7 Maio 2024, Terça-feira
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A comunicação social e a democracia

Quase meio século depois do 25 de Abril, de democracia em Portugal, grandes transformações se verificaram, evidentemente, mas o país está longe, muito longe, de ter atingido patamares de desenvolvimento e de justiça social, que beneficiem equitativamente a maioria dos portugueses. Daí, a justa insatisfação e desilusão em largas camadas da população, que se traduzem, por exemplo, nas altas taxas de abstenção e já nalguma expectativa a novas propostas demagógicas e populistas. Mas a generalidade dos eleitores está devidamente informada e esclarecida sobre as diversas opções que tem ao seu dispor? Os principais órgãos de comunicação social são, como deveriam ser, isentos e pluralistas? Se assim fosse, então o país que temos, seria da inteira responsabilidade dos eleitores. Mas, evidentemente, não é.

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Alguns exemplos, mesmo da rádio e televisão públicas.

Visão Global, é um programa de informação, como o nome diz, global, sobre assuntos nacionais e internacionais, da responsabilidade do jornalista Mário Rui Cardoso com a participação de comentadores convidados.

Contraditório, trata-se de outro programa de debate também sobre temas nacionais e estrangeiros, moderado por João Barreiros com os comentadores residentes, António José Teixeira, Luísa Meireles e Raul Vaz.

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Geometria Variável, mais um programa do género do anterior, da responsabilidade de Maria Flor Pedroso com a participação regular de Nuno Severiano Teixeira e Carlos Coelho.

São programas da Antena1 com a duração de uma hora.

Na RTP Informação, passa semanalmente, Janela Global, dirigido por Márcia Rodrigues.

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Trata-se de quatro programas de comentário e grande informação, como já se disse, da rádio e televisão públicas, sem um único participante, residente, ou rarissimamente convidado apenas no Geometria Variável, da área da oposição. Oposição, leia-se, à esquerda do PS, nomeadamente, do PCP.

Este, é um exemplo do panorama da Informação Pública! Diferenças da privada, se as há, ainda são para pior.

Portanto, com este “pluralismo”, como é que os eleitores hão-de estar esclarecidos e bem informados?

Os leitores deste jornal, podem ver a diferença; escrevem aqui deputados eleitos no distrito de todos os partidos, e diversos colaboradores de todo o espectro político-ideológico. Cabe a quem nos lê, tirar as suas conclusões. Mas quantos órgãos de informação assim como O Setubalense, existem a nível nacional ou mesmo regional?

Porque a comunicação social isenta e pluralista é fundamental para a democracia, e esta, para o povo e para o país, e porque estamos já no átrio de mais uma campanha eleitoral tão importante, decidi hoje abordar este tema.

E como este nosso mundo, sobretudo agora com a globalização, é uma aldeia, uma “aldeia” com tão sérias ameaças. Veja-se o que se passa no leste da Europa, então não era para se dar voz, ouvir-se, a oposição? Por exemplo, também sobre esta matéria, uma organização vocacionada para tal, como o Conselho Português para a Paz e Cooperação?

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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