19 Abril 2024, Sexta-feira
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A grande hipocrisia deste mundo

No passado número de O SETUBALENSE equacionámos o tremendo problema dos refugiados fugindo das guerras e, especialmente, da fome e de muitas outras formas que tornam as suas terras impróprias para se viver. E se bem me lembro ficou escrito que a Grécia e a Itália não recebem mais migrantes E dissemos igualmente que o resto do ocidente está coeso nessa imobilidade para encontrar uma solução.

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Entretanto, o mais interessante, é que são estes países mais ricos e ditos desenvolvidos que necessitam de certos produtos que abundam por essas terras e por isso mesmo não se mexem, nem se dispõem a ajudar – direi mesmo, a investir – nesses países sendo assim verdadeiros exploradores de vidas humanas, esquecendo-se que todos os seres humanos têm a mesma dignidade. Mais! Todos sabem que essas matérias-primas são obtidas por banditismo e verdadeira escravatura, até de crianças! Não é isto uma verdadeira hipocrisia?

Fez um ano que Putin invadiu a Ucrânia donde saíram uns milhões de fugitivos que os países da União Europeia receberam de braços abertos – é que essa guerra é um tremendíssimo negócio para os fabricantes de armas e munições de que precisam os ucranianos e os russos. O ocidente vocifera contra Putin e fala constantemente em iniciar conversações para a paz. É bom que nos lembremos que desde há muitos anos o maior vendedor de armas (onde o “loby” dos fabricantes tem um poder que nenhum governo conseguiu até hoje vencer) são os Estados Unidos da América! Não será isto uma verdadeira hipocrisia?

Eu sei que na última reunião do G10, depois de vários dias, os países chegaram a uma “inolvidável” conclusão: é necessário fazer mais armas e munições! Não será uma grande hipocrisia?

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E a maioria dos países necessitam mesmo-de-mão de obra (até nós aqui em Portugal) por causa do problema demográfico que aumenta ano a ano o número de idosos, que quando tinham força ajudaram a construir o progresso dos países e, agora depois de inúteis por improdutivos, são a maioria “metidos em armazéns de velhos” com deficientíssimas condições de vida. Não será isto também uma grande hipocrisia?

E se pensarmos, por exemplo, no nosso país, onde meio mundo anda em greve – professores, agricultores, oficiais de justiça, enfermeiros e até médicos – ao fim de mais de duas semanas não se chega a nenhum acordo! Porque será? As classes mais baixas da nossa sociedade – e até a que chamamos de classe média – vivem cada vez com mais dificuldades, até para comer, numa situação que se arrasta há uns anos. Primeiro foi a “troika”, depois foi a pandemia e agora é a guerra da Ucrânia, e, no entanto, a par do aumento de pobres (uns milhares), aumentaram também os mais ricos (até milionários!). Então a organização socio-económica que nos rege  não pode ser chamada igualmente de “uma grande hipocrisia”?

Por esse mundo fora – e entre nós apenas há uns dias – não andam as pessoas alvoraçadas com os abusos sexuais de sacerdotes ou pessoas ligadas à Igreja, uma entidade que se sente com autoridade espiritual (e não só) sobre os “leigos” que afinal são o verdadeiro “povo de Deus”? E resistem ao esforço do nosso actual Papa Francisco que quer restaurar uma verdadeira Igreja como Cristo e os seus discípulos a organizaram. Não é isto igualmente uma grande hipocrisia?

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Meus queridos leitores, como será possível resolver todas estas modalidades – e poderia encher outra folha – de hipocrisias e mentiras que nos fazem da vida um grande problema? É bem verdade que, como dizia um conhecido filosofo, “é preciso mudar este mundo e depois mudar este mundo mudado”. E o povo anda nas ruas e protesta, os jovens vêm o seu futuro comprometido e protestam. E por “coisa nenhuma” se envolve tudo à pancada.

É necessário e urgente mudar o nosso mundo ou é ele que acaba connosco. Diz a Ecologia.

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