Empresa aumenta valor por causa da inflação e para assinalar 20 anos de envolvimento com movimento associativo
A Secil, grupo cimenteiro que tem fábrica no Outão, na Arrábida, entregou, na terça-feira, os apoios financeiros regulares que anualmente atribui a cerca de uma centena de colectividades do concelho de Setúbal.
Este ano a cerimónia, ao final do dia, teve lugar no Cais 3 do Porto de Setúbal, o que, segundo o presidente da comissão executiva da Secil, foi também uma forma de a empresa se associar às comemorações dos 100 anos do porto sadino. Otmar Hübscher recordou que o nascimento da Secil está “fortemente ligado” à criação do Porto de Setúbal.
“O porto foi fundado em 1923, mas as grandes obras de construção em betão iniciaram-se apenas no final dessa década. A empresa especializada na obra marítima, a construtora dinamarquesa Hoedgaard & Schultz, conjuntamente com outra empresa dinamarquesa, a FL Smithd, investiu com os sócios portugueses que detinham desde 1904 uma fábrica de cimento no Outão, em 1930, na construção de uma moderna fábrica de cimento artificial Portland, com o qual se podia produzir betão com a qualidade necessária às exigências das obras portuárias”, recordou o administrador.
Na cerimónia deste ano estiveram presentes 93 associações e clubes e os valores atribuídos a cada um dos beneficiários foi actualizado para, explicou a empresa, “compensar a inflação” e também para assinalar os 20 anos deste programa de apoio ao movimento associativo.
O apoio da Secil às colectividades setubalenses começou em 2003, com a Câmara de Setúbal e, desde 2006, passou a ser dado directamente pela empresa a cada uma das associações.
O presidente executivo destacou o impacto deste programa, que através do apoio regular a mais de 100 instituições beneficia “dezenas de milhares de setubalenses e azeitonenses nas suas actividades culturais, desportivas e em várias frentes de apoio social”.
O envolvimento das empresas em programas permanentes de apoio à comunidade, em larga escala, é pouco comum na região e até no país, mas, no caso da Secil, Otmar Hübs cher garante que esta experiência é para continuar.
“Estamos muito satisfeitos por ter iniciado há duas décadas este caminho de responsabilidade social e reafirmamos o nosso compromisso de o continuar no futuro”, afirmou.
Além destes apoios anuais, a empresa ajuda frequentemente noutras iniciativas locais, como, por exemplo, estacionamento no acesso às praias, apoio financeiro às obras do Hospital do Outão, patrocínio da Rampa da Arrábida, do Fest’Asso e do Prémio Literário Bocage ou doação de cimento, computadores e plantas a várias colectividades.
Licenciamento Empresa espera avaliação favorável à fusão das pedreiras do Outão
Sobre o projecto para a fusão e “reconfiguração” das pedreiras da Fábrica Secil, no Outão, que esteve recentemente em consulta pública, o presidente executivo disse que a empresa espera obter uma avaliação de impacto ambiental positiva.
“A solução que queremos que seja avaliada pelas autoridades diminui o período de exploração em 3 anos e diminui a área global de pedreira licenciada de 99 para 81 hectares, comprometendo-se a Secil em recuperar ambientalmente o ecossistema da serra, tal como o vem já fazendo com sucesso há mais de 30 anos, como todos podem constatar”, disse.
“A Secil tem larga experiência na recuperação ambiental de pedreiras, trabalha com universidades no estudo dos ecossistemas e comprova o sucesso da sua recuperação paisagística pela classificação de algumas zonas de anteriores pedreiras como zonas especiais de conservação. Se conseguimos essa recuperação no passado, também a conseguiremos no futuro!”, acrescentou ainda Otmar Hübscher.
O presidente da comissão executiva conclui, por isso, que “os impactos causados são temporários e reversíveis, em alguns anos o ecossistema estará recuperado” e que “é essa avaliação favorável” que a empresa espera das autoridades.
O administrador disse também que o investimento de 86 milhões de euros na modernização da fábrica do Outão, para redução das emissões de CO2 e transição energética, está “em vias de conclusão”. A Secil será, “nos próximos anos, a fábrica de cimento mais sustentável do mundo”, atirou.
