8 Maio 2024, Quarta-feira

Retomar a atividade nos centros de saúde é prioritário!

Retomar a atividade nos centros de saúde é prioritário!

Retomar a atividade nos centros de saúde é prioritário!

Comemoramos os 50 anos da Revolução de Abril

O acesso aos cuidados de saúde é hoje a grande preocupação dos utentes. Depois da fase inicial da epidemia da covid 19, em que grande parte da atividade programada no Serviço Nacional de Saúde foi suspensa e em que existia um enorme receio dos utentes em se dirigirem às unidades de saúde, agora os utentes são confrontados com enormes dificuldades no acesso à saúde.

Foi isto que testemunhámos num conjunto de contactos que temos vindo a realizar junto dos utentes em vários centros de saúde da região, no âmbito da ação do PCP “Combater a covid 19, recuperar atrasos e garantir o acesso aos cuidados de saúde”. Dificuldade na marcação de consultas com o médico de família, dificuldade de contacto telefónico com o centro de saúde, consultas por telefone que não permitem a observação do utente pelos profissionais de saúde, utentes que fizeram exames e que aguardam a consulta para saberem os resultados, são alguns exemplos da realidade.

Os utentes aguardam pelo atendimento na rua, por vezes com longas filas de espera, sujeitos a condições climatéricas adversas, agora que se aproxima o Inverno, frio, vento, chuva, sem condições de segurança e de dignidade. Em alguns centros de saúde é um regresso ao passado, quando os utentes, muitos com idade superior a 65 anos e já com doenças crónicas, se deslocam de madrugada para a porta do centro de saúde para tentar conseguir uma consulta.

Os profissionais de saúde nos centros de saúde para além de insuficientes estão exaustos. Os meios informáticos e de comunicações estão obsoletos. Na Península de Setúbal há 145.596 utentes sem médico de família (dados referentes a setembro de 2020 no Portal da Transparência do SNS). São problemas estruturais que resultam do desinvestimento dos Governos PS, PSD e CDS e que estão mais evidentes na sequência da epidemia.

O acompanhamento dos doentes crónicos, o diagnóstico precoce, nomeadamente de doenças oncológicas, o encaminhamento para cuidados de especialidade é fundamental. Por isso não se compreende, nem há justificação para que não se tenha reforçado os meios nos centros de saúde para recuperar os atrasos e para assegurar os cuidados de saúde.
Os cuidados de saúde primários são, como muitas vezes é afirmado, a porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde, se ela está entreaberta, é o direito à saúde que está colocado em causa. Assegurar a atividade dos centros de saúde é prioritário.

É preciso tratar os doentes covid, mas ao mesmo tempo é preciso acompanhar todos os outros doentes. E a solução para prestar estes cuidados é o Serviço Nacional de Saúde, reforçado, com capacidade de resposta para as exigências que se colocam. Por isso o PCP defende a instituição de um plano de recuperação das atividades dos cuidados de saúde primários, que garanta a realização de consultas presenciais com médico de família, de saúde materna e infantil, os rastreios e o acompanhamento dos doentes crónicos; a contratação dos médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes técnicos e assistentes operacionais em falta; a atribuição do médico e enfermeiro de família a todos os utentes; a modernização das redes de comunicações das extensões e centros de saúde, em particular das comunicações telefónicas e eletrónicas, bem como dos equipamentos informáticos; o alargamento do horário de funcionamento das unidades dos cuidados de saúde primários; e a progressiva dotação dos centros de saúde de equipamentos para a realização de exames complementares de diagnóstico.

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