28 Abril 2024, Domingo
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Pelo direito à dignidade profissional das amas

Muito se fala pelo direito ao trabalho digno e muito pouco se dignifica o trabalho. Especialmente quando se trata de trabalhadores qualificados de curta expressão quantitativa (dão poucos votos).

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Uma ama não é uma pessoa que tem em casa uma criança que não é do seu agregado familiar. Todos sabemos isto, mas, quando dá jeito, desconhecemos.

Uma ama é certificada pela segurança social (não só pessoalmente como em termos do espaço de acolhimento disponibilizado em sua casa), só pode acolher no máximo quatro crianças até os 3 anos, é acompanhada pela segurança social com regularidade. Existe, depois, a creche familiar que é um conjunto de amas pedagogicamente apoiadas por uma IPSS e acompanhadas pela segurança social.

Em Setúbal ‘O Sonho’ é a IPSS com essa resposta social.

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Estamos todos habituados a ver nos filmes as “amas” serem diabolizadas impunemente. Por cá, quando algo acontece, nunca de verifica se é de facto uma ama. Quando se trata de um menor que está ao cuidado de alguém exterior à família, à falta de designação adequada, os media promovem o cuidador a ama.

O que, além de falso, demonstra desconhecimento das respostas sociais e do enorme profissionalismo das amas, até mesmo da sua existência enquanto profissionais certificados.

Por cá, maus tratos por uma ama certificada, desconheço exemplos, atrevo-me a afirmar que não existem.

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Não existem porquê? Porque existe certificação, acompanhamento, horários, declarações de idoneidade, relatórios pedagógicos, avaliação pelos pais etc.

É totalmente impossível uma criança ficar numa ama certificada de um dia para o outro, é totalmente impossível uma criança em ama ter um incidente e não ser automaticamente comunicado à família, à técnica da IPSS que acompanha a ama diariamente ou à Segurança Social e à companhia de seguros, e se necessário ao INEM.

Dito isto, a pergunta será, o que leva a comunicação social a chamar de ama quem não o é? Certamente não se pretende denegrir uma das repostas sociais que mais apoiam a família, quer pela proximidade quer pela familiaridade e relações de afeição que se geram ao longo de 3 anos de cuidado e, no caso d ‘O Sonho’, a amas com mais de 20 anos de profissão imaculada.

Meus senhores, deixem-se de sensacionalismos e chamem os bois pelos nomes, entregar uma criança aos cuidados de quem não está licenciado para o efeito torna-nos, no mínimo cúmplices do que possa acontecer.

Noticiar que uma “ama” pode ser culpada de maus-tratos torna-vos culpados pelo sentimento público de suspeita em relação a uma profissão, a de ama.

 

No contexto das respostas sociais para a infância (até aos 3 anos) as poucas amas que existem têm um trabalho mal pago, muito dignificante, muito reconhecido pelos pais, mas, pelos vistos, necessitam que a tribo da comunicação social as conheça e seja promotor da sua dignificação profissional.

 

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