28 Abril 2024, Domingo
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O encontro mundial da juventude

Há uns tempos, de vez em quando, lá vinha uma notícia sobre o grande acontecimento que só quando se tomou conhecimento de quanto ia custar toda aquela organização, a imprensa resolveu noticiar mais frequentemente. Não pelo seu significado mas pelas verbas de que se ia tomando conhecimento. Pouca importância se ia dando ao que significava um tal encontro embora se começasse a falar que traria a Lisboa milhão e meio de jovens.

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O tempo foi passando e começaram a ver-se as dimensões dos espaços e, consequentemente, das obras necessárias para se realizar tal encontro. Estes problemas de índole religiosa eram “abafados” pelos problemas escaldantes da nossa política e, especialmente, pelos escândalos financeiros que apareciam em grandes parangonas dos jornais, abrangendo nomes sonantes e importantes da nossa sociedade, especialmente do nosso meio politico.

O tempo vai passando, as tais obras vão tomando vulto e lá vão aparecendo aqui e ali umas entrevistas sobre o tal encontro. E aos poucos e poucos os tempos de antena aumentam mostrando o afã da organização, a necessidade de medidas de grande dimensão nos alojamentos, nos transportes e nos vários eventos que constituíam o programa da tal encontro.

E surge a público a notícia da vinda do actual Papa Francisco, durante três ou quatro dias, a Lisboa e a Fátima. Foi o suficiente para os noticiários, entrevistas e noticias várias passarem a ser praticamente diárias. E fala-se principalmente da alegria que mais de um milhão de jovens irão trazer a Portugal.

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É para mim evidente que toda esta fantástica preparação e organização não pode ser exclusivamente para ver o Papa! E a TV mostra a preparação de grupos que virão de Angola e Moçambique, que virão de países do Oriente onde não predomina o cristianismo, da esfusiante alegria dos grupos.

O entusiasmo dessa juventude (até aos trinta anos de idade) mostra uma alegria da América do Sul e Central e até entre outros países, como Israel, esfusiante desde o início da sua preparação para o citado encontro. O nosso Governo e as autarquias abrangidas pela área do encontro andam numa azáfama de organização, além das despesas a que são obrigadas.

Tal alegria transbordante é bem impulsionada pela voz de Francisco que lhe chama “um barulho de amor” e fala de “discípulos revolucionários, mensageiros da Boa Nova”. E diz: “Queria pedir-vos que não tenham medo”. E mais – insiste que não quere que “confundam felicidade com divã!”, convidando à acção.

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E pede: “Deixai a vossa pegada no mundo”, “não deixeis que vos roubem a vossa alegria e juventude”, “por favor mantende viva a vossa alegria, ela é sinal de um coração jovem, de um coração que encontrou o Senhor!”. Ele afirma com todo o seu coração: “Vós sois o futuro”.

E aqui não posso deixar de pensar que os adultos (acima dos trinta) é que estão com as rédeas do poder e não posso esquecer estádios cheios, até nem caber uma agulha, durante as inúmeras viagens de João Paulo II e, depois da sua morte, sentir bem pouca diferença no contributo dos ditos cristãos para parar esta evolução do mundo em que vivemos para a guerra, para a traficância, para a centrifugação dos mais pobres para a periferia. E o dinheiro e o poder mandarem nas nossas vidas, a todo o custo e, pior, à custa dos outros.

Atenção juventude, mantenham a vossa alegria, mas empenhem-se em tudo o que hoje a ciência nos diz e os avisos sobre o que nos leva para o Abismo. E não posso terminar este apontamento sem lembrar que a nossa Igreja dura há séculos – e Francisco bem nos diz que acabou o tempo das catedrais para passarmos ao tempo da Igreja hospital de campanha – que se arma onde os necessitados – pobres, doentes e abandonados – necessitem dos imitadores de Jesus!

Será que a alegria de milhão e meio de jovens virá proporcionar mesmo uma verdadeira revolução, de ternura, como diz Francisco?

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