27 Abril 2024, Sábado
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Cultura é “a” marca e identidade da cidade que tem vindo a afirmar-se de criação artística

Números demonstram que concelho é rico no que diz respeito à vertente cultural, com oferta diferenciadora

 

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São mais de cento e noventa produtores locais – entre os quais estão músicos, cantores, actores, pintores e poetas –, perto de sessenta associações e colectividades, quase vinte equipamentos municipais e várias dezenas de eventos realizados ao longo de todo o ano.

São estes os números que resumem, de forma muito sucinta, a cultura em território sadino e que fazem com que o sector seja considerado ‘a’ marca de Setúbal, que se distingue por conseguir responder ao público com uma oferta mais generalizada, assim como tem vindo a afirmar-se como uma cidade de criação artística.

Este trabalho tem sido realizado pela Câmara de Setúbal, que “tem apostado fortemente na marca Setúbal – Cidade de Criação Artística” através da atribuição de “bolsas anuais e investindo em residências artísticas na Casa da Cultura, Fórum Luísa Todi e A Gráfica – Centro de Criação Artística”.

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No total, este ano “o município tem em orçamento para o sector cerca de três milhões de euros”, valor este “integrado em eventos culturais, equipamentos, recursos humanos e técnicos, comunicação e os vários serviços que promovem a cultura e a arte enquanto formação, criação e produção cultural, divulgação e preservação do patrimônio material, imaterial e paisagístico, turismo e indústrias culturais”, explica a autarquia sadina.

No entanto, o vereador da Cultura na Câmara de Setúbal garante que este montante sobe para o dobro se contabilizado “o investimento indirecto”. Existem ainda diversos projectos que “resultam de candidaturas aprovadas e que se encontram em curso que privilegiam a área da cultura, com um investimento de cerca de um milhão e meio de euros”.

É disso exemplo o “Setúbal – Cultura sem Barreiras”, projecto que possibilita que pessoas com diversos tipos de deficiência usufruam em pleno de equipamentos culturais, como museus e bibliotecas, e que representa um investimento de cerca de 515 mil e 500 euros.

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Ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no que diz respeito às acções de apoio às comunidades desfavorecidas, “prevê-se 420 mil euros para o eixo cultura e criatividade, a desenvolver no território da União das Freguesias de Setúbal”.

 

Além disso, “no âmbito da candidatura da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, que decorrerá até 2025 com um investimento de 300 mil euros por ano”, a edilidade garante que “continuará a acolher projectos de relevo, bem como a envolver projectos artísticos locais e residências com artistas emergentes,

além de projectos de mediação cultural e serviço educativo que procurem fidelizar o público de todas

as idades”.

 

Na verba disponível no PRR para investir em Redes Culturais e Transição Digital, 150 mil euros seguem para o concelho sadino, enquanto 30 500 euros surgem do Programa de Apoio a Museus da Rede Portuguesa de Museus – ProMuseus.

 

Nos principais eventos ligados à arte e animação cultural, a autarquia diz que são utilizados 6 milhões, 763 mil e 875 euros, enquanto nas iniciativas de promoção turística este valor sobe para os 8 milhões, 346 mil e 375 euros. Para a promoção e divulgação de iniciativas, por sua vez, são utilizados 878 mil e 850 euros.

 

Quanto ao montante total atribuído por ano aos produtores locais, o município garante que “em 2023 aumentou o apoio aos protocolos da cultura (27) no valor de 300 mil euros e para a actividade pontual

tem um investimento de 60 mil euros”.

 

“Ainda no presente ano, com o objectivo de mitigar as circunstâncias exigentes, resultantes da situação pandémica recente e que se agravaram em consequência de uma crise económica muito elevada, considerou a câmara ser fundamental apoiar, de forma extraordinária, as instituições do movimento associativo, consignando uma verba de 125 mil euros para apoio às colectividades e associações culturais”, com 43 a serem elegíveis.

 

“Além do apoio financeiro directo, a autarquia isenta o movimento associativo de taxas de utilização

dos equipamentos e dos licenciamentos necessários para a realização de eventos e iniciativas culturais”, assim como ajuda na “comunicação e promoção dos mesmos” e dá “apoio técnico e de recursos humanos”.

