2 Maio 2024, Quinta-feira
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Eugénio da Fonseca: “Vitória não é propriedade de ninguém se não dos seus associados e da cidade de Setúbal”

“Equipa (principal de futebol) tem demostrado muita garra. Depressa entranhou a alma vitoriana”, afirma

 

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O que representa para si ser presidente do Conselho Vitoriano?

Em tempos já tinha sido convidado para ocupar um lugar relevante no Clube. Não aceitei, porque aprecio o futebol, enquanto modalidade desportiva, mas abomino as manigâncias muito perversas que acontecem em torno das competições profissionais. Por isso, nunca esteve no meu pensamento assumir alguma função em clubes profissionais. Mas, perante a injustiça que está a ser feita ao nosso Vitória Futebol Clube (VFC), que o levou para a 3.ª Divisão, decidi aceitar o cargo que estou a desempenhar. Representa para mim uma demonstração de estima, solidariedade e um singelo, mas dedicado contributo, para ajudar uma das pouquíssimas referências da identidade setubalense a regressar à divisão de onde nunca deveria ter sido retirado.

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Que balanço faz da experiência?

Tem sido muito gratificante. Tanto as pessoas que integraram o anterior Conselho, como as actuais, temos formado uma equipa unida na diversidade. Como é óbvio, nem sempre as opiniões são convergentes, mas sente-se que todas vão no sentido de querer apoiar a direcção a melhor gerir o VFC, tarefa que se tem revelado de uma complexidade gigantesca. Para mim, também, tem sido uma oportunidade de aprendizagem.

Em comparação com o mandato anterior, o que mudou no novo ciclo iniciado em Março, após as eleições para o mandato no triénio 2023-25?

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As mudanças mais significativas foi a composição do próprio Conselho, dos membros, sendo notória a ausência de conselheiras que no anterior davam contributos, como é uma particularidade feminina, contributos muito perspicazes. De resto, a liberdade de expressão, evidente na espontânea possibilidade de colocar questões e dar sugestões, sempre que se considera necessário, permanece, bem como a regular presença dos presidentes dos órgãos sociais do Clube o que demonstra o seu respeito pela importância deste Conselho.

Quais as principais preocupações do Conselho a que preside?

Representar, tanto quanto possível, o sentir dos associados sobre a gestão do Clube, pelo que se pede a cada conselheiro que seja o sócio mais atento ao que vai acontecendo. Valorizar o que muitos associados vão escrevendo nas redes sociais, excepto a crítica destrutiva e ofensiva. Por outro lado, ser um órgão colaborativo da Direcção, sem com isso deixar de apresentar e registar as críticas sempre que haja razões para isso. Valorizar mais e promover a divulgação de todas as outras modalidades, pois sendo o futebol profissional o maior ex-libris do Clube, só ele não mostra toda a riqueza desportiva do VFC, que é enorme. Dar imputes importantes para que o Clube se volte para a cidade e esta se sinta, verdadeiramente, vitoriana.

Os órgãos sociais que estão em funções foram reeleitos para dirigir os destinos do clube até 2025. Quais as expectativas que têm e quais as prioridades que gostaria de ver concretizadas?

As prioridades são muitas. Os meios financeiros são escassos para as concretizar no tempo desejável. Refiro apenas algumas: a subida à Liga 3 e, sucessivamente, até chegarmos à 1.ª; a angariação de um número muito maior de sócios; o contributo que lhe compete para a revisão dos estatutos do Clube; a criação de condições para que todas as modalidades possam treinar e jogar mais perto do estádio; a colocação de todos os troféus num espaço digno; a ligação do Clube à cidade…

Enquanto líder do Conselho Vitoriano, que avaliação faz do trabalho realizado pela administração da SAD, cujo accionista maioritário é Hugo Pinto?

O Conselho Vitoriano não tem qualquer tipo de interferência nos assuntos da SAD. Por isso, nestas minhas funções não devo fazer qualquer pronunciamento público. Todavia, sempre digo o óbvio, é que se não tivesse aparecido um investidor, como o Senhor Hugo Pinto, talvez o VFC, hoje, não existisse. Como o presidente do Clube é também o da SAD, e tem assento no Conselho, acaba por haver uma interação virtuosa.

Como classifica a relação dos membros do Conselho Vitoriano com os demais órgãos sociais do clube, em particular com a direcção presidida por Carlos Silva?

De grande cordialidade, sem isso obstar a que se coloquem todas as questões e críticas quando são oportunas. Os presidentes dos órgãos socais fazem parte, por inerência, do Conselho. Mesmo assim, quando é preciso aprofundar alguma questão, solicito a presença do dirigente que considere poder contribuir com mais esclarecimentos.

Como viveu no passado mês de Maio a descida da equipa principal de futebol ao 4.º escalão?

Foi uma profunda tristeza. Tive a sensação de estar a sofrer uma grande injustiça, porque o que estava a acontecer naquele fim de tarde não podia suceder a um Clube que já tinha dado tantas vitórias e, por serem tão grandes, ele era enorme. Mas não saí do estádio derrotado, mas apenas com a sensação de uma batalha perdida.

Como vê o desempenho da equipa de futebol principal na presente época? Equaciona outro cenário que não a subida de divisão?

Esta equipa tem demostrado muita garra. Depressa entranhou a alma vitoriana. É lutadora e ambiciosa. Este não é um campeonato fácil. No norte do país, há equipas fortes, mas nesta época o nosso Vitória tem, também, um 12.º jogador muito aguerrido que são os seus associados que estão, cheios de força anímica, sempre a motivar a equipa, acompanhando-a em todos os jogos.

Estão reunidas as condições para o Vitória poder esta época ascender à Liga 3?

Como já referi, temos um bom plantel, uma equipa técnica que conhece bem os jogadores e, nesta ocasião, deve saber os ajustes a fazer e dispomos de um grande número de vitorianos motivados para apoiar a equipa, até nas derrotas, como já o demonstrou.

O Vitória celebrou no passado dia 20 de Novembro 113 anos. Qual gostaria que fosse a prenda que o clube tivesse recebido?

A resolução favorável ao nosso Vitória, ainda pendente no Tribunal Administrativo.

Qual a mensagem quer deixar aos seus consócios?

Quero dizer-lhes que o Vitória não é propriedade de ninguém se não dos seus associados, sobretudo daqueles que cumprem as suas obrigações, e da cidade de Setúbal. Peço-lhes que sejam firmes na união entre todos, mesmo que existam algumas discordâncias. Na situação em que estamos, só bem unidos podemos demonstrar a força vitoriana.

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