30 Abril 2024, Terça-feira
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Município realça Abril com estreia de ópera única alicerçada em filarmónicas e coros do concelho

Espectáculo com ‘prata da casa’, sob direcção artística do maestro Jorge Salgueiro da Associação Setúbal Voz, é ponto alto das celebrações

 

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Cerca de duas centenas de artistas dão corpo ao espectáculo diferenciado e único, que há mais de um ano vem a ser preparado para se constituir como evento principal das comemorações do cinquentenário da Revolução dos Cravos do município de Palmela. “O presidente da Associação de Estudantes ganhou uma viagem ao Brasil” intitula a ópera que vai ser estreada pelas 22 horas do próximo dia 24 no Largo de S. João, com a participação das quatro filarmónicas e respectivos coros do concelho.

Juntos “em palco” vão estar elementos das sociedades Palmelense “Os Loureiros”, “Humanitária”, “Instrução Musical”, de Quinta do Anjo, e União Agrícola, de Pinhal Novo, com os coros que lhes estão associados, alunos dos conservatórios de Palmela e Setúbal e a Orquestra Nova de Guitarras.

Ao todo, são “à volta de 200 pessoas” a actuarem em simultâneo, até porque “uns fazem parte da orquestra, outros fazem parte do coro e outros do elenco”, salienta o maestro Jorge Salgueiro, que tem a seu cargo a direcção artística do espectáculo e também da Associação Setúbal Voz. “Os coralistas adultos são como que um coro grego que comenta os acontecimentos, o coro dos jovens, cerca de 50 elementos, são os actores da estória, a que se juntam as bandas e as orquestras”, detalha, ao mesmo tempo que explica o porquê de a produção se intitular “O presidente da Associação de Estudantes ganhou uma viagem ao Brasil”.

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“Porque Marcello Caetano, quando se deu o 25 de Abril, foi para o Brasil. E este musical é inspirado em factos históricos e transpostos para os dias de hoje”, revela.

A ideia desta ópera foi “pensada ainda em 2022, faz parte do plano de actividades da Associação Setúbal Voz, em parceria com a Câmara Municipal de Palmela”, realça o maestro que, além da direcção artística, assina a composição musical do espectáculo, cujo libreto (letra) é da autoria de Diogo Faro. O processo de criação, e preparação para a estreia, já “leva, no seu todo, mais de um ano” e o resultado final promete tornar-se inesquecível.

“Acho que vai ser um espectáculo muito forte, em termos musicais, sonoros, e visuais, que vai deixar memória”, antecipa Jorge Salgueiro, sem deixar de frisar que esta produção reveste-se de capital importância. “Ver 50 jovens de enorme talento a cantarem, dançarem, representarem é sempre muito inspirador, porque [eles] são o futuro. Isso é muito importante, tal como a mensagem que se vai transmitindo a estas novas gerações de alertar para a importância dos valores de Abril.”

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Obra-prima diferenciadora

Entusiasmado mostra-se também Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, não só pela originalidade como também pela dimensão transgeracional que comporta o espectáculo contratado para assinalar esta data redonda – 50 Anos de Liberdade.

“Para mim é como a estreia de uma obra-prima, que visa retratar as mudanças políticas e o contexto da Revolução de Abril, aqueles momentos de transição de regime, também com uma visão e uma participação mais moderna, mais intertextual e mais actual. Estamos muito felizes por fazermos uma coisa única e por fazermos diferente com músicos, artistas, do nosso concelho”, diz o autarca.

Fazer diferente e com a “prata da Casa” foi, de resto, ponto de partida para levar por diante o projecto. “Sendo Palmela um território com muita actividade cultural, musical, teatral, entendemos encomendar uma obra única para este momento. Jorge Salgueiro já tinha feito algo de excelência, de grande genialidade, como a Sinfonia Palmela. Desta feita, a encomenda tinha os pressupostos de envolver orquestras locais, coros do concelho, jovens, dançarinos e outros, e surgiu a ideia desta ópera, cuja produção e conteúdo deixámos totalmente à consideração do criador”, lembra, antes de reforçar: “Estamos com enorme expectativa e muito felizes, porque aquilo que fazemos em Palmela tem de ser algo diferenciado, muito qualificado, muito participado pelos agentes locais.”

O edil admite que a opção por esta “superprodução” representa um investimento na ordem das “dezenas de milhares de euros” e rejeita comparações com a forma comum de como a passagem de 24 para 25 de Abril costuma ser celebrada, de norte a sul do País, com grupos ou artistas de renome nacional ou internacional. E justifica: “Consideramos que o investimento na Cultura é também um investimento naquilo que é diferenciador, participado, com empoderamento de criadores, artistas, grupos, associações culturais locais e isso é que está, na nossa perspectiva, no espírito de Abril.”

A terminar, Álvaro Amaro faz ainda notar que Palmela apresenta um programa de comemorações “muito extenso, eclético e diversificado – que começou em Março de 2023 e só terminará em Dezembro de 2024 –, com grandes nomes da música nacional, diversas expressões da música moderna ao fado, entre várias outras actividades”.

Enredo O segredo de José que é Marcello e a oferta de Fernando que é Salgueiro Maia

Com direcção artística de Jorge Salgueiro, a ópera desenvolve-se em torno de duas personalidades incontornáveis da História “recente” de Portugal. “Retrata” José das Neves (Marcello José das Neves Alves Caetano) como um “rapaz que vai à missa, que se veste bem, tem boas notas e, aparentemente, tem um comportamento exemplar”, pode ler-se na sinopse. Só que, “em segredo, exerce violência sobre os colegas e maltrata as raparigas”. Mais: “manipula as eleições para a Associação de Estudantes e afasta concorrentes com violência”. E as raparigas, lê-se ainda no resumo, “nunca ocupam qualquer lugar na sua lista”. José das Neves “é presidente da Associação de Estudantes desde que chegou à escola”, até que, “um dia, Fernando José (Fernando José Salgueiro Maia) decide oferecer-lhe uma viagem ao Brasil”.

O espectáculo tem entrada gratuita e marca a programação comemorativa – “Abril para Já” – preparada pelo município, com parceiros locais, a qual, além de música, engloba até final do ano exposições, teatro, dança, cinema, literatura e actividades dirigidas à juventude, entre outras iniciativas.

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