8 Maio 2024, Quarta-feira

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Os seniores e os seus problemas

Os seniores e os seus problemas

Os seniores e os seus problemas

Recentemente a ONU deu a conhecer o cálculo provável do actual número da população mundial, atingindo o número mais elevado de sempre. Apesar das guerras que grassam nos quatro cantos do mundo e das noticias dos muito frequentes cataclismos naturais que vão acontecendo (com mais frequência?), como sejam tremores de terra que arrasam cidades, tufões que no seu trajeto de quilómetros deixam uma “estrada” de destroços e de vítimas, apesar das secas que são responsáveis por mortes de fome (além de ondas de refugiados que se afogam na fuga), de epidemias como a do recente “covid19” que matou milhões, dos índices de mortalidade por várias doenças banais continuarem altos (mesmo com o alucinante progresso das ciências), apesar de tudo isto, a população do nosso globo continua a aumentar.

E nos países chamados desenvolvidos e nos muitos candidatos a serem assim considerados, a probabilidade média de vida dos cidadãos vai sempre subindo lentamente tendo por consequência o aumento constante dos cidadãos inativos, isto é, não produtivos – e que, não produzindo riqueza, continuam a ter de comer e ter casa – dando origem a problemas graves de subsistência e alojamento.

Este problema está na ordem do dia, por exemplo, em França com um ambiente turbulento e de violência por o Governo querer aumentar a idade da reforma. E está igualmente entre nós, com a verificação , agora tornada pública, de que os lares para acolher os idosos que as famílias não conseguem manter, não têm nem a qualidade habitacional, nem a higiene, nem os cuidados sanitários e médicos que os seniores exigem.

Em Portugal, e em muitos outros países vive-se uma crise de nascimentos – os casais sem filhos ou apenas com um, são a regra – o que tem feito crescer o número de idosos (não produtivos!) que continuam com direito a uma vida digna. E nos países com  um número significativo de pobres (ou no limiar da pobreza) e com uma classe média igualmente sem rendimento suficiente capaz de manter os “avós” a seu cargo, surgiu uma oportunidade dum negócio rentável – os lares.

Os governos tentam resolver o problema criando e dando o aval a lares com um padrão de obrigações que deem aos “senhores” uma vida digna, mas, como a procura é grande, o negócio é apetecível e nascem os “lares clandestinos”, muitos deles (demasiados) não têm as condições mínimas que a dignidade humana exige.

E já nem levanto o problema da “desclassificação social” do idoso – quase sempre considerado um peso que não produz, mas consome! É curioso que em sociedades mais primitivas “o mais velho” é respeitado e “ouvido”! E, curiosamente, a “demência senil” (Alzheimer) aumenta em paralelo ao chamado progresso civilizacional (ou económico) por causa do tipo de alimentação e da inatividade.

Eis uma situação e um problema grave do nosso momento civilizacional! Aumento de população, problema demográfico, problema social, problema político, problema que não vemos ser equacionado em todas as suas facetas. E como a dignidade dos seres humanos está em lugar secundário, abaixo de outros como a produtividade, o lucro, as contas públicas, o déficit, etc, enquanto esta situação não é encarada na sua importância real, os idosos vão sendo postos de lado, considerados mercadoria para negócio, vão sendo desconsiderados e mal tratados. E diz-se que somos países civilizados!

Muitos dos nossos idosos “põem-se a jeito”. Como é uso dizer-se, pois a maioria também deixa de trabalhar, de fazer exercício físico, de ter projetos para o seu futuro (que ainda têm depois de reformados), conformam-se à inactividade. A maioria dá-se por “acamada” para a sociedade!  É urgente uma mudança radical de organização da nossa sociedade, tomando consciência que esta “é uma sociedade que mata”. E não só velhos! Meio mundo “dança à volta do “bezerro de oiro!

E os seniores? Coitados.

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