6 Maio 2024, Segunda-feira
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“Atrevo-me a dizer que demos muito mais ao Vitória do que aquilo que recebemos”

“É lamentável que a massa adepta do clube não nos tenha dado carinho por termos conseguido subir de divisão”, diz Naná

 

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Já depois de o Vitória ter assegurado a subida à 2.ª Divisão Nacional de Futsal, qual o sentimento do treinador por ver a equipa ficar a um triunfo de conquistar o título de campeão da 3.ª Divisão?

Sentimos que nos ficou a faltar a experiência de levantar a taça, era algo que gostava muito que os meus jogadores tivessem sentido. No entanto, mais do que o título que podíamos ter vencido, fica a experiência de usufruir de um momento destes, que é sempre importante na vida de qualquer desportista, mas, repito, não era o mais relevante porque o objectivo principal, que era subir de divisão, já tinha sido conseguido.

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O facto de não terem erguido a taça do derradeiro jogo, após perderem com a Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança (1-3), no passado dia 17 de Junho, não belisca a época realizada…

Rigorosamente nada. A secção de Futsal do Vitória fez muito mais do que as condições que tem. Foi feito algo que era quase inatingível para o nosso nível de organização e de exigência. Foi inacreditável. Quem nos seguis este ano recorda-se que em Novembro estávamos em sétimo lugar, a 11 pontos do 1.º lugar. Recuperámos de uma forma fantástica, ficámos em 1.º e subimos de divisão. Só o nosso grupo de 20 pessoas sabe o feito que conseguimos e não é o facto de não termos sido campeões que vai beliscar minimamente o que fizemos.

A equipa fez uma recuperação extraordinária na tabela e chegou ao 1.º lugar que a leva à consequente subida de divisão. Qual foi o segredo?

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A crença. Quem está comigo, em qualquer coisa na vida, tem que acreditar que é possível. Quando fomos à Madeira e perdemos um jogo que era para ganhar reunimo-nos a seguir e os jogadores perguntaram-me: “mister, acha que ainda dá?” Respondi-lhes que “sim”, mas tínhamos de “ser perfeitos”. E fomos! Depois desse jogo, tivemos um empate e 16 vitórias seguidas. Foi essa série que nos permitiu chegar à derradeira jornada a competir pelo título. As pessoas que estão no desporto porque só é bom quando ganham não prestam para nada.

Até porque o objectivo da subida já tinha sido consumado antes.

O facto de estarmos na última jornada, até ao último minuto a competir por qualquer coisa, seja uma taça seja uma subida, é sempre muito bom para quem está no desporto. Éramos quase 50 equipas e só uma podia ser campeã. Subimos de divisão e estou muito satisfeito com o que demos ao Vitória FC e atrevo-me a dizer que demos muito mais do que aquilo que recebemos.

Os jogadores terminaram o jogo cabisbaixos o que lhes disse quando chegou aos balneários?

Exactamente o mesmo que lhes disse antes do jogo. O que nós queríamos era subir de divisão. A única coisa que perdemos foi a experiência de sermos campeões nacionais. Disse-lhes que daqui a 20 anos íamos ver a história do futsal e que, se ganhássemos, ficaríamos na história, mas, mais do que estar na história, interessa vivenciar este momento. A vida são as experiências e os momentos. Queria muito que tivessem usufruído deste momento porque mereciam-no muito.

Pela forma como superaram as dificuldades ao longo da época?

Para termos uma ideia, só temos na equipa um jogador que mora em Setúbal. Fazem um sacrifício enorme para vir treinar, para estar cá sempre. Têm uma dedicação brutal e não foram recompensados como mereciam, sendo campeões. No entanto, a subida de divisão é um feito inolvidável.

O Pavilhão Antoine Velge esteve longe de ter casa cheia no jogo decisivo. Esperava ter tido mais público a apoiar a equipa nas bancadas?

Aos adeptos que acompanharam a equipa de futsal tenho a agradecer-lhes do fundo do coração e dizer-lhes que são os maiores. Já aos adeptos do Vitória Futebol Clube tenho muita pena que não tenham enchido o pavilhão neste jogo. Acho que nós, secção de Futsal, merecíamos que o pavilhão estivesse cheio. Os jogadores sentiram isso antes de o jogo começar porque estava quase vazio. Tivemos outros jogos com muito menos importância e com muito mais gente a assistir. Pelos meus jogadores e por mim, que também merecia, lamento que o pavilhão tenha estado a menos de metade da sua lotação. Fiquei muito desiludido com os adeptos do Vitória Futebol Clube, ao contrário dos que sempre nos acompanharam e voltaram a estar no último jogo. O Vitória é um clube muito grande, mas não pode ser um clube só de futebol.

Que razões encontra para a fraca adesão de público num jogo tão crucial?

Há quem diga que foi do calor, mas se não fosse o calor era da chuva! Há sempre desculpas. É lamentável que a massa adepta do clube não nos tenham dado o carinho que lhes demos de alegrias por termos conseguido subir de divisão. Repito: demos muito mais do que recebemos.

O que pode dizer sobre o seu futuro?

Não falei ainda com nenhum jogador, já falei com o clube, em especial com o sr. Hugo que deu o aval para a secção de Futsal continuar. Vamos tentar honrar o compromisso que teve connosco, vamos poder continuar e fazer uma 2.ª Divisão boa. Acho que merecemos um pouco mais de carinho dos adeptos do Vitória FC. Não me refiro aos do futsal porque esses têm sido impecáveis. Confesso que quando fui para a cabine, quando voltámos do aquecimento, ia muito desiludido por ver o pavilhão tão despido.

Aos 53 anos, o que significa para si a experiência de treinar o Vitória?

Esta é a minha terceira época cá. Tivemos duas subidas de divisão nesse período (da distrital para a 3.ª e agora da 3.ª para a 2.ª). Pelo meio fomos a primeira equipa que não subiu porque ficámos em 4.º lugar no ‘play-off’ quando subiam as três primeiras. Penso que é um balanço positivo.

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