“Teve um sabor especial ser campeão no primeiro Europeu realizado no meu País”, diz o polícia, que já aponta ao título mundial
É agente da Polícia de Segurança Pública há 16 anos, desde 2007, mas já leva mais do dobro desse tempo como praticante de artes marciais, apesar de contar apenas 38 Primaveras. “Iniciei-me aos 3 anos de idade no Karaté Shotokan”, diz João Pavia, que presta serviço na Esquadra do Montijo e que no último fim-de-semana se sagrou Campeão Europeu noutra “especialidade”: Jiu-Jitsu Brasileiro.
O agente e professor de desportos de combate – que tem uma academia na cidade montijense: a PFT, Pavia Fight Team – arrebatou o título na categoria de -82Kg, no Campeonato Europeu ISBJJ disputado em Coimbra. E revela que a conquista teve um significado especial.
“Foi a primeira vez que se realizou um Europeu em Portugal da ISBJJA [International Sports Brazilian Jiu-Jitsu Association]. Logo, teve um sabor especial ter conseguido ser campeão no primeiro Europeu realizado no meu País”, explica João Pavia, sem esquecer o que teve de suar para triunfar.
“Neste campeonato não tinha apenas como adversários os oponentes, tinha também o peso. Em quatro dias tive de perder quase 6Kg para ‘bater’ o peso da categoria”, lembra. Mas as dificuldades a superar, para se apresentar em condições na competição, foram ainda mais acrescidas e obrigaram o agente do Montijo a lançar mão de uma dose suplementar de… espírito de sacrifício. “Aliada à questão do peso ainda tinha uma lesão no joelho, que se arrasta há bastante tempo. Mesmo assim fui à luta e venci, como tenho feito ao longo da vida, apesar dos inúmeros obstáculos com que me tenho deparado na minha vida pessoal e que por vezes se reflectem na nossa prestação a este nível competitivo”, confidencia.
Ainda assim, João Pavia não pensa em parar e o próximo objectivo está já mais do que definido. “Para completar o currículo só me falta um Campeonato Mundial. Esse não foge do meu foco”, admite, quando ainda saboreia o mais recente triunfo que se soma a diversas outras conquistas conseguidas nos planos nacional e internacional.
“Já possuo um minimuseu na minha academia, do qual me orgulho bastante. Cada troféu tem uma história. Tenho diversos títulos nacionais e internacionais, não apenas no Jiu-Jitsu Brasileiro, também nas outras modalidades”, sublinha. Até porque, o percurso pelas artes marciais não se resume à prática competitiva de “Jiu-Jitsu Brasileiro na faixa roxa”.
“Depois de me iniciar no Karaté Shotokan, mudei para o Karaté Goju Ryu (faixa preta). Consegui a faixa preta de Ju-Jutsu Tradicional, o qual pratico há 25 anos e sou instrutor de Kapap/Krav Maga”, faz notar João Pavia, que reparte louros pela conquista alcançada em Coimbra. “Os meus alunos ajudaram-me bastante a manter a forma para estas batalhas. Também a Academia Gracie Barra Montijo e a Academia Unlimited Jiu-Jitsu, às quais tenho ligação e um carinho especial”, conclui.
