28 Abril 2024, Domingo
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O progresso e a tecnologia

Hoje repetem-se na TV e na imprensa escrita as referências e até noticias explicativas sobre o enorme progresso actual devido aos avassaladores progressos das tecnologias. Noticias das guerras na Ucrânia, Faixa de Gaza e em muitos outros pontos do globo, naquilo que o Papa Francisco chama “a terceira guerra mundial aos pedaços”.
E vemos as armas mais sofisticadas com que os progressos extraordinários da tecnologia e da ciência nos mostram, foguetões teleguiados, alguns com a velocidade do som e alcances intercontinentais, satélites vigilantes, bombas inteligentes que procuram o alvo, etc.
Mas, fora das guerras e das armas, temos todo o fenómeno da digitalização e da inteligência artificial substituindo o homem com vantagem na rapidez e no número quase infinito de respostas.
Deixando esta alta tecnologia, temos depois um manancial de aparelhos para o nosso uso quotidiano a dar-nos notícias na hora, resposta a qualquer questão que nos preocupa, verdadeiros estudos sobre algo que queiramos saber ou música, filmes, espectáculos vários para ocupar as nossas horas vagas. E estes aparelhos são o fascínio das crianças
Porém, estudos científicos de professores, pedagogos, neurologistas e psicólogos vieram mostrar que o uso dos ecrãs, pelas crianças, especialmente os dos telemóveis, atrasam o desenvolvimento mental, a capacidade de raciocínio e de interpretarem a realidade envolvente, aconselhando que os telemóveis não sejam usados antes dos dois anos e a seguir que o seu uso seja muito condicionado.
Deve ser proibido o seu uso nas escolas, até nos intervalos pois as crianças deixam de correr, saltar, jogar, atrasando assim o seu desenvolvimento físico a par dos nefastos efeitos neurológicos referidos. Na Suécia proibiram os ecrãs no ensino até ao sétimo ano. E temos depois o tremendo problema dos conteúdos a que a criança ou o adolescente tem acesso e comunicação!
Por causa do uso da inteligência artificial, actualmente, os professores universitários têm dificuldade em saber se uma tese é fruto do trabalho do aluno ou originado pela inteligência artificial. Há uma dúzia de anos que se perdeu o hábito de ler estudos científicos, ideias de filósofos ou romances de escritores celebres.
Um inquérito feito entre nós, no ano passado, a jovens até aos 18 anos, mostrou que 60% não tinha lido nenhum livro durante 2023! Eis um problema que devemos equacionar seriamente se não queremos ter uma sociedade de ignorantes que – como diria Sartre – “estão na vida, mas não vivem”, estando ao sabor dos ventos, das opiniões dos outros ou de quem domina o imenso material de informação armazenado nesses super-computadores da “inteligência artificial” ou do Youtube ou do Tic-Toc, ou algo parecido. E seremos verdadeiramente telecomandados, sem espírito crítico, sem verdadeiro “livre-arbítrio”. E, estando em plena campanha eleitoral, e sendo povo quem mais ordena e decide, bem podemos “puxar” pelas nossas reservas culturais.
Eis um apelo para todo e qualquer cidadão e, especialmente para pais, mães e até avós!

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