19 Abril 2024, Sexta-feira
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No mundo das… confusões

Existe uma tradição de boa amizade entre os portugueses e os brasileiros, tendo sido já posto em destaque o processo inédito da Independência do Brasil, único na história em que é o próprio Rei de Portugal que resolve proclamar a independência de uma parcela do seu Império.

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E estamos a assistir presentemente à visita do Presidente da República a esse país e povo enorme. A esse país enorme e prometedor que é o Brasil. E dizem-nos as notícias que o actual Presidente, – um tal Bolsonaro, resolveu pura e simplesmente ignorar a sua presença e não o receber.

Para já é ‘falta de chá’, como se costuma dizer, e para já é uma agressão à diplomacia. Para já é mesmo uma ofensa ao nosso país.

Mas, igualmente, muitas coisas vão acontecendo no nosso país e que podemos introduzir sob este título de confusões – um ministro resolve pura e simplesmente tomar uma decisão a 48 horas de poder estar com o seu primeiro-ministro e desdizer uma afirmação que o seu primeiro-ministro tinha feito: de que os problemas da construção de um novo aeroporto (uma necessidade premente, é a certo) só se faria com a concordância e com a opinião da oposição.

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E como estamos a viver o momento da eleição do dirigente máximo do partido principal da oposição, era lógico que se deveria esperar pela oposição mais numerosa. É evidente que o primeiro-ministro não teve outro remédio senão puxar as orelhas ao seu ministro.

E, no nosso entender, um dos seus principais ministros, um ministro com uma personalidade, um ministro que rege muita coisa, que deverá garantir o progresso futuro do nosso país. Mais uma confusão.

Entretanto, os noticiários não falam de outra coisa, desde manhã até à noite, que certas urgências estão fechadas, ou porque não há obstetras, ou porque não há pediatras ou porque não há enfermeiros ou nem sabemos as múltiplas razões apontadas.

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Mas não as pobrezinhas das grávidas, que andam ansiosas sem saber para onde se devem dirigir. Mas a confusão das confusões é o Serviço Nacional de Saúde. Não é uma coisa que se resolve de momento, pois precisa de uma revolução estrutural, completa.

Necessita da reposição dos chamados cuidados primários de saúde, que devem reter 80% das pessoas que são doentes. Devem vigiar as pessoas dos variados problemas de saúde. Devem educar para a saúde e assim evitar as doenças. E o aumento da mortalidade, aí estamos nós, portanto, perante outra grande confusão.

É querer resolver uma penada com a nomeação de uma comissão para estudar o que existe. Quando necessitamos aqui de uma verdadeira acção estrutural – é preciso reconstruir o Serviço Nacional de Saúde.

É preciso definir bem as relações entre o público e o privado, que está a crescer, conforme vai minguando o Serviço Nacional de Saúde, assim como vai crescendo o negócio da saúde. É a confusão das confusões.

Os órgãos de informação não cessam de nos inundar com muitas informações, “de muito interesse”, que mostram as tricas que existem entre A ou B, entre o partido A e o Partido B – as notícias são uma confusão também.

Para já estão a lançar a ansiedade nas grávidas, falando de manhã até à noite que as maternidades estão fechadas. Segundo dão constantemente notícia de que o Bolsonaro cometeu realmente uma grandessíssima burrice ao não querer receber o nosso Presidente Marcelo.

Terceiro, dando voz à chamada oposição, não largam agora o problema entre o nosso primeiro-ministro e o tal ministro que cometeu a asneira de falar demais e antes do tempo. Ou confusão das confusões, continuamos sem ter um Bispo de Setúbal.

Continuamos a ter apenas um administrador apostólico! Continua a falar-se de reuniões e mais reuniões provocadas por iniciativa do actual Bispo de Roma, que quer modificar a estrutura da nossa Igreja.

Quer promover uma revolução, a que ele chama da ternura. A confusão das confusões, afinal de contas os nosso bispos e os nossos sacerdotes querem ou não querem perder poder? Querem ou não querem que seja o povo de Deus a centralidade da religião? E mais não digo, pois já chega de confusões! E mais não digo, porque senão entram os meus leitores em confusão.

E nós precisamos de estar muito lúcidos para participarmos na construção de um mundo melhor, de um mundo de felicidade, de um mundo de bem-estar, sem guerras, sem vigarices, sem roubalheiras no meio de tudo isto, no meio deste mundo podre!

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