1 Maio 2024, Quarta-feira
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Saída de Nuno Canta da Câmara Municipal para a AMARSUL tratada no ‘segredo dos deuses’

Passagem para a empresa tem vindo a ser preparada na esfera socialista e obriga a renunciar à presidência da autarquia

 

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O processo tem vindo a ser tratado no “segredo dos deuses” e com “pinças”. Se as “démarches” que decorrem há pelo menos um mês na esfera socialista vierem a concretizar-se, Nuno Canta renunciará à presidência da Câmara Municipal do Montijo em breve para assumir um cargo executivo na AMARSUL.

A eleição da direcção executiva da empresa responsável pela valorização e tratamento dos resíduos sólidos na península de Setúbal está à porta – é prevista realizar-se em 28 de Maio próximo – e os municípios desta região têm uma palavra a dizer no preenchimento de alguns lugares nos órgãos sociais (executivos e não executivos), já que detêm 49% do capital social, juntamente com a Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora de 51%.

Olhando apenas para a participação municipal, o PS está em maioria, já que gere cinco dos nove municípios que compõem a península – Alcochete, Almada, Barreiro, Moita e Montijo –, em contraponto com a CDU, que lidera os restantes quatro – Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal –, e a ‘arquitectura’ que tem vindo a ser gizada para a composição da “lista” a apresentar a votos engloba, até ao momento, o nome de Nuno Canta para a função de vogal da comissão executiva da AMARSUL. Porém, este dossier “não está fechado” e “não é certo” que não possa vir a ser alterado, disse fonte socialista a O SETUBALENSE.

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Certo é que o cenário, mais do que estar em cima da mesa, tem vindo a ser ‘desenhado’ a partir da distrital do partido, apesar de ninguém o admitir. “Não confirmo nem desminto”, foi resposta comum em que se refugiaram duas fontes bem colocadas no seio do PS.

Mas mais abaixo, hierarquicamente no partido, a possibilidade é já falada “à boca cheia”. Nas estruturas concelhias de Montijo e Alcochete do PS, e até mesmo entre alguns autarcas, há quem admita a O SETUBALENSE ter sido informado sobre o cenário da saída antecipada de Canta para a AMARSUL. Há também quem revele ter recebido a informação com surpresa. E, nos bastidores da estrutura socialista do Montijo, há ainda quem não esconda que a situação gerou “desconforto e incómodo”, pelo “timing” implicar a renúncia do presidente da Câmara ao mandato.

João Afonso ‘picou’ presidente

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O conhecimento da situação não está, contudo, apenas circunscrito aos socialistas. Na última reunião de câmara, o vereador João Afonso, do PSD, interpelou por mais do que uma vez Nuno Canta sobre uma eventual saída antecipada da autarquia. “Está a despedir-se? Palpita-me que está a despedir-se, antes do final do mandato”, observou o social-democrata num primeiro momento, para mais à frente na sessão voltar à carga: “O senhor presidente já quase que anunciou a sua saída antes do tempo…”

“Não. Quando me for despedir, faço-o formalmente. Pode ser que o Governo me convide para secretário [de Estado]”, retorquiu o socialista à primeira observação do autarca do PSD. E a reacção à segunda foi mais áspera. “O senhor quer é ver-me pelas costas, já percebi. Compreendi isso, porque vai ter sempre um problema na vida: nunca ganhou [umas eleições] ao presidente Nuno Canta”, atirou o autarca do PS.

O futuro de Canta na AMARSUL só não se concretizará caso a ‘arquitectura socialista’ decida fazer marcha-atrás, o que ainda é possível face a algum “burburinho” interno que está criado. A acabar por se efectivar a saída, a presidência da autarquia passará para as mãos de Maria Clara Silva e subirá para a vereação Emanuel Martins.

O SETUBALENSE tentou obter a reacção de Nuno Canta, quer telefonicamente quer por SMS, mas até ao momento o autarca montijense não respondeu.

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