27 Abril 2024, Sábado
- PUB -
InícioLocalMoitaCâmara da Moita com 4,4 M€ de incobráveis

Câmara da Moita com 4,4 M€ de incobráveis

Valor de 4,4 milhões em dívida no sector das águas é encarado como “incobrável”

 

- PUB -

A direcção política do Partido Socialista da Moita emitiu na último fim-de-semana, um comunicado onde acusa a CDU concelhia de “maquilhagem” do relatório e contas da autarquia, revelando que através da aprovação do documento referente a 2021, foi possível tomar “conhecimento da real situação financeira” do município, lembrando que “durante os últimos meses todos temos ouvido aquilo que é o grande ‘chavão’ da gestão [comunista] deixada na Câmara”, que foi marcada por “contas certas” e por um saldo no valor de seis milhões de euros.

“Ora a realidade vem desmistificar essa posição”, defendem os socialistas, lembrando que com a aprovação das contas referentes ao ano transacto, elaboradas pelos serviços camarários e validadas pelo Revisor Oficial de Contas – o mesmo de anos anteriores –, foi tornada pública “a real situação financeira” da autarquia.

“Nunca se ouviu uma palavra sobre as dívidas incobráveis deixadas, mas as mesmas são factuais e vêm descritas”, lembra o partido, acrescentando que desde 1992 acumulou-se “aproximadamente 4,2 milhões de euros, que continuam a ser descritos como um activo”. Na mesma reacção, a secção do PS lembra que este valor inscrito era na realidade considerado “virtual”, dado ser “incobrável”, pelo que a “receita nunca poderia ser canalizada para o investimento que tanta falta faz”, sublinham.

- PUB -

Na mesma declaração, o PS local afirma que “a gestão CDU camuflava os seus resultados com valores que efectivamente não existem” e diz não se rever nesta forma de demonstrar os números, continuando a assumir “um compromisso de seriedade e de verdade com para com os nossos munícipes”. Acrescenta ainda que “seja qual for o cenário, com o PS a população […] contará sempre com transparência e seriedade, pois só assim se define um rumo de sucesso, de trabalho e valorização”, garantido que cabe ao actual executivo “construir um caminho de desenvolvimento, onde todos se sintam parte integrante”, acrescentam em comunicado.

Valores em dívida marcam Assembleia Municipal

Acrescente-se que durante a última sessão daquela Assembleia Municipal, realizada na noite da última sexta-feira, a vereadora Sara Silva (PS) adiantou que o referido valor que estava na contabilidade municipal demonstra ser “uma constatação”, ou seja, um resultado líquido, sendo que “a conta de clientes tinha um resultado inicial” superior a cinco milhões de euros que “na realidade não deveria ter”, porque um valor superior a 4 milhões e 467 mil euros foi retirado “da conta do activo como imparidades, porque são valores que, desde 1992, estavam em dívida quanto ao abastecimento de água”, frisou.

- PUB -

Na altura, a vice-presidente da edilidade moitense adiantou “que o resultado líquido positivo de anos anteriores é camuflado, uma vez que não retirando este valor do activo de clientes, o resultado líquido aparecia positivo”, afirmou, realçando que só agora “chegamos ao resultado líquido negativo, precisamente porque estas imparidades, retirando-se, e muito bem, do activo, se diminui o resultado líquido”, constituindo um desfecho nocivo para a edilidade.

Sara Silva: “Estamos a falar de um camuflar de valores”

Esta terça-feira, em declarações à agência Lusa, a autarca sublinhou que “por opção nunca foram consideradas imparidades ao longo deste tempo”, dado tratar-se de uma dívida acumulada com duas décadas, relativa ao abastecimento de água à população. Supostamente era [um encargo] que não era recuperável e que não iria entrar na receita dos cofres da autarquia”, explicou.

Sendo incobrável, por terem passado os prazos, a autarca garante que “estamos a falar de um camuflar de valores que estavam reflectidos na conta de clientes e que não vai ser possível recuperar e entrar nos cofres da autarquia”. A vereadora acrescentou que os mesmos são considerados irrecuperáveis e “por isso passaram para gastos”, sendo observado como uma imparidade. “É dinheiro que a autarquia estimava poder utilizar e que não vai ser possível cobrar”, frisou.

A responsável adiantou que “gostaríamos de usar” esta verba “no que fosse útil para o concelho”, tendo classificado este cenário como “irreal”. Para Sara Silva, a verba “não existe e isso é o que nos interessa que a população saiba, que havia uma rubrica e dinheiro que podíamos cobrar e que, na realidade, é incobrável”, sublinhou. O SETUBALENSE procurou ouvir o ex-presidente da autarquia, Rui Garcia, e o PCP moitense, não tendo conseguido obter declarações sobre o assunto até ao final desta edição.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -