Aumentar o número de sócios, criar uma secção para o alojamento local e fazer parcerias com seguradoras são algumas das principais medidas. Eleições estão marcadas para dia 29

Luís Fuzeta da Ponte apresenta-se às eleições da Associação de Construtores e Proprietários de Setúbal com o objectivo de valorizar o património edificado, e fazer crescer o número de associados, “sobretudo na qualidade e quantidade dos serviços prestados”.

O advogado e a sua equipa apresentaram na manhã desta terça-feira a candidatura que se rege pelo lema “Valorizar e Crescer”. Sem intenção de atacar a lista opositora, e elogiando o trabalho feito até aqui, o candidato à direcção pretende mudar o paradigma da associação para que esta comece também a pensar nos inquilinos – além dos proprietários.

“Achamos que podemos fazer a favor da associação e dos associados alguma coisa diferente daquilo que de bom já está feito. Quando resolvemos candidatar-nos fizemos um pacto entre nós de não atacar ninguém. Não há necessidade de ataques para fazer alguma coisa que é uma construção nova, que nós ao fim e ao cabo podemos fazer. A associação que existe é uma associação de senhorios, digamos assim, isto é, é uma associação que existe para a relação de inclinato, para a relação de arrendamento, em que as pessoas fazem contratos, têm consulta jurídica, recebem rendas, a associação emite recibos”, refere Fuzeta da Ponte em declarações a O SETUBALENSE.

No manifesto que apresentam propõem-se a criar uma secção de alojamento local “com vista a apoiar os associados que já têm esta actividade e aqueles que queiram vir a tê-la” porque, entendem, o turismo é uma mais-valia para a região e para o concelho de Setúbal.

“Vamos fazer o possível para criar e pôr em ação. O alojamento local não é nenhum diabo em forma de gente. Não vale a pena inventar coisas, são 20% do PIB. Em primeiro lugar, as pessoas de um alojamento local vivem. As pessoas estão num alojamento local, estão a morar – transitoriamente, mas estão a morar. Em segundo lugar, e para os nossos associados, para aquilo que nos interessa em termos de eleições, efectivamente o alojamento local é uma via de rentabilização do património muitíssimo válida. É boa para o proprietário, é boa para quem lá vai dormir e para quem lá vai viver os dias em que está, e é boa para a economia do turismo que nós temos”. O apoio técnico e jurídico aos sócios é, ainda, outra das intenções.

Luís Fuzeta da Ponte propõe também a criação de um serviço de “gestão da relação de condomínio”, seja “gerindo condomínios, seja gerindo a relação com o condomínio pelo lado do associado”. Parcerias com seguradoras é outra das matérias, pois, entendem, “as companhias têm interesse em assegurar um universo deste tipo, em vez de andarem a fazer apólices uma a uma”.

Questionado sobre uma eventual parceria com a autarquia de Setúbal, ou qualquer outra instituição, o candidato a presidente da associação de proprietários garante que a prioridade é a independência da associação. “Parceria sim, com toda a gente, dependência de ninguém a não ser dos nossos associados, que são rígidos e fortes e são pessoas que têm apoiado a associação ao longo de quase 100 anos”.

Critica, porém, a actual administração acusando-a de, no último triénio, não ter realizado nenhuma medida à qual se propôs. “Em três anos deste mandato que agora termina, a atual direcção não pôs em pé nenhuma das ideias que agora diz ter. Porque é que se apresentam as ideias ao fim de três anos sem ter concretizado nenhuma? Porque mesmo o sistema informático melhorado foi objecto de uma apresentação aqui há 15 dias, e é um passo em frente, mas ainda é uma coisa muito embrionária”.

As eleições para a instituição com quase 100 anos de história decorrem no próximo dia 29 de Março.

Candidatura | Os 19 nomes que compõem a lista

Além de Luís Fuzeta da Ponte candidatam-se também à direcção Cristina de Sousa (vice-presidente), Ana Garcia (tesoureiro), Pedro Constantino (secretário) e Ana Raposo (vogal). A lista conta ainda com os suplentes Maria Fernandes, Francisco Catraio e Joaquim Lima.

Já para a mesa da assembleia-geral surgem os nomes Luís dos Santos (presidente), Alice Marques (vice-presidente), Joaquim Afonso (1.º secretário) e António Nunes (2.º secretário).

Para o conselho fiscal candidatam-se Ana Mendes (presidente), Cristina Machado (vice-presidente) e Rui Delgado (vogal). Como suplentes aparecem os nomes de João Rendas, Maria Graça e Agostinho Rendas.

O empresário Rui Canas Gaspar aparece como primeiro proponente da candidatura cujo lema é “Valorizar e Crescer”.