 

Eventos de diferentes estilos artísticos no fórum há 52 anos

 

É no Fórum Municipal Luísa Todi que grande parte ‘da magia’ acontece. Trata-se da maior sala de espectáculos, inaugurada em 1960. Em Setembro de 2012 reabre de ‘cara lavada’ e preparada para receber “eventos de diferentes estilos artísticos, assim como iniciativas com outras características”, função que desempenha há 52 anos.

 

Resumido por números, o edifício municipal consegue receber 634 pessoas, em que a plateia – adaptada para pessoas com mobilidade reduzida – tem 398 lugares e o balcão 236 cadeiras, e tem quatro cabines de tradução (que possibilitam a realização de eventos de cariz internacional) e um fosso de orquestra com capacidade para 55 músicos.

 

Além deste equipamento situado na principal avenida da cidade, a edilidade sadina possui tantos outros espaços que promovem de igual forma a cultura no concelho, sendo disso exemplo o Auditório José Afonso e o Cinema Charlot – Auditório Municipal, sem esquecer a Biblioteca Pública Municipal de Setúbal e a Biblioteca de Azeitão.

 

A lista inclui ainda a Casa Bocage, onde funciona o Arquivo Municipal Fotográfico Américo Ribeiro, a Casa da Baía, a Casa da Cultura, a Casa das Imagens Lauro António e a Casa Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama.

 

No Convento de Jesus encontra-se o Museu da Cidade, enquanto o antigo Quartel do Regimento de Infantaria deu lugar à Galeria Municipal do 11. Parte da vertente cultural passa ainda por espaços como o Espaço Monstro – Centro de Artes Performativas, Galeria Municipal do Banco de Portugal, Moinho da Mourisca, Museu do Trabalho Michel Giacometti ou Teatro de Bolso.

 

Para A Gráfica – Centro de Criação Artística, a autarquia tem previsto um investimento de meio milhão de euros, “para melhoramento das infra-estruturas”, que vai “permitir a continuação de um trabalho que prima

por privilegiar a criação de novos projectos culturais e artísticos que envolvem a comunidade, artistas e a experimentação”.

 

Contudo, os equipamentos não se ficam por aqui, uma vez que acrescentam igualmente valor à riqueza

cultural do concelho espaços como a Arty Collections, o Auditório Bocage, o Atelier: 2 Pontos, a Casa d’Avenida, o Cinema Vitória Azeitonense, o Centro Cultural e Desportivo dos Brejos de Azeitão, o Crespaço ou a Escola Conde de Ferreira.

 

Para o futuro, a autarquia tem previsto investir “na recuperação da Casa Luísa Todi e, até 2025, na cedência de espaços para as várias estruturas culturais e artísticas do concelho, para que possam desenvolver o seu trabalho de forma autónoma e em prol do desenvolvimento cultural da região”.

 

Está ainda entre os planos da Câmara de Setúbal “a criação da Casa da Música dos Povos, com vista a promover a identidade e memórias, através do património imaterial assente essencialmente na música de intervenção

 

 

Setúbal é a ‘casa’ de dezenas de profissionais e colectividades

Setúbal é a ‘casa’ de várias dezenas de profissionais criativos que dedicam a sua vida e profissão à cultura e que trabalham diariamente para alavancar esta que é uma das dimensões mais relevantes para o território setubalense.

Os cantores surgem em maior número, numa lista que conta com nomes como António Ferrão, conhecido por Toy, Cátia Oliveira, cujo nome artístico é A Garota Não, João Coelho (Slow J) e Clemente.

Já no mundo do fado, o município encontra-se representado, por exemplo, por Teresinha Landeiro, Celina da Piedade, Carla Lança, Piedade Fernandes, Sara Margarida, Joana Lança e Deolinda de Jesus.

Também o tenor João Mendonza, o DJ Pedro Monchique, Jorge Nice, Diana Lima e Miguel Reis (Tio Rex), entre tantos outros, têm dado cartas a nível nacional e até internacional. O concelho é ainda o ‘berço’ de diversos actores, sendo o caso de Fernando Luís, Luís Aleluia, Manuela Couto, Manuel Bola (Carlos Rodrigues), Rita Ferraz e Sara Prata.

Enquanto no universo do teatro destacam-se nomes como José Nobre – presidente da Associação Cultural TOMA – Teatro Ofi cina Multi Artes – , Graziela Dias e José Maria Dias (directora de produção e director artístico do Teatro Estúdio Fontenova), é Rogério Chora quem assume o ‘título’ de pintor setubalense mais conhecido da actualidade.

