Neste mundo conturbado em que vivemos, cheio de acontecimentos violentos nos quatro quadrantes do mundo, torna-se urgente que os problemas da PAZ sejam trazidos com frequência à discussão pública. E nunca será demais que se organizem jornadas, palestras, ciclos de conferências, etc. para debater a necessidade de corrigir os comportamentos e as maneiras de ser propícias a agravar a permanente conflitualidade em que se vive.
Tal necessidade existe desde todos os tempos pois os homens infelizmente têm sido guiados quase sempre por sentimentos de conquista de poder ou por princípios economicistas de lucro, ambos os sentimentos e princípios impregnados de invejas, de inimizades, de egoísmos ou mesmo de declaradas agressividades.
E o resultado destas situações tem sido um permanente estado de guerra latente ou explicita com destruição e morte . Se passarmos a história das nossas sociedades a “pente fino” vamos encontrar guerras constantes século após século até chegarmos aos nossos tempos em que fomos devastados por duas guerras na Europa que provocaram milhões de mortes e destruições maciças das nossas cidades. Só depois da formação da União Europeia se conseguiu, entre nós europeus, um período de aparente acalmia. E mesmo assim no resto do mundo grassam lutas em vários sítios e mal estares que levam, por exemplo, o Papa Francisco a falar da existência duma terceira guerra mundial “aos pedaços” – por isso nunca será demais que se debata a necessidade de lutar pela PAZ, discutindo as causas que mantêm esta latência, que muitas vezes parece iminente, do eclodir de novas guerras que – com os progressos da tecnologia – serão uma verdadeira ameaça de destruição do planeta.
Vêm estas considerações a propósito duma iniciativa de várias organizações, há uns 15 dias atrás, conjuntamente com a nossa Câmara Municipal, iniciaram um programa de debates para incentivar à PAZ entre nós e em geral. Iniciativa louvável e de grande interesse e oportunidade portanto. Só que , segundo o meu ponto de vista, numa vintena de intervenções algumas mais pareciam intervenções agressivas e não promotoras de paz. Algumas usaram argumentos desatualizados que mais pareciam doutras décadas, isto é, cristalizadas no tempo – cristalizadas e desfasadas dos problemas da nossa atualidade. Alem disso impregnadas de algum facciosismo político inapropriado numa reunião dedicada à PAZ:
Isto só prova que – como dissemos ao iniciar esta reflexão – nós homens (e mulheres, como é evidente) estamos carenciados dos princípios de solidariedade e de afetividade necessários a comportamentos que nos afastem da tal agressividade latente, pronta a explodir à primeira contrariedade ou obstáculo aos nossos desejos. Isto só prova que tais iniciativas têm grande interesse para tentar criar ambientes dinamizadores de Paz, mas que os intervenientes devem estar, eles em primeiro lugar, motivados pelo desejo de Paz e purificados de agressividades e intolerâncias. È bom que meditemos e nos autocritiquemos para que organizações como esta tenham mesmo o efeito para que são organizadas, isto é, deixem numa plateia de pessoas, certamente desejosas de receber conhecimentos, argumentos e ensinamentos que as ajudem a lutar pela tão desejada e necessária PAZ, deixem o gérmen de comportamentos fraternos e solidários. Só assim um outro mundo é possível! E um mundo novo já tarda perante as ameaças que se perfilam no horizonte e à nossa volta!!