Municípios de Setúbal e Sesimbra associaram-se ao evento de Palmela, considerado “um sucesso”, até nas vendas registadas
As expectativas tornaram-se realidade. A 27.ª edição do Festival Queijo, Pão e Vinho – que contou com a participação dos municípios de Setúbal e Sesimbra, além do município anfitrião Palmela – bateu o recorde de visitas com 19 mil pessoas a escolherem Cabanas, na freguesia de Quinta do Anjo, para desfrutarem do fim-de-semana junto da cultura gastronómica de Palmela. De 31 de Março a 2 de Abril, o evento teve à disposição dos visitantes 39 stands, para promoção dos melhores produtos locais e regionais, como queijo, pão e vinho, mas também doçaria tradicional e típica do território.
Tudo era adquirido directamente ao produtor e este foi um dos pontos fortemente frisados por Francisco Macheta, presidente da Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA), entidade organizadora do evento. O balanço do certame é positivo, com uma “brutalidade de pessoas, no bom sentido”, a deslocaram-se até S. Gonçalo para conhecerem a vasta oferta de produtos, realçou Francisco Macheta.
“Só na sexta-feira, o primeiro dia, tivemos o dobro das pessoas do ano passado”, vincou. “As vendas dos produtores foram muito boas, tivemos uma adesão excepcional, e tivemos pessoas que mantiveram o espírito, que ficaram lá durante grande parte do dia e que vieram os três dias do festival”, adiantou o presidente da ARCOLSA, antes de resumir que, no final, o sentimento é de “reconforto” por o festival ter sido “um grande sucesso”.
Outro recorde
Também Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, destacou o êxito atingido e a divulgação feita do festival, que percorreu o País de Norte a Sul. “De Braga até Portimão, tivemos sinais de que existia muita gente curiosa para perceber o que aqui aconteceu”, disse o autarca, ao assinalar que, além das visitas, também as participações atingiram registos inéditos.
“Batemos o recorde de expositores de outros municípios do território Arrábida, e não só, que estiveram connosco”, afirmou a O SETUBALENSE. “[A 27.ª edição] é a melhor pelo acréscimo de alguma inovação de trabalhos feitos na gastronomia, nos chefes de cozinha, na escola de hotelaria, no que é feito com o soro do leite de ovelha, naquilo que pode ser potenciado num produto único do território Arrábida, numa feira epicentro de saberes, sabores e tradições”, rematou o edil.
Já António Mestre, presidente da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, lembrou que o festival continua a “aportar recursos culturais e artísticos nos momentos de animação”. “[O evento] é de base tradicional, mostra assumida da nossa ruralidade, foi, é, e continuará a ser um festival resistente, porque privilegia o contacto directo entre produtores e consumidores”, frisou. Estiveram presentes no festival 15 produtores de vinho da Península de Setúbal, nove queijarias, duas panificadoras e 13 espaços de doçaria regional.
Além dos produtos de degustação, o programa contou também com a Corrida de Ovelhas 100% Saloias, demonstrações de tosquia e equestres, actividades gastronómicas e espectáculos musicais. E os municípios de Setúbal e de Sesimbra fizeram-se representar no evento. Este ano, existiram alterações logísticas, que permitiram um aumento do espaço, mas também houve a preocupação ambiental, com a implementação de um copo reutilizável, eliminando-se assim o plástico descartável.
André Martins “É um prazer participar num festival tão tradicional para promover esta região”
Pelo festival passaram André Martins e Francisco Jesus, que presidem respectivamente às câmaras de Setúbal e Sesimbra. E o autarca de Setúbal justificou o contributo da participação do município sadino no festival enogastronómico, como exemplo do que se pode fazer para valorizar o território da Arrábida.
“É um prazer participar neste festival tão tradicional para promover e divulgar esta região e o património Arrábida, razão pela qual Setúbal também aqui está representada com alguns dos produtos mais nobres e conhecidos”, disse logo no primeiro dia André Martins, citado em nota de Imprensa da autarquia.
“É também uma responsabilidade da Câmara Municipal ajudar a preservar muito daquilo que é nossa a tradição, dando-lhe mais notoriedade e criando, igualmente, condições [para] que esta perdure e possa evoluir”, completou o edil setubalense. Setúbal fez-se representar com um espaço onde apresentou alguns dos melhores produtos que tem para oferecer, como as casquinhas de laranja, o moscatel de Setúbal e as ostras do Sado.
