7 Maio 2024, Terça-feira
- PUB -
InícioSociedade“Vi na música um refúgio”

“Vi na música um refúgio”

Jovem talento da música electrónica concretiza sonho de ser DJ e revela os desafios profissionais de um meio onde impera a concorrência e faltam apoios para novos projectos

 

- PUB -

 

De disc-jockey a produtor musical, DJ Dmitry encaixa-se em todos os estilos musicais, mas prefere a electrónica.

David Demétrio, conhecido agora como DJ Dmitry, iniciou a sua carreira na música este ano, embora o sonho da arte já o acompanhava há muito. “Gosto de música desde pequeno”, conta. E como referências na sonoridade electrónica que elege acima de outras, tem Carlos Manaça, DJ do Barreiro que considera “entre os melhores de Portugal”.

- PUB -

O músico ingressou por iniciativa própria no curso de DJ na BeatbyBeat Store. Uma formação de dois meses realizada com a perspectiva de “evoluir na carreira”. E foi com o mesmo objectivo que também decidiu fazer um curso de produção musical, na Mastering Lisboa.

Recentemente, David criou uma parceria com o DJ T-Full, também um rosto da música na Moita. Um projecto musical que resultou na dupla Dmitry & T-Full Music, apresentada no Ginjal Terrace, em Almada.

E com o lançamento de temas da sua autoria como, “Typical”, “Banggai Cow”, “Sky is the limit” surgiram outros projectos musicais – “Respect África” e Sounds of Boyond”.

- PUB -

Em entrevista a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO, David Demétrio revela os desafios  de um DJ em inicio de carreira.

 

Como nasceu o sonho de ser DJ?

 

Dmitry – Ser DJ, neste caso pertencer a música, é um sonho antigo. Sempre gostei de música e pensava muitas vezes em começar a trabalhar nesta área, mas nunca surgia aquela oportunidade.

De uns meses para cá tive a oportunidade de investir em cursos para a minha formação profissional. Era a altura certa para o fazer e necessitava de uma grande mudança na minha vida.

Na verdade, vi na música um refúgio. E pensei comigo, por que não tentar? Porque ser DJ envolve estar em contacto com todo o estilo musical, desde kizomba a afrohouse. É preciso conhecer as músicas que estão a entrar no mercado e também as clássicas, que ainda atraem a atenção do público.

 

Ser artista da margem sul alguma vez pesou negativamente na sua carreira?

 

Dmitry – O que pesou negativamente não foi ser da margem sul, mas ser novato.

Quem está a começar na área de DJ tem a vida muito dificultada porque os que têm nome, reconhecimento e público acabam por ter as portas abertas para os eventos, as discotecas e as festas. E é complicado penetrar num círculo que já está fechado.

Por exemplo, em festas de grande dimensão como as da Moita os DJ’s que são chamados já estão integrados nesse círculo. Mas continuo firme nos meus objectivos até que surjam as oportunidades.

 

O mercado da música, em Portugal, precisa de jovens DJ’s?

 

Dmitry – Sim. É importante porque fazem falta novos artistas, novas ideias e muita criatividade. Porque o que não falta no nosso concelho são DJ’s com talento. E estamos a falar de uma área que vai existir sempre, a música jamais terá fim.

Mas não temos ajudas que necessitamos para continuar a progredir. E seria bom desenvolver um projecto na Câmara Municipal que nos pudesse reunir a todos.

O que acontece muito neste meio é os artistas tentarem imitar a originalidade do outro. Não há necessidade porque seremos bons se fizermos boas músicas. E embora haja muita concorrência, defendo que existe um espaço para todos.

Conheço muitos DJ’s do concelho da Moita que estão a começar agora e têm talento. O que digo sempre é que vale a pena tentar. Não digo que seja fácil, pois os obstáculos são imensos, mas é preciso lutar sempre pelos nossos objectivos.

 

Esta área é muito competitiva?

 

Dmitry – Sim, é. Há muita concorrência e uma competitividade absurda entre DJ’s. Não há aquela união que deveria existir.

O que vejo é que muitos DJ’s olham para os outros como adversários. Acredito que deveríamos pensar que somos profissionais da mesma área e, portanto, não custa nada dar a mão a quem está a começar.

Se nos apoiássemos mais, não teríamos um caminho tão difícil pela frente. Se eu gostar da música de um colega meu vou partilhá-la e divulgá-la, pois é esse o espírito. Os feats são também uma boa forma de nos ajudarmos e promovermos o trabalho uns dos outros.

- PUB -

Mais populares

Vitória Futebol Clube declarado insolvente

Credores não viabilizaram novo PER. Presidente diz que clube ainda vai explorar a situação legal. SAD está também em risco

Insolvência do Vitória FC: Credores decidem em Junho se dão oportunidade de recuperação ou avançam para liquidação

Assembleias de credores estão marcadas para o Cinema Charlot. Clube e SAD vão apresentar planos de recuperação

Recordando a minha Infância na Escola Primária “Conde de Ferreira”

Foi com 7 anos que comecei e aos 10 anos terminei o meu percurso escolar na célebre e inédita Escola Primária "Conde de Ferreira",...
- PUB -