2 Maio 2024, Quinta-feira
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Médico acusado de morte de bebé em Setúbal lamenta morte e diz que salvou mãe

Profissional responsabilizou o hospital pela demora na decisão em avançar com a cesariana

 

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José Sacramento, antigo médico-obstetra no Hospital de Setúbal, responde em tribunal por homicídio por negligência na morte de uma bebé cuja mãe deu entrada no hospital perto das 15 horas e a cesarina de urgência só aconteceu depois das 19 horas.

Em tribunal, na passada quinta-feira, o obstetra defendeu que tudo fez para salvar mãe e bebé. “Fiz o melhor que pude, lamento não ter salvado aquela vida, mas salvei outra, a da mãe”, disse José Sacramento.

O caso ocorreu a seis de Fevereiro de 2019. Sara Santos, a mãe, deu entrada na urgência de obstetrícia do hospital de São Bernardo às 15h15 com tensão alta, náuseas e vómitos. A bebé, com 30 semanas de gestação, apresentava sinais não tranquilizadores na cardiotocografia (CTG), um exame para monitorizar os batimentos cardíacos. A mãe foi medicada e a bebé ia sendo monitorizada.

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Perto das 17h45, o diagnóstico da bebé mostrou que existia uma desaceleração do ritmo cardíaco e aí foi decidido preparar a sala de parto para extracção, o que decorreu pelas 19h20. A menina morreu vítima de hipoxia aguda, falta de oxigénio no sangue.

O médico, em tribunal, explicou que a CTG não tranquilizadora inicial não era uma emergência médica que exigia a realização imediata de uma cesariana, como o MP sustenta. “Há várias situações como a falta de açúcar no sangue, medicamentos, hipertensão que justificam esta intranquilidade e o importante nessa altura era estabilizar a mãe para que o feto recupere dentro do ventre e foi o que foi feito”.

A alternativa, que o Ministério Público (MP) aponta, que passava pela extracção do feto e transferência para outra unidade hospitalar com cuidados intensivos neonatais, do ponto de vista do profissional, não se justificava. “Não estava em trabalho de parto, Decidimos avançar quando surgiu a desaceleração. Até aí, o mais importante era estabilizar a mãe para que o bebé fique bem, não se pode retirar um feto sem os pulmões maturados, sem capacidade de respiração cá fora e esperar pelo transporte hospitalar, bem sabemos o que acontece em várias transferências, em que mãe e bebé acabam por falecer”.

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Questionado sobre a demora de uma hora, entre as 18 e as 19 horas, entre a decisão de avançar para cesariana e a sua realização, responsabilizou os recursos do hospital.

Sara Santos testemunhou em tribunal e contou que depois da perda da filha, a sua vida se deteriorou. “O médico arruinou a minha vida”. A antiga apresentadora de televisão disse que foi informada por uma enfermeira, assim que fez o CTG, de que ia ser transferida para a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Mas, depois, o médico disse que tal não ia acontecer.

“Em todos os momentos confiei no médico, que nunca me informou do que estava a acontecer, ao longo daquelas horas, nem questionei o que estava a ser feito – afinal, estava no hospital”.

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