A nível internacional, este mundo em que vivemos não tem “ponta por onde se pegue”. A tensão política é generalizada – em primeiro lugar vivemos sob ameaça duma guerra que se desenvolve sob ameaça atómica.
A Ucrânia serve de palco para uma guerra entre a ex-União Soviética e a Europa ou mesmo com a NATO. A Ucrânia está transformada num verdadeiro altar de sacrifício onde se debatem as grandes potencias, os povos agitam-se e ou reivindicam coisas que não estão certas – e fazem-no em manifestações pacíficas de milhares enchendo os Campos Elísios, em paris, ou as praças de Madrid, ou com violência como no Perú, no Irão ou no Afeganistão.
Ondas de refugiados marcham pelas Américas em direção aos Estados Unidos e ondas idênticas sobem da Africa subsaariana a caminho da Europa que está do outro lado do mediterrâneo, onde milhares morrem afogados.
A Turquia serve-se dos refugiados para “negócio” com a União Europeia. A Grécia mete-os em verdadeiros campos de concentração como a Ilha de Lesbos… Os Estados Unidos da América devolvem milhares às suas origens, a Inglaterra envia-os em aviões para um país africano. A China tem em mãos o aumento das infecções por covid, e deita o olho à Formosa, que a América protege.
Meio mundo resolve enviar carros de combate duma complexidade técnica tal que, quando estiverem capazes de ser usados pelos ucranianos, já o senhor Putim desencadeou uma ofensiva pondo em uso o seu poderio militar. E, entretanto, vai fazendo “chover” sobre os sacrificados ucranianos, ondas sucessivas de misseis e drones, espalhando a destruição por toda a Ucrânia.
Entre nós a loucura é a mesma. Os professores fazem greve do Minho até ao Algarve, pedindo uma reforma capaz do ensino, com os vários sindicatos a discutirem entre si. O nosso Governo socialista passa nas sondagens para segundo lugar, os agricultores fazem igualmente marchas, de tractores, reivindicando os seus interesses. A nossa Policia Judiciária não tem “mãos a medir” a fazer buscas e a tentar pôr ordem nas vidas dos portugueses explorados de muitas e variadas maneiras pelos senhores do poder, do deus cifrão.
A igreja católica vive um alvoroço por causa das Jornadas Mundiais da Juventude, a realizar em Lisboa em Agosto. Fala-se em despesas de milhões só para construir um palco para receber o Papa Francisco que, por sinal, anda pregando a necessidade de apoiar a pobreza, chocando mesmo com o poder da actual hierarquia oficial da igreja.
E, por falar da igreja, vemos na Palestina os israelitas e os palestinianos à beira de novo e grave confrontação. Há décadas e décadas que se luta pela liberdade e pela democracia e vemos a crescerem de influência os partidos da extrema direita, uns já no poder, outros lá próximo e, como em Portugal, fazendo muito barulho e confusão. Parece-me que não estou longe da verdade quando encho esta página com factos – ouçam bem – com factos que só podem ser sintomáticos dum mundo louco! Será que a agitação da juventude poderá ser uma esperança de que tenhamos uma melhoria desta loucura em que vivemos numa próxima geração?
Confesso que estou muito céptico. Como tenho uma vida já longa, lembro o Papa João Paulo II enchendo estádios esfusiantes de alegria e, depois, tudo ficar na mesma. Valha-nos o Papa Francisco se conseguir realizar – se o deixarem realizar – as mudanças com que sonha! Fazer com que os cristãos sejam imitações de cristo e assim sonharmos com um mundo mais são!