Vive-se, sobretudo no ocidente, um período de transição e de grande incerteza. O seu principal mentor, o imperialismo norte-americano, como todos os imperialismos, depois da ascensão e do apogeu, está na fase de nítida queda. Depois da sua afirmação pela força, que tinha antecedentes, mas que se tornou mais evidente com o bombardeamento nuclear de Hiroshima e Nagazaki apesar da Alemanha nazi estar rendida e das Forças Armadas nipónicas destroçadas, para desse modo avisar a União Soviética e outros potenciais estados insubmissos. Depois prosseguiu com a guerra da Coreia e do Vietname onde usou mais bombas que na Segunda Guerra Mundial, muitas delas de napalm que queimaram florestas inteiras, mas de onde saiu humilhantemente perante a resistência patriótica e heroica do povo vietnamita, sob a direção do Partido Comunista do Vietname e do seu lendário líder, Ho Chi Minh. Seguindo-se outras guerras de ocupação e domínio, onde participou direta ou indiretamente e através da NATO, como a do Iraque, Jugoslávia, Líbia, Síria e agora a da Ucrânia. E o apoio a inúmeros golpes de estado, sobretudo na América Latina, mas não só. Aliás, onde insiste na política de canhoneira como agora, enviando navios de guerra para ameaçar a Venezuela com o mentiroso pretexto de combater o narcotráfico. A verdade, são as imensas reservas petrolíferas daquele país, e a insubmissão do seu Governo.
Uma reiterada prática de total desrespeito pelos povos e Governos e do Direito Internacional, visando apenas os seus interesses económicos e estratégicos. Mas também moralmente, onde se situa ao nível da sargeta, com o claro apoio ao maior crime mediático da história da humanidade, o atual genocídio do povo palestino. Depois as tarifas, como ridiculamente diz Trump, para voltar a tornar a América grande.
E a UE, depois da habitual subordinação e até humilhação, com esta história das taxas e da imposição de maior contribuição para a NATO, agora insiste na guerra da Ucrânia, apoiando o líder de um Governo que reprime pela força regiões com idioma, cultura e religião próprias, que por isso reclamam a sua autodeterminação. Um Governo que ilegaliza todos os partidos da oposição, que enaltece criminosos nazis como Stepan Bandera, em vez de pugnar por negociações sérias e justas e retomar com a Rússia uma política de cooperação com vantagens mútuas.
Mas há outro mundo! Um mundo constituído por organizações como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) ou os BRICS. Apesar de contradições entre si, o que pretendem é diluí-las num espírito de cooperação, mas também a nível internacional para benefício desses países e do mundo. O multilateralismo e a necessidade de impulsionar um sistema de relações internacionais mais justo, como defendeu agora Xi Jinping na cimeira da OCX.
Para bem da paz, da justiça e do progresso, é esse o caminho que deve ser seguido e pelo qual nos devemos bater.