23 Abril 2024, Terça-feira
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Será que temos futuro?

Continuamos submersos em notícias. Em notícias de guerra com assassínios, com actos de selvageria sobre populações indefesas, não escapando nem mulheres e crianças.

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Estamos, mesmo contra a nossa vontade, a ter a guerra dentro de casa, vendo as casas dos outros a desmoronarem-se. Os mísseis quase a entrar pela nossa casa dentro. E os dias passam e tudo continua na mesma, mesmo com conversas, reuniões e ofertas de mediação.

Em boa verdade, não vemos o fim à vista e, antes pelo contrário, a guerra é alimentada, não com promessas de paz, mas com a oferta de cada vez mais armas e, se possível, mais potentes e destruidoras.

E sob o chapéu da defesa da paz fazem-se grandes negócios. Sob o signo da paz e do bem comum, intensifica-se a ciência de matar. E as nações europeias definem uma unidade que em boa realidade não têm.

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Temos à nossa vista novos arranjos, a que chamam geopolíticos, mas que encobrem interesses de poder militar e – principalmente – de dominação e lucros financeiros. E as populações assistem e sentem os preços dos bens de variada natureza a aumentar, vêem e sentem as suas vidas ameaçadas por mais pobreza e até mais fome.

E os políticos andam atarefados de reunião para reunião para que tudo, em vez de melhorar, se veja e se sinta a piorar. Alguns mais optimistas ou apenas mais crédulos falam na possibilidade de se vir a reconstruir um mundo e uma sociedade nova, em que os defeitos desta sejam corrigidos.

No campo político, as chamadas grandes potências – os Estados Unidos da América, a China, a Rússia e mais uma meia dúzia a que se chama potencias emergentes –, vão tomando as suas posições para salvaguardar o tal futuro.

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Entretanto anuncia-se mais uma reunião em Davos, dos homens e das organizações que dispõem dos dinheiros com que se mexe o mundo. Será que se vão preocupar com a ameaça de milhões estarem na iminência de morrerem de fome, seja no Afeganistão, seja em vastas zonas de África ou na Ásia?

Será que a situação de catástrofe em que nos encontramos vai tocar os corações dos donos do dinheiro e vão sacrificar uns milhões de milhões para o bem-estar de milhões? Será que este mundo tem mesmo alguma possibilidade de sair desta situação de verdadeira catástrofe?

E se pensarmos que a nossa actividade, em qualquer dos sentidos em que a considerarmos, toma decisões, tendo no pensamento o tal aquecimento global (que por sinal tem subido) ou na acidificação dos oceanos, levando à extinção de muitas espécies marinhas.

Ou ainda com o acelerado degelo dos pólos, já bem visível, fazendo subir o nível dos oceanos e “comendo” orlas costeiras ou ilhas onde vive gente? Será que estão preocupados com a qualidade do ar que respiramos, que já nos nossos dias é responsável por milhões de doentes e mortes?

Será que quem decide os destinos do mundo, mesmo dizendo que se vai construir um mundo novo, pensa nos incêndios em larga escala, nas inundações ou nos tufões e furacões agora mais frequentes e mais destruidores? Será que temos mesmo futuro?

Sem dúvida nenhuma que o momento seria propício a criar um futuro saudável e fraterno! Mas para tal seriam necessários homens novos, sem estarem completamente absorvidos pela ganância, por um estilo de vida hedonista, imediatista, com o tecnológico abafando ou recusando a necessidade das emoções, da sensibilidade, dos afectos e da preocupação com os outros.

Que o verdadeiro, o autêntico e o inquestionável risco de uma guerra total, a par do risco da inabitabilidade do nosso planeta para os bisnetos dos homens que comandam hoje os nossos destinos, se tornem evidentes para eles, que estão aos comandos das nossas vidas hoje .

São os votos dos que sofrem com a pobreza, com fome, doenças e risco de morte! Ou não teremos mesmo qualquer futuro em perspectiva!

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