27 Abril 2024, Sábado
- PUB -
InícioLocalSinesTransportadoras dizem que portagens para comboios em Sines é incoerente com redução...

Transportadoras dizem que portagens para comboios em Sines é incoerente com redução de emissões

Presidente do Conselho de Administração da Medway, Carlos Vasconcelos, pediu uma “discriminação positiva”

 

- PUB -

As empresas de transporte ferroviário de mercadorias Medway e Takargo alertaram hoje que a aplicação de portagens aos comboios no porto de Sines é incoerente com os objectivos de Portugal para a redução das emissões de carbono.

“É uma política contrária a todos os objectivos que queremos de promoção do transporte ferroviário, de descarbonização, portanto, aquilo que penso que são os objectivos de Portugal para a redução das emissões de carbono e a promoção do comboio”, afirmou o director-geral da Takargo, Álvaro Fonseca, numa audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Na audição, no seguimento de um requerimento do PSD sobre o tema, Álvaro Fonseca apontou que Portugal “não decide investir milhões de euros na infra-estrutura ferroviária porque gosta de comboios, é porque reconhece que há benefícios associados a esse investimento”.

- PUB -

“Esses benefícios têm muito a ver, por um lado, com a eficiência em termos de emissões de gases com efeito estufa, portanto, a descarbonização, uma forma de acelerar a descarbonização é, inquestionavelmente, a promoção da intermodalidade e a migração modal para o comboio”, acrescentou, defendendo as vantagens em “questões associadas à sinistralidade e ao congestionamento”.

Numa outra audição na mesma comissão, sobre o mesmo tema, o presidente do Conselho de Administração da Medway, Carlos Vasconcelos, pediu uma “discriminação positiva”.

“Se o objectivo do País, na linha da política europeia, é transferir carga da rodovia para a ferrovia, a haver discriminação, a discriminação devia ser positiva a favor da ferrovia para bem de todos nós e dos nossos filhos e netos”, defendeu Carlos Vasconcelos.

- PUB -

A APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve implementou no início do ano uma taxa de 158 euros por comboio.

A medida levou a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes a suspender, em Maio, a aplicação da tarifa, que, apesar de legítima, “não foi cabalmente demonstrada a conformidade técnica e legal do valor da referida tarifa, resultando que a mesma não é proporcional, por se afigurar não existir uma relação directa entre a utilização e os custos associados”.

A decisão da AMT instruiu a APS a suspender a aplicação da tarifa “pelo prazo máximo de 90 dias” e reiniciar o processo para a aprovação com “todos os requisitos legais aplicáveis, incluindo a fundamentação da política tarifária – do ponto de vista jurídico, económico e financeiro – e prosseguimento de procedimento de consulta pública”.

De acordo com Álvaro Fonseca, a Takargo efectuou o pagamento das taxas referentes a Janeiro e Fevereiro, tendo devolvido as facturas e reclamado “precisamente porque a situação não estava clarificada”.

“Penso que depois de ter saído parecer da AMT nunca mais nos foram enviados nenhuns custos relativamente a isto”, acrescentou o responsável da empresa sediada em Alverca do Ribatejo.

Álvaro Fonseca e Carlos Vasconcelos temem que a taxa se generalize a outros portos ou que penalize o porto de Sines face ao mercado rodoviário, além de considerarem que retira competitividade ao comboio, que, apontam, já é penalizado pela taxa de uso.

Carlos Vasconcelos comparou as tendências divergentes entre as portagens de auto-estradas e as taxas de uso da ferrovia: “A taxa de uso da ferrovia para o ano vai aumentar 24%, enquanto as portagens das auto-estradas vão baixar 30%”.

De igual forma, apontou que a taxa de uso passará a ser “10 vezes mais” que a aplicada em Espanha.

O responsável da Medway admitiu que “faz todo o sentido diminuir os custos [das portagens] o mais possível” no interior, de forma a promover a coesão e evitar que o país se concentre no litoral, mas pediu a mesma postura para a ferrovia.

“Um comboio que vá daqui para a Covilhã, por exemplo, paga a taxa de uso, mas um camião que vá para a Covilhã tem benefícios nas portagens. Nós pagamos a taxa de uso na totalidade, portanto, o que nós entendemos é que, no mínimo, a política da taxa de uso ferroviária deveria acompanhar a política das portagens e das taxas rodoviárias, porque os camiões que circulam nas estradas não pagam a manutenção das estradas”, defendeu Carlos Vasconcelos.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -