27 Abril 2024, Sábado
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Divergências e Demagogia

Há muita demagogia na posição dos partidos de direita e até do Presidente da República em relação ao reforço dos apoios sociais aprovados na Assembleia da República que o Governo contesta considerando-os mesmo anticonstitucionais. Diz António Costa que a AR aprova o Orçamento de Estado, mas quem o gere é o Governo. De maneira que os três diplomas embora aprovados por toda a oposição e que Marcelo promulgou, o chefe do Executivo enviou-os para apreciação e parecer do Tribunal Constitucional. Trata-se do reforço de medidas de apoio social, alargadas a sócios-gerentes e trabalhadores independentes, aos profissionais de saúde e a pais em teletrabalho com filhos em casa, que terão um custo de 38 milhões de euros por mês.

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Aparentemente todos têm razão, mas alguns têm muito mais que outros. É caso parecido com o daquelas pessoas que não se lembrando do dia de amanhã e que tendo possibilidade de amealharem algum, vão gastando conforme ganham. O chamado, chapa ganha, chapa gasta. Depois, em altura de apertos, é que se lembram da sua anterior vida de cigarras. Em sentido contrário, também quase se poderia aplicar aqui o velho aforismo; casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Só que neste caso, há pão. Está é muito mal distribuído e não foi poupado. Foi distribuído apenas a alguns. A uma ínfima minoria. Distribuição essa, da responsabilidade dos partidos da direita onde se inclui, evidentemente, o de Marcelo. Dai, a demagogia referida, ao aprovarem tais medidas, embora sendo justas. Ainda por cima, grande parte desse tão mal distribuído “pão” (privatizações), como alguns bancos, a TAP, etc. ter saído caríssimo a quem só teve direito a migalhas. Claro que o partido que apoia e de onde emana o Governo, é também um dos principais, se não mesmo o principal responsável por essa tão injusta distribuição.

Com este precedente, a relação idílica Marcelo/Costa, foi chão que deu uvas. O atual PR, como está no último mandato, não quer ficar mal visto pelo seu partido, sendo acusado de favorecer o principal rival e alternante, o PS. Veremos quais as consequências deste provável confronto. Veremos se será um potencial motivo para que a atual legislatura não chegue ao seu normal fim. Veremos também se essas divergências serão positivas para o povo e para o país, mas não cremos. Nenhum dos dois partidos tem como principal objetivo, longe disso, esses superiores interesses. O papel destes (e de outros) “socialistas” e “social-democratas”, é o de gerirem o capitalismo tentando dar-lhe algum rosto humano. Até isso não conseguem, porque quem manda não são eles. São os homens e as mulheres do grande capital indígena e, sobretudo, transnacional.

Portanto, a ver vamos, como diz o cego. Mas nem é preciso enxergar-se muito bem, para se saber que o guardião supremo dos referidos superiores interesses do povo e do país, deve ser ele próprio; o povo. E para isso, sim, deve ter os olhos bem aberto no momento da escolha dos seus representantes.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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