Autarcas do território Arrábida contestam concentração de urgências de obstetrícia em Almada

Autarcas do território Arrábida contestam concentração de urgências de obstetrícia em Almada

Autarcas do território Arrábida contestam concentração de urgências de obstetrícia em Almada

André Martins, Francisco Jesus e Luís Calha afirmam estar cada vez mais preocupados com o funcionamento das urgências de obstetrícia

Vão pedir uma reunião urgente com a ministra da Saúde para evitarem o encerramento desta urgência em Setúbal e Barreiro

Os autarcas de Setúbal, Sesimbra e Palmela vão exigir uma reunião urgente com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para que a governante esclareça o que pretende com a concentração de urgência de obstetrícia no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e sobre a garantia desta unidade ter a situação destas urgências a funcionar em pleno em Setembro.

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Segundo a ministra, há seis profissionais que se desvinculam do sector privado para passarem para o Serviço Nacional de Saúde.

Ora o que o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, e o vice-presidente da Câmara de Palmela, Luís Calha, querem saber é se as urgências da especialidade no Hospital do Barreiro e no de Setúbal (São Bernardo) vão ficar também abertas ou a funcionar em intermitência como agora acontece, ou mesmo encerrar.

Essa foi uma das questões colocadas ontem pelos autarcas na reunião com administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida (ULSA), presidida por Luís Pombo. “Do ponto de vista formal, a proposta de concentração desta urgência no Hospital Garcia de Orta não chegou à direcção do Hospital de São Bernardo”, disse Francisco de Jesus à saída da reunião, referindo-se ao que foram informados.

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Para os autarcas, não é solução concentrar a urgência obstetra em Almada e ficar Setúbal a dar resposta aos casos mais graves, mesmo não sendo referenciada.

“Se for para levar os obstetras, ginecologistas obstetras, do Hospital de São Bernardo para o Garcia de Orta, reforçando não apenas as urgências, mas também aquilo que é actividade programada, o que temos a dizer é que esta actividade aqui, no Hospital de São Bernardo, pode estar em causa”, comentou Francisco Jesus na qualidade de porta-voz dos autarcas da zona da Arrábida.    

Da parte de Luís Pombo, ficaram ainda a saber que o Hospital de Setúbal tem apenas oito médicos de obstetrícia e que a maior parte destes “têm mais de 55 anos, por isso têm redução de horário e não são obrigados a fazerem urgência. Se o fazem é pela necessidade de responder às necessidades da população”.

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Para os autarcas não há dúvida alguma de que o problema de fundo está relacionado com a “falta de profissionais que vão sendo atraídos para o privado” e com isto defendem a “necessidade urgente” do Governo “encontrar uma solução para que se fixem no serviço público de saúde.

O problema é que dos 1 800 médicos obstetras existentes no País só cerca de 800 estão a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde.

“A questão que se coloca neste momento é fazer contratações com valor acrescentado [valor adicional] de vagas carenciadas, isto é o que está previsto para o Garcia de Orta, mas devia ser para todos os hospitais da região- Além disso, é uma injustiça para aqueles que há muito já cá estão a trabalhar”, disse Francisco Jesus.

Entretanto, têm já uma proposta que, por certo, será colocada no Ministério da Saúde. “É preferível manter abertas todas as urgências obstetras com as equipas existentes nas três unidades hospitalares, cada uma delas a responder ao seu concelho de origem”, referiu o autarca de Sesimbra.

Por outro lado, entende que é absurda a possibilidade de encerrar a urgência obstétrica no Hospital de Setúbal quando, “neste momento está a ser feita uma obra de ampliação do hospital que inclui urgência desta especialidade”, acrescenta.

Para André Martins é necessário olhar para a situação das urgências como sendo um problema único, “o problema está em todo o serviço que tem de ser garantido”. Vincou ainda o autarca de Setúbal: “Vamos pedir uma reunião, com urgência, à ministra da Saúde para esclarecer o que vai, de facto, ser feito. Toda a informação que temos sobre o que o que se vai passar, tem sido pela comunicação social”, afirmou.

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