3 Maio 2024, Sexta-feira
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Montijo vai ter cerveja que promove identidade local

Aldeana é lançada já amanhã e promete revolucionar o sector como produto artesanal. Criada por um jovem montijense, a cerveja Aldeana vai estar a partir do final deste mês presente em cerca de 20 estabelecimentos montijenses. O objectivo, porém, passa por conquistar espaço em todos os bares de referência no País

Encontra-se a tirar o mestrado em Gestão, tem 23 anos, é montijense e está prestes a lançar-se no segmento do empreendedorismo comercial como cervejeiro. Miguel Cáceres é o responsável pela criação de uma marca de cerveja artesanal que será lançada este sábado, pelas 18h00, no Jardim da Casa Mora. A Aldeana Blonde e a Aldeana Original são os dois produtos que vão passar a integrar os cardápios dos estabelecimentos de restauração no Montijo, numa primeira fase, ou não fosse o nome da marca uma promoção às antigas origens da cultura montijense.

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Como e quando surgiu a ideia de lançar o produto?

Foi no Verão de 2015, embora a curiosidade tenha nascido no ano anterior após ter realizado Erasmus, no norte de França, onde tive contacto com uma cultura cervejeira que me era totalmente desconhecida face ao que na altura existia cá em Portugal. Durante esse mesmo Verão de 2015, após ter bebido uma cerveja artesanal, surgiu definitivamente a ideia de criar a minha própria cerveja e curiosamente tudo começou pelo nome, Aldeana. Mesmo antes de saber efectivamente como se faz cerveja, eu já tinha o nome, que na verdade representa bastante as minhas raízes e a imagem que queria associar à marca. Esta foi a parte mais simples, pois a partir daqui tive mesmo de começar do zero a aprender a fazer cerveja.

A diversidade de sabores e de histórias que encontrei ao longo de muitas cervejas fascinou-me e, desde então, comecei a aprofundar o meu conhecimento nesta área tendo não só bebido toda a espécie de cervejas, que foi uma parte crucial, mas também dedicado bastante tempo a leituras e à aprendizagem dos processos, tendo posteriormente passado à prática, com um pequeno equipamento de produção caseira.

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E depois…

… Depois de sensivelmente dois anos de aprendizagem, que implicou bastantes testes e a concepção das receitas finais das cervejas, senti que atingi um produto distinto e que se enquadrava perfeitamente com aquilo que pretendia, por isso estava então na altura de deixar de partilhá-las apenas com os meus amigos e elevar a fasquia, disponibilizando-as também para todos aqueles que as quiserem beber.

Porquê a designação de Aldeana? Existe alguma relação entre o método de produção e o Montijo?

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Aldeana simboliza no fundo as minhas raízes e a cultura daquela que é a minha terra. A missão da Aldeana não é a de simplesmente se apresentar como uma cerveja artesanal de elevada qualidade, mas também como um símbolo local, capaz de contar as histórias da nossa terra, que por aí andam perdidas, aproximando todos os aldeanos [montijnses] da nossa cultura, fazendo crescer o sentido de orgulho e pertença. Para tal, além das cervejas, iremos lançar uma série de conteúdos, quer seja através do nosso facebook ou website, onde contaremos histórias da antiga Aldeia Galega [Montijo] e outras curiosidades locais sempre enquadradas com as cervejas.

O primeiro vídeo será já apresentado durante o evento de lançamento. A ligação ao Montijo, surge uma vez mais quando falamos em gastronomia. Das duas cervejas que irão ser lançadas (Aldeana Blonde e Aldeana Original), esta última, como o nome indica, foi especialmente concebida para harmonizar na perfeição com as carnes de porco, enchidos e torresmos. É uma cerveja de cor âmbar, bastante encorpada, com 8% de álcool, mas equilibrada devido ao carácter doce que o malte lhe confere.

Qual o objectivo definido para uma primeira fase com o produto?

