2024, Quinta-feira

- PUB -
Dia mundial pela erradicação da pobreza

Dia mundial pela erradicação da pobreza

Dia mundial pela erradicação da pobreza

A propósito da pobreza, até ao Natal, não vão faltar iniciativas abordando esta questão. Em regra, numa perspetiva assistencialista, como aconteceu no passado dia 12 de outubro. O Governo deu a conhecer mais um plano de combate à pobreza sem identificar suas causas. É como se tivéssemos sido vítimas de uma qualquer maldição divina para castigar os portugueses. Ou então, o Governo estará de acordo com a grande burguesia, que tenta passar a ideia de que a pobreza é uma fatalidade que atinge quem não tem sorte, quem não se esforça o suficiente, ou quem não quer trabalhar. Daqui conclui que a responsabilidade última das situações de pobreza radica nos próprios pobres. Como se alguém em vez de querer recuperar a dignidade devida a todo o ser humano e sair da pobreza, desejasse ter a pobreza como forma de vida. O Governo não o fez por esquecimento ou incompetência, mas para não ser visível que as políticas que têm vindo a ser implementadas por diversos governos a que se juntam agora o Chega e LI, são os principais responsáveis pela pobreza. Segundo o INE, são mais de 2 milhões os portugueses que vivem ou estão no limiar da pobreza e destes, são cada vez mais os que trabalham, têm um salário, mas empobrecem trabalhando. Significativo, um relatório dado a conhecer pelo INE antes da pandemia, onde consta que os cerca de 300 mil portugueses que conseguiram um posto de trabalho entre 2015 e 2019, na sua grande maioria não saiu da situação de pobreza por terem tido como única fonte de rendimento o salário mínimo nacional. Daqui é fácil identificar uma das causas da pobreza: os baixos salários.
Quer isto dizer que a causa essencial da pobreza é a exploração, são os baixos salários e as baixas pensões e reformas. É o desemprego e são as despesas cada vez maiores com a habitação, a saúde, educação e outros serviços públicos que reduzem drasticamente o rendimento das famílias. Em contrapartida os lucros dos grupos económicos e dos grandes capitalistas crescem todos os dias. Os banqueiros arrecadam em cada dia 15 milhões de Euros. Os 5% mais ricos do país, concentram 42% da riqueza nacional. Por opção dos governos que têm estado ao seu serviço.
O PS, tenta esconder que, foi o partido que mais anos governou o país. Ao mesmo tempo o PSD, tem em curso uma tentativa de lavagem e branqueamento do seu passado. Colocou o conta-quilómetros a zero, deu uma nova pintura no carro e está a tentar vendê-lo como novo quando governou o país quase tanto tempo como o PS. Naquilo que é estruturante,ambos contribuíram para a situação de pobreza em que vivem mais de dois milhões de portugueses.
É preciso reafirmar que não há resposta possível, no combate à pobreza, insistindo nas políticas que estiveram na sua origem. O que se impõe, é considerar. o aumento geral de salários como uma emergência nacional. A começar pelo salário mínimo, 910 euros em janeiro e 1000 durante o ano de 2023. E o aumento das pensões 7,5% com um mínimo de 70 euros.
É necessário colocar Portugal a produzir. Aumentar a criação de riqueza e proceder a uma mais justa distribuição. O que se exige é que se assuma uma viragem na política nacional. A luta dos trabalhadores e das populações, mais cedo que tarde, acabará por impor uma nova política e um governo que tenha como único objetivo, servir os trabalhadores o povo e o país.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -