Ontem, domingo, o jovem Dinis Reis ficou apurado para a semifinal do programa de talentos da RTP1
Dinis Reis, jovem pianista e compositor setubalense, foi ontem, domingo, apurado para a fase das galas, semifinal, do programa da RTP1 “Got Talent Portugal”, ao ser um dos seis, do seu grupo, apurados pelo júri para a fase seguinte.
O jovem de15 anos começou por ser seleccionado ao receber o Cartão Dourado do maestro Rui Massena, um dos elementos do júri, superou a fase de audição com unanimidade dos jurados e foi apurado para as semifinais. O próximo desafio será a 31 de Março, Domingo de Páscoa e, se for apurado, vai disputar a final no domingo 7 de Abril.
Aluno do Conservatório Regional de Setúbal, no 6.º grau, Diniz Reis, que vem de uma família ligada à música, o seu pai mais ligado à música tradicional portuguesa e a mãe que faz parte do Coro Setúbal Voz, começou aos sete anos por estudar violino com aulas particulares, mas dois anos depois decidiu mudar para o piano. Desde então, “o piano tem sido o seu melhor amigo”, afirma o pai, Rui Reis, fundador do ex-conjunto de música tradicional “Os Alcorrazes”, de Setúbal.
Quanto a participar no “Got Talent Portugal”, revela Dinis Reis que essa ideia começou a formar-se há cerca de dois anos, mas, então, “não me sentia preparado para participar, agora decidi que estava na altura de me inscrever e testar a minha capacidade neste tipo de palcos, e também pela vontade de me mostrar ao País”.
No programa da RPT1, o pianista e compositor tem interpretado peças de clássicos, e ontem, domingo, tocou o preludio em sol menor de Rachmaninoff. “Uma peça que trabalhava há algum tempo e de que gosto. É uma peça difícil, e achei que causaria algum impacto em palco”, diz, e, de facto, garantiu-lhe subir mais um patamar neste concurso de talentos. Sobre a crítica do júri à sua interpretação, afirma que gostou do que ouviu e, garante: “Consigo fazer ainda melhor”.
Estar sempre melhor nas suas actuações é o objectivo deste jovem que, no futuro, já se vê a actuar em palcos nacionais e internacionais. “Quero dar concertos e, também, tocar as minhas composições”; almeja ainda que estas “sejam ouvidas em bandas sonoras de filmes”.
A veia de compositor, conta, surgiu-lhe quando tinha apenas 11 anos, e foi crescendo. Como referência, revela que tem três compositores neoclássicos como Ludovico Einaudi, Yiruma e Hans Zimmer. “Descobri estes compositores por mim próprio. No conservatório estudo mais os clássicos”.
Quanto ao seguimento da sua formação musical, vê-se no Conservatório Regional de Setúbal até ao 12.º ano, depois pretende outros voos fora de Portugal porque, “no País”, lamenta que “existam poucas oportunidades. São poucos os que conseguem vingar”, avalia, e, acrescenta: “Não me vejo a fazer outra coisa além de ser pianista”.
Além do seu trabalho a solo, Dinis Reis tem vindo a participar como pianista em espectáculos da Associação Setúbal Voz, quer no suporte ao Coro Setúbal Voz quer na Companhia de Ópera de Setúbal, sob direcção do Maestro Jorge Salgueiro. Neste âmbito, destaca-se a participação como pianista de orquestra a acompanhar o espectáculo operático “3 Barítonos”, integrado no 1.º Festival de Canto Lírico de Setúbal e na Ópera “1911 – A Conspiração da Igualdade”, da autoria do Maestro António Vitorino de Almeida, com libreto de Francisco Teixeira, ao lado da Orquestra do Norte, em Guimarães e também em Setúbal, em Dezembro de 2023.
Actualmente, está a preparar um concerto em colaboração com o pianista e compositor Gerardo Rodrigues, intitulado “20 dedos de conversa”. É um concerto duplo, uma conversa de café entre gerações, sendo uma partilha de experiências em que, além de ouvir os dois pianistas em concerto, o público poderá conversar com os dois artistas, de perto, como se estivessem com eles em palco.
