5 Maio 2024, Domingo
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Edifício que nasceu da ambição com a consciência de dar mais mundo às artes

Começou por ser teatro Azul, depois apenas municipal, e veio a receber o nome de um dos maiores encenadores portugueses

 

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A maior e mais icónica sala de espectáculos do concelho de Almada foi inaugurada em Julho de 2005, então como Teatro Municipal de Almada. Dizia Joaquim Benite, na inauguração, que o novo espaço resultava da “produtiva colaboração entre a Companhia de Teatro de Almada e a Câmara Municipal”.

Este novo edifício, também conhecido como Teatro Azul devido à cor do seu revestimento exterior, “é a cabal demonstração do muito que se pode fazer, sem esbanjamento de recursos, quando a cooperação é o método e o meio de projectar o futuro, com ambição, mas também com lucidez e consistência”, comentava ainda o encenador e director da Companhia de Teatro de Almada.

A 19 de Dezembro de 2012, 14 dias após a morte de Joaquim Benite, a Câmara de Almada deliberou atribuir o nome do encenador ao Teatro Municipal de Almada, passando este a designar-se por Teatro Municipal Joaquim Benite.

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Depois da morte de Joaquim Benite, ainda em 2012, Rodrigo Francisco, que começou a trabalhar para a Companhia de Teatro de Almada com 16 anos, nas montagens do Festival de Almada, aos 31 anos assumiu o lugar de director artístico da Companhia, em substituição do mestre.

 

Pioneiro na programação

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O edifício da autoria da dupla de arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, começou a funcionar regularmente a partir de Setembro de 2006. O teatro foi concebido de raiz para albergar a Companhia de Teatro de Almada, instalada na cidade de Almada desde 1978.

Em 2006, o Teatro Municipal Joaquim Benite foi pioneiro na prática de apresentação de programações anuais, criando uma relação estável e regular com os espectadores, nomeadamente através da criação do seu Clube de Amigos, que rapidamente ultrapassou o meio milhar de membros e que é ainda o esteio da sua actividade.

Além de apresentar as suas criações neste teatro, a Companhia de Teatro de Almada tem acolhido na grande sala da cidade todas as estruturas de criação nacionais — o Teatro Nacional de São Carlos, o Teatro Nacional D. Maria II, a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional São João —, bem como os mais destacados criadores e intérpretes portugueses e estrangeiros, das artes de palco e da música clássica e contemporânea.

Ao longo dos anos têm-se apresentado no ‘Joaquim Benite’ companhias de teatro como o Berliner Ensemble, o Piccolo Teatro di Milano, a Schaubühne e a Volksbühne de Berlim, o Théâtre de la Ville, o Young Vic, ou o Teatro de la Abadía, com espectáculos de criadores como Giorgio Strehler, Peter Brook, Peter Zadek, Patrice Chéreau, Luc Bondy, Claude Régy, Katie Mitchel, Matthias Langhoff , Thomas Ostermeier, José Luis Gomez, Wim Vandekeybus, Virgilio Sieni, entre muitos outros.Além dos espaços para a apresentação de espectáculos — Sala Principal, Sala Experimental, Sala de Ensaios e Café-Concerto —, o Teatro Municipal Joaquim Benite dispõe ainda de um bar e de um serviço de restaurante que funcionam em horário alargado. Está aberto ao público de quarta a domingo, e passou a integrar desde 2022 a Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses, tutelada pela Direcção-Geral das Artes. Com CTA

 

O encenador que esteve na frente da renovação do teatro em Portugal

Joaquim Benite nasceu em Lisboa em 1943. Começou a trabalhar como jornalista, aos 20 anos, no jornal República. Fez parte da redacção do Diário de Lisboa e foi chefe de redacção dos jornais O século e O diário. Foi crítico de teatro no Diário de Lisboa e em diversas revistas e publicações.

Em 1971 fundou o Grupo de Campolide e estreou-se na encenação com O avançado centro morreu ao amanhecer, de Agustin Cuzzani. Com a peça Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança, de António José da Silva, ganhou, no ano seguinte, o Prémio da Crítica para o melhor espectáculo de teatro amador.

Em 1976, no Teatro da Trindade, transformou o Grupo de Campolide em companhia profissional. Em 1978 o grupo instala-se em Almada, cidade de onde não mais sairia, e que transformou num dos principais fenómenos teatrais do País, cujo expoente máximo é o Festival de Almada, criado em 1984, relembra página da Companhia de Teatro de Almada.

Em 1988, Joaquim Benite inaugura o primeiro Teatro Municipal da cidade em Almada Velha, actual Teatro–Estúdio António Assunção, e, em 2005 vê finalmente ser concluído o projecto do novo Teatro Municipal de Almada. Desde Janeiro de 2013, a maior sala de espectáculos do concelho passa a ter o nome de Teatro Municipal Joaquim Benite.

Quando faleceu, em 4 de Dezembro de 2012, na sequência de uma pneumonia, Joaquim Benite, com 69 anos, estava a ensaiar Timão de Atenas, de Shakespeare, que a Companhia de Almada veio a estrear, postumamente, 16 dias depois. Em comunicado, a 5 de Dezembro de 2012, a Companhia de Teatro de Almada dizia: “o País perde um dos seus mais prestigiados encenadores, ligado ao movimento de renovação do teatro português no período que antecedeu e se seguiu à revolução de 1974”.

Joaquim Benite recebeu as Medalhas de Ouro dos Municípios de Almada e da Amadora, e as Medalhas de Mérito Cultural do Ministério da Cultura e de Mérito Distrital do Governo Civil de Setúbal. Foi-lhe também atribuído o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, os graus de Cavaleiro e Oficial da Ordem das Artes e das Letras de França e o grau de Comendador da Ordem do Mérito Civil de Espanha.

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