Há oito dias senti alegria por na nossa Diocese se prometer “abrir a janela” para se poder iniciar um necessário e urgente “arejamento” na nossa Diocese, proclamava o nosso Bispo em dia de Pentecostes – o dia próprio para o “Espírito Santo” atuar .
Mas para haver vento fresco é necessária “frente fria do lado dos Açores e uma “depressão sobre o continente” dizem os meteorologistas. Ora o vento tem soprado do lado contrário – de Roma, e no continente não se notam “depressões” que canalizem oar “fresco” para estes lados., daí as minhas reservas à proclamação da “via sinodal” proclamada pelo nosso Bispo para 2025, aniversário da nossa Diocese.
É necessário que ao convocar um sínodo se pensa como Francisco “que quem decide para todos deve ouvir todos” e Ele anuncia para o próximo Sínodo dos Bispos a necessária audição das bases, “que os cristãos tenham uma palavra ativa”.
A pandemia veio pôr a descoberto muitas das fragilidades das nossas sociedades e muita gente proclama que é necessária “uma sociedade nova” – e quem devia ser o miolo dessas verdadeiras revoluções senão os crentes? Não são os que sabem (?) qual deve ser o “caminho, a verdade e avida”? Não são estas as linhas mestras para uma mudança que leve em conta os problemas sociais como: (I) saber distribuir os bens (II) colocar o trabalho no centro e não ao serviço do capital especulativo (III) acabar com a pobre<a (IV) colocar sempre a fraternidade em primeiro lugar (V) acabar com as separações por isto ou aquilo e “construir pontes” (VI) estimular o ensino para todos e (VII) garantir habitação e trabalho para todos ?. Ou os problemas éticos como -acabar com a corrupção , os favores e os amiguismos?
E entre “os crentes” não são, entre nós, os cristãos os mais bem posicionados para rapidamente iniciarem o seu “arejamento”? Mas é aqui que perguntamos se haverá entre nós “a tal depressão” que provoque e chame a tal lufada de ar freso que é necessário à nossa Igreja. O nosso “caminho sinodal” tem de ter o sinal da democraticidade e a participação das chamadas “bases” – afinal somos todos o “povo de Deus”! O Concilio Vaticano II proclamou-o e…tudo ficou na mesma. O Papa Francisco não para de o defender, o nosso Bispo proclamou o nosso “caminho da sinodalidade, e serão necessários mais de três anos para que se concretize tal necessidade? É que agora não estamos só perante um problema de organização eclesial mas perante uma exigência duma sociedade a desmoronar-se por efeito da pandemia. Esta mudança não pode ser mais “uma flor” dum programa celebrativo – é uma exigência para quem quere que a “Boa Nova” seja despida da argamassa em que os séculos de ritualismos obscureceram a Sua beleza do Amor de Deus pelos homens.
Como disse o nosso Bispo, todos os que nos dizemos cristãos temos de CNINHAR, CONVERGIR, CONSTRUIR E ANUNCIAR …para os outros a nossa Boa Nova É isto a verdadeira “revolução da Ternura” de que nos dá sinais o Papa Francisco – e isto é uma urgência !! E não podemos esquecer que o nosso Presbitério foi moldado com pouco “arejamento” tal como a maioria de nós que nos dizemos cristãos – o Espírito Santo tem muito que soprar!