27 Abril 2024, Sábado
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Intervenções arqueológicas revelam 21 esqueletos no centro da cidade

Está a decorrer uma investigação no antigo imóvel da Deltagas que pode ajudar a desvendar um antigo cemitério

 

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Duas intervenções arqueológicas na Rua Francisco Augusto Flamengo permitiram encontrar 20 corpos sepultados nos escombros de um edifício. Não é ainda possível tirar conclusões do trabalho de investigação mas a ERA Arqueologia Conservação e Gestão de Património, está agora a proceder a uma terceira fase dos trabalhos – onde já foi descoberto um outro corpo.

Os investigadores acreditam que este local possa ter sido uma necrópole, nome dado a um grande cemitério durante o período histórico do Egipto Antigo. A primeira fase dos trabalhos decorreu em 2009 momento em que arqueólogos e paleontólogos descobriram cinco corpos sepultados que, através da análise dos “parâmetros paleobiológicos”,
identificaram “três sub-adultos e dois adultos, não sendo possível qualquer diagnose sexual em dois indivíduos”. Segundo informação disponibilizada no site da empresa dedicada ao património, sabe-se ainda que dos “restantes três, dois são masculinos e um é feminino”.

Dentro das condições possíveis os profissionais procederam à análise da dentição dos defuntos onde foi possível identificar cáries dentárias em vários crânios, “desgaste do esmalte dentário” e “marcas de stress muscular”.

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“A reduzida dimensão da amostra não permitiu inferir conclusões acerca da sua natureza. Concomitantemente, não foi possível traçar uma caracterização paleoepidemiológica desta população. Para que esta fosse possível, seria necessária, antes de mais, a presença de uma amostra mais alargada e que apresentasse representatividade estatística. Por outro lado, seria também necessária a análise detalhada e sistemática dos esqueletos, permitindo uma melhor caracterização da sua vida e das suas ocupações”, explicam.

Para 2010 ficou uma segunda intervenção no terreno que culminou no descobrimento de outros 15 corpos que cujas características de sepultura são “compatíveis com ritos funerários islâmicos, sendo congruentes com aquelas observadas nos indivíduos exumados”.

Sobre estes esqueletos foi possível desvendar que pertenciam a “sete não-adultos, sete adultos e um possível adulto”. “Quanto à diagnose sexual, foram identificados um possível homem, três mulheres, duas possíveis mulheres e nove indeterminados. Em termos paleopatológicos, foram identificados casos de patologia oral, indicadores de stress fisiológico, patologia degenerativa articular e não-articular e patologia traumática”.

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Persiste a possibilidade de, esta zona que está próxima à Igreja de Santa Maria – Sé de Setúbal, ter servido de necrópole nas épocas antigas. Em 2018 a revista “Caetobriga. O sítio arqueológico da Casa dos Mosaicos” – projecto Setúbal Arqueológica do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) – escreve, no capítulo “Estrutura funcional da Setúbal romana”, que em 1906 “quando da abertura do túnel para a linha férrea” visualizavam-se as necrópoles, “cujo conhecimento se baseia apenas na necrópole da Ladeira de S. Sebastião”.

Actualmente decorre uma 3.ª fase de investigação na mesma rua, no espaço que durante muitos anos pertenceu à Deltagas, que decorre no processo de reabilitação do imóvel. “Destaque para vestígios do período romano e de uma necrópole associada ao Período Moderno”, escreve a empresa numa publicação na rede social Facebook.

A ERA Arqueologia é uma empresa sediada na Cruz Quebrada, em Lisboa, e que trabalha na preservação do património histórico-arqueológico e têm uma política de qualidade assente em três princípios: “prestação de serviços de elevada qualidade técnico-científica; melhoria contínua assente nos valores do conhecimento, salvaguarda e valorização patrimonial; satisfação do cliente mediante o respeito pelo património histórico-arqueológico”.

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