Os objectivos de curto prazo passam inicialmente por uma presença maioritariamente local, criando uma base sólida no Montijo e numa fase posterior ir ramificando para regiões vizinhas. O objectivo é também que esta cerveja esteja desde o início presente nos bares de referência da especialidade, de modo a chegar a todos os apreciadores de cerveja artesanal um pouco por todo o país.

O produto é descrito como artesanal. Quer explicar porquê?

O termo artesanal identifica cerveja produzida por produtores pequenos e independentes de grandes grupos, que representam um regresso às origens da cerveja e, em simultâneo, à sua reinvenção. A maior diferença entre a cerveja artesanal e a comercial está no sabor!

Onde e como é produzida?

Ainda não temos uma fábrica própria e infelizmente a produção é feita fora do Montijo, embora seja produzida por um aldeano numa fábrica com a qual temos uma parceria. Contudo, a sua concepção foi feita inteiramente por cá, garantindo que reflecte na perfeição os valores aldeanos, harmonizando também com a nossa gastronomia esperando também conseguir num futuro próximo trazê-la inteiramente para cá.

Começamos pela utilização de maltes nobres, cuidadosamente seleccionados, sem milho ou arroz. Utilizamos também os melhores lúpulos, frescos e diversificados, conferindo o amargor e aroma característicos, que servem também como conservante natural. A nossa cerveja é então criada a partir de processos de produção artesanais, sem a adição de qualquer tipo de químicos e sem ser pasteurizada.

Como será a comercialização? Onde se encontrará à venda?

A partir do dia 30 de Abril, a cerveja estará disponível em cerca de 20 espaços no Montijo, entre restaurantes, bares, barbearias e mercearias gourmet. Todos os pontos de venda serão anunciados durante o evento e poderão também ser consultados no nosso website.

O que distingue esta cerveja das demais existentes no mercado?

Essencialmente, a sua identidade. São cervejas com bastante personalidade, sendo a Original uma das poucas ou até mesmo a única existente em Portugal do seu estilo (Bière de Garde). Em contrapartida, a Blonde é uma cerveja loira e leve que acompanha bem qualquer ocasião. Tem um carácter bastante aromático e fresco e é inspirada nas cervejas belgas.

As duas cervejas têm perfis bastante distintos e sabores incomparáveis. Comparando com as marcas mais conhecidas das cervejas industriais e fazendo o paralelismo com os vinhos, seria como comparar um vinho de mesa a um reserva de uma marca superior.

Qual será o custo por unidade para o consumidor?

Como é expectável e em função da sua qualidade, por natureza a cerveja artesanal tem um preço mais alto face ao padrão estabelecido pelas pessoas relativamente à cerveja. O seu preço de venda ao consumidor final, nos restaurantes e bares, será de €3,5 por garrafa. Porém, no evento de lançamento a cerveja será servida à pressão e terá o custo de €2.

Qual o investimento realizado?

Relativamente ao investimento, podemos dizer que aos olhos de um Belmiro de Azevedo seria insignificante, mas para um Miguel Cáceres já é bastante significativo.

Atrás da Cerveja Aldeana virá algum outro projecto?

Sem dúvida, associado à Cerveja Aldeana irão ser organizados diversos eventos que em breve serão divulgados através dos nossos meios de comunicação.

 

SURPRESA AGRADÁVEL PARA QUEM JÁ PROVOU

A primeira reacção de quem prova a Aldeana é de “surpresa”, confessa Miguel Cáceres, justificando que “a maioria das pessoas não está à espera de uma experiência tão rica ao nível da intensidade de sabores ao provar uma cerveja”. As receitas, conta, foram “desenvolvidas gradualmente e tendo em conta o feedback das pessoas”. “Nesse sentido temos duas cervejas que são bastante distintas e ao mesmo tempo agradáveis para a larga maioria dos paladares, tendo a opinião do público em geral sido bastante positiva. Mas, o melhor mesmo será cada um julgar por si próprio, deixando desde já o convite para todos os interessados comparecerem no evento de lançamento”, conclui. A sessão tem lugar este sábado a partir das 18h00 no Jardim da Casa Mora (em frente aos correios).

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