Balanço e perspectivas futuras debatidas em conferência comemorativa dos 20 anos do sistema de tratamento de águas residuais
Duas décadas ficaram para trás desde que o saneamento na península de Setúbal passou a ser assegurado pela SIMARSUL. E os resultados alcançados, em conjunto com os oito municípios parceiros – a excepção é Almada, que não integra este sistema –, são desde logo traduzidos pela concretização de sucessivos investimentos que permitem a recolha e tratamento de águas residuais nesta região. Há, porém, caminho a percorrer para um futuro mais sustentável, como acelerar a economia circular da água.
“No momento em que o Grupo Águas de Portugal assinala os seus 30 anos e a SIMARSUL 20, fica mais uma vez evidente que não só temos um histórico que muito contribuiu para alterar o panorama do desempenho ambiental no nosso país como estamos muito comprometidos com o futuro, acelerando a economia circular da água e acção pelo clima”, disse Francisco Narciso, presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, na sessão de encerramento da conferência inaugural de um ciclo de colóquios, promovido para assinalar o 20.º aniversário do sistema multimunicipal, que decorreu no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, na última quarta-feira.
“Vinte anos a tratar do futuro da região” é o mote do ciclo de conferências, que abrangerá os municípios parceiros. A primeira, no Barreiro, foi dedicada ao tema “Sinergias para a Recuperação Ambiental do Território”.
O papel da SIMARSUL na melhoria ambiental e da qualidade de vida das populações foi reconhecido, logo a abrir, por Carlos Guerreiro, vereador na Câmara do Barreiro, e Alexandra Serra, administradora do Grupo Águas de Portugal.
Luís Catarino, presidente do Conselho de Administração da Arco Ribeirinho Sul, salientou o trabalho conjunto com a SIMARSUL e as obras estruturantes levadas a cabo, que contribuíram para a despoluição dos rios Tejo e Coina.
Em representação da Agência Portuguesa do Ambiente, Susana Fernandes, administradora da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, destacou o contributo decisivo da SIMARSUL para a melhoria do meio hídrico da região, ao passo que Teresa Almeida, que preside ao Conselho Directivo da Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), deixou um alerta para a atenção que é necessária dispensar à revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território, em curso, que assume relevância central para a coesão territorial e social e matérias ambientais. A responsável da CCDR-LVT lembrou também o ciclo de oportunidades que será aberto com a recém-criada NUTS II Península de Setúbal, no que toca à captação de fundos comunitários para entidades públicas e privadas.
Já Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero, recordou a importância da criação das reservas dos estuários de Tejo e Sado.
A conferência foi moderada por Carlos Maurício Lopes, que foi administrador da SIMARSUL de 2004 a 2013. A SIMARSUL é integrada pelos municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.