27 Abril 2024, Sábado
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De novo a nossa Igreja!

Não gostaria de ocupar, de novo, este espaço de informação com problemas da Igreja em Portugal pois, naturalmente, a maioria dos meus leitores não serão certamente cristãos e católicos. Mas estou ainda dominado, não só pelo escândalo dos abusos sexuais, mas também pela grandiosa e impressionante Jornada Mundial da Juventude. E esses dois acontecimentos têm mantido vivos no meu espírito os problemas relacionados com a necessária e evidente reforma a que meteu ombros (e coração) o actual Papa Francisco. A esta hora a que escrevo, está por terras budistas da Mongólia, onde existem pouco mais de um milhar e meio de cristãos no meio de vários milhões de budistas.

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Quem me conhece e até certamente quem tem por hábito ler os meus escritos, sabe que sou cristão e católico e fervoroso admirador do actual Papa que desde que foi eleito, sendo o primeiro Papa oriundo da América Latina onde há anos nasceu e floresceu a chamada “teologia da libertação” que se afastava já bastante do bafiento clericalismo anquilosado da nossa Europa.

Esta Teologia foi condenada no papado de João Paulo II que tinha como defensor da ortodoxia da Fé de Roma, o cardeal Ratzinger, que viria a ser Papa, e que, resignando, fez compreender que os papas não são infalíveis e que a sua nomeação é o topo duma carreira de prelados para a governança da instituição chamada Igreja. Das suas razões para a decisão de renunciar há apenas opiniões, mas abriu a porta a uma época mais sensível a adaptações, não só da estrutura da Igreja, mas igualmente a possíveis “modernizações” e adaptações a um mundo que nunca parou de evoluir e transformar-se, em muitas coisas duma forma radical.

Em especial as ciências levaram o homem a invenções em todos os campos, chegando à construção da “inteligência artificial” que até aos próprios cientistas está dando preocupações. Se o Concilio Vaticano II que durou três anos e donde saíram as mais extraordinárias análises e directivas de modernização da Igreja, poucas mudanças provocou na prática quotidiana de quem se dizia ou se julgava cristão, o nosso actual Papa Francisco quer e encaminha a vida cristã para uma verdadeira revolução! A que ele chama “da ternura”, esperando -se o resultado do próximo Concilio, no fim do próximo ano, intensamente preparado, especialmente com o resultado da audição do verdadeiro “povo de Deus”, afinal todos nós, que nos chamados cristãos, e levando-nos a participar (e com uma boa parcela de mulheres) com os bispos.

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E porque venho afinal com este esboço histórico? Não consegui resistir a um impulso ao ver a recente tomada de posse do novo Patriarca de Lisboa. Não deixei de me impressionar e recordar muito do que disse acima, ao ver a pompa, os paramentos dourados, o enorme acompanhamento de dezenas e dezena de bispos e padres que enchiam o templo. Todo aquele espectáculo que certamente não será dos mais ricos em relação a outros, noutras igrejas, noutros países. Mas fez-me lembrar Jesus, as primeiras comunidades cristãs, as cartas de Paulo, o Novo Testamento e o mundo ameaçado em que vivemos, as ondas de refugiados sem acolhimento, morrendo na sua tentativa dum lugar milionário ou simples para viver.  Até me fez lembrar o nosso ordenado mínimo ao lado de centenas de milhares dos que mandam nas nossas vidas.

É que não consigo dominar os meus anseios dum cristianismo que seja caminho para Deus. Que é o amor e o que fizermos com ele.

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