Às artes urbanas, por sua vez, é associado Ivo Santos, mais conhecido por Smile, assim como o grupo Explicit Citizens. Os poetas, como Alexandrina Pereira, presidente da Casa da Poesia de Setúbal, têm também um papel fundamental na difusão da cultura.

São também as perto de seis dezenas de associações e colectividades que contribuem para a preservação, promoção e desenvolvimento das artes, tradições e património da região das mais diferentes formas.

Existem duas sociedades filarmónicas, sendo estas a Perpétua Azeitonense e a Providência, às quais se juntam a Sociedade Musical Capricho Setubalense, a Sociedade Musical e Recreativa União Setubalense e a Sociedade Instrução Musical de Brejos de Azeitão (SIMBA).

Quanto à vertente do canto, há diversas instituições que têm desenvolvido um trabalho exemplar, como a Associação Setúbal Voz, o Coral Infantil de Setúbal e o Coral Luísa Todi, assim como o tem feito a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, a Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal e o Conservatório Regional de Setúbal.

 

Festas, feiras e outras iniciativas são as ‘rainhas’ da programação

Os eventos são vários e para todos os gostos, com a Câmara de Setúbal a identificar 66 feiras, festivais, festas e tantas outras iniciativas como as ‘rainhas’ da programação anual e bianual.

Com mais de 400 anos de história e de já ter percorrido várias localizações, a Feira de Sant’Iago assume-se como “uma das maiores e mais importantes festas populares do Sul do País”. Este ano, o certame regressa ao formato habitual, em que, ao longo de 17 dias, vão passar pelo Parque Sant’Iago nomes de peso do panorama musical português.

Também as Marchas Populares têm uma forte expressão no concelho, num evento repleto de emoção, cor e animação. O primeiro momento, de apresentação, acontece na Avenida Luísa Todi, sob o olhar atento de milhares de pessoas, seguido, passado uma semana, do desfile a concurso, que tem decorrido no Pavilhão das Manteigadas.

A edilidade tem também procurado desenvolver eventos que incentivem à criação, nomeadamente o Festival Internacional de Música de Setúbal, o Film Fest – Festival de Cinema Musicado ao Vivo, as Artes Performativas nas Monstras da Baixa, integrado na Mostra de Artes Performativas em Setúbal (MAPS), ou o Círculo de Jazz Fest.

É também com este objectivo que é promovido o Festival Soam as Guitarras, “que começou a desafiar artistas de Setúbal para integrar o programa cultural deste evento”, e o Festival Língua Terra, “que convida músicos de países de Língua Portuguesa para criação de espectáculos singulares, como é o caso de Adriana Calcanhotto e Salvador Sobral”.

Já a parceria estabelecida com o Festival Internacional de Teatro “abre portas a novos grupos com a Secção Mais Festa, com o acolhimento das várias estruturas artísticas do concelho, onde são estabelecidos protocolos para integrarem a programação do Fórum Municipal Luísa Todi e Casa da Cultura”.

Além do ciclo Convento ConVida e de muitas comemorações – como do Dia Mundial do Teatro ou do nascimento de Luísa Todi –, destaca-se igualmente a Festanima, o Festasso e a Festa da Ilustração.

No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o município “encontra-se a desenvolver projectos que se pretendem de relevo e continuidade, nomeadamente uma Mostra de Activismo Cultural e a Feira do Livro e Disco Político, além do lançamento de vários trabalhos musicais que culminarão em gravações para arquivo futuro”.

O ano é ainda marcado pela realização da Semana do Mar e do Afinfa – Festival Internacional de Fanfarras, passando pelas festas religiosas e romarias, romarias em honra de Nossa Senhora do Rosário de Troia, do Senhor do Bonfim, de São Luís da Serra e de Nossa Senhora da Saúde.

Os produtos regionais são também o centro das atenções em diferentes eventos, nomeadamente nas várias semanas gastronómicas (da sardinha, dos bivalves, da ostra e do choco), na Festa do Chocolate e na Festa do Fumeiro.

“Um festival de ópera em homenagem à cantora lírica Luísa Todi, envolvendo vários parceiros”, é um dos próximos projectos que autarquia tenciona desenvolver

 

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