9 Maio 2024, Quinta-feira

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A nossa cultura: O que temos na região e em cada concelho?

A nossa cultura: O que temos na região e em cada concelho?

A nossa cultura: O que temos na região e em cada concelho?

Nesta edição dos 168 anos, O Setubalense olha para o que é mais difícil de ver; o imaterial que faz a nossa maior riqueza.

 

Com a perfeita noção de que, como disse Milan Kundera (1929 – 2023) – que aqui referimos também por o seu desaparecimento ter sido este mês (dia 11) -, “a cultura é a memória do povo, a consciência colectiva da continuidade histórica, o modo de pensar e de viver” a redacção d’O SETUBALENSE elegeu a cultura como tema para esta edição comemorativa dos 168 anos do jornal.

A um órgão – ou qualquer entidade – que procura a essência da comunidade a que se dirige, como é o nosso caso, é o vasto domínio da cultura que constitui o campo para essa demanda. Essa busca é permanente, na lidação diária dos jornalistas com os factos, tratados sob os critérios maiores da actualidade e proximidade e à luz da consciência colectiva que faz a nossa parametrização moral.

Há algo debaixo do sol e acima deste pedaço de terra que torna esta região única no mundo e é essa substância imaterial que nos guia e nos diferencia dos outros jornais regionais.

Nesta edição pretendemos ir ao encontro dessa ‘matéria de que é feita a cultura’, procurando em todos e em cada um dos concelhos que integram a Península de Setúbal e o Litoral Alentejano, para, com ‘tudo’ em cima da mesa, melhor se perceber, entre o específico e o comum, aquilo que temos.

E o que temos são as tradições ligas ao mar e à terra, as comemorações religiosas e as festas pagãs, a programação anual em cada município, números como os orçamentos, os agentes culturais e outros dados que permitem ficarmos com uma ideia mais clara sobre o que se faz na região de uma forma geral e em cada concelho especificamente.

Entre outras entrevistas, temos 14 com as pessoas directamente responsáveis pelas políticas culturais de cada um dos municípios.

São entrevistas que nos dizem muita coisa. Que Setúbal segue na frente com a elaboração de um plano estratégico para a cultura, que está quase concluído e é aguardado com grande expectativa, que o Barreiro se aproxima dos 4 milhões por ano para a Cultura, que Alcochete assume por inteiro a tauromaquia como traço essencial da sua identidade, que Alcácer do Sal destaca a reabilitação da Praça de Touros João Branco Núncio como um dos maiores desafios para os próximos tempos. Que Grândola prepara um novo auditório municipal que será a maior sala de espectáculos do concelho, que a aposta da Moita é a diversidade, que o Montijo está a pensar num festival de Jazz já para o próximo ano ou que Santiago do Cacém pretende fazer um grandioso espectáculo nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Que o Seixal investe para ser uma referência na promoção e no acesso à cultura e na livre criação artística, que Sesimbra reconhece que os espaços e equipamentos culturais de que dispõe são insuficientes ou que Odemira quer mais e já percebeu que em 2024 o orçamento municipal para a cultura terá de ser maior.

Pela palavra dos titulares dos órgãos que definem as políticas municipais percebemos a importância que atribuem à cultura, o esforço que estão dispostos a fazer e a consciência que têm nesta matéria.

Por exemplo, Inês de Medeiros, autarca de Almada, olha para a cultura também “como factor de desenvolvimento económico do País”, Pedro Pina, vereador na capital de distrito, reconhece que a cultura é já “uma das dimensões mais relevantes da marca Setúbal”, Maria João Camolas, vereadora em Palmela, sublinha que “as autarquias fazem milagres no trabalho cultural”, e o presidente da Câmara de Sines sustenta que “sensibilizar os jovens para as artes é o melhor que a cultura pode fazer pelo ser humano”.

Entrevistamos também alguns dos agentes culturais apoiados pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), como o Teatro Estúdio Fonte Nova ou a Associação Setúbal Voz, para dar pelo menos uma ideia do que são os projectos apoiados pelo Estado central.

Como incentivo às boas práticas que deviam multiplicar-se, como o apoio das grandes empresas a colectividades locais, destacamos o exemplo da Secil, em Setúbal, que é, infelizmente, muito raro. Só no Litoral Alentejano encontramos algo parecido, com os apoios distribuídos pela Petrogal que, ainda assim, são mais reduzidos no tempo e em valor pecuniário. Já a esmagadora maioria das empresas que retiram mais-valias da região, incluindo a gigante VW Autoeuropa, campeã da riqueza gerada (mas quase nada tributada), nada repartem com a comunidade. Das cadeias nacionais e internacionais de supermercados, fast-food e similares, que tanto apregoam a proximidade e a responsabilidade social, nem vale a pena falar. Salvo muito raras excepções, nada fazem realmente pelos agentes locais embora sejam estas cadeias, algumas com dezenas de estabelecimentos por toda a região, que levam boa parte dos nossos rendimentos.

Na área da literatura, na impossibilidade de nos dedicarmos a todos os vultos da região, apresentamos o primeiro livro censurado de Romeu Correia, um dos autores mais esquecidos.

No segmento da cultura popular revisitamos o folclore, com um panorama dos grupos existentes no distrito e um pouco de reportagem em três deles.

No final desta edição publicamos também várias saudações que nos chegaram de diversas personalidades da região. Palavras que agradecemos e que tomamos como incentivo para continuar o esforço de fazer d’O SETUBALENSE um jornal cada vez melhor.

 

Brincadeira muito séria Inteligência Artificial já tem uma palavra a dizer sobre a nossa cultura

Um dos artigos que pode ler nesta edição (na página 10, já a seguir) é uma entrevista feita à Inteligência Artificial (AI). Numa altura em que esta forma de inteligência começa a ser vista, por muitos, como uma ameaça ao valor da capacidade artística, por já conseguir, tecnicamente, conceber desenhos, poemas e outros ‘produtos’ tradicionalmente reservados à criatividade, própria do ser humano, achámos oportuna e adequada esta ‘brincadeira’. Quisemos saber o que ‘pensa’ a Inteligência Artificial sobre a cultura da nossa região.

As respostas podem genericamente aceitar-se como minimamente ajustadas, embora não isentas de erros graves.

Achámos que, sendo a autoria do texto devidamente identificada, não existe qualquer problema ético e considerámos que seria uma oportunidade para muitos leitores, sobretudo os mais excluídos do mundo digital, terem algum contacto com esta nova realidade.

Chamamos a atenção de que o texto está como nos foi fornecido pelo ChatGPT, não tendo O SETUBALENSE tentado aperfeiçoar ou eliminar erros.

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