10 Maio 2024, Sexta-feira

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Os bancos e o Carnaval

Os bancos e o Carnaval

Os bancos e o Carnaval

Mário Moura –
Médico

Quarta feira de cinzas, acabou-se a folia mais ou menos forçada dos dias de Carnaval. A televisão nos seus variados canais não se cansou de nos dar imagens de foliões do norte a sul do país. E no estranjeiro. Lá vimos na generalidade dos carnavais uma imitação do famoso carnaval do Brasil – o povo vem para a rua, as crianças diluem-se na multidão de adultos que dão vasão ás energias reprimidas pelas conveniências sociais – e os homens vestem-se de mulheres, as mulheres despem-se quase totalmente, tudo é permitido a coberto duma mascara. Felizmente que ainda se  mantéem algumas tradições com a sua personalidade própria, no interior do país, e que vão resistindo ao samba e  aos vestidos cheios de  plumas  e cores berrantes.

E vêm as críticas políticas , aos factos mais recentes e , em especial, ás personalidades que ocupam as cadeiras do poder e aos problemas que afetam a sociedade em profundidade, como sejam os grandes julgamentos que a justiça tem em mãos – muitos deles há tempos sem fim – ou as situações em que se encontram , por exemplo, o S.N.S., as lutas sindicais ou a situação calamitosa dessas instituições que dão pelo nome de bancos. E com estes as situações são tão chocantes que nos fazem ter dúvidas para que servem.

Um Zé Povinho simples pensa em geral que os bancos serviam para guardar o nosso dinheiro , para emprestarem verbas maiores para que fosse possivel fazer certos negócios como, por exemplo, comprara uma casa ou um automóvel que depois se ia pagando em pequenas tranches com – é evidente – o pagamento duma parcela como juros. E assim os bancos de maior ou menor dimensão iam vivendo, facilitando o desenvolvimento do país, juntando os seus lucros que compensavam os donos dos capitais.  Mas há muito que os nossos bancos têm prejuízos de milhões e até abrem falência. E aqui começa a confusão para o tal Zé Povinho ao ouvir nos telejornais ou lendo nos jornais que para salvar alguns – não fossem todos á falência! – o Estado tinha que “ajudar” com uns milhões. Ora o dinheiro do estado saiu dos nossos bolsos por meio dos impostos, das taxas e taxinhas que se pagam por muitas coisas da vida corrente. E começamos a tomar consciência de que afinal os bancos são uma coisa muito complicada pelo emaranhado de problemas e pelo terreno fértil em grandes negociatas favorecendo este ou aquele.  Eu já perdi a conta aos bancos que, entre nós, faliram deixando pelo caminho imensos problemas para a justiça.

Alguns dos nossos banqueiros afinal usavam máscaras mesmo sem ser no carnaval. Alguns dos nossos banqueiros tiveram um poder enorme durante muitos anos vindo depois a conhecer-se as “trapaças” em que se meteram. Já faliram três ou quatro e já conhecemos publicamente muitas das negociatas que fizeram , mas ainda não vemos um desses,  não êxito em chamar-lhes ladrões, detrás das grades da prisão. Parece que afinal o Carnaval não tem data certa e que muita gente anda disfarçado com  máscara  sem nós darmos por isso.

Nunca será quarta feira de cinzas para alguns desses senhores? Temos de concluir que há quem ande permanentemente mascarado